Atlético-PR quase na semi. E vão conseguir matar o VAR | Blog Entre as Canetas

Comentei nesta quarta-feira para o Sportv, ao lado do meu amigo Bernardo Edler, o duelo de ida pela Sul-Americana, entre Bahia e Atlético-PR, na Fonte Nova. O Furacão de Tiago Nunes deu um passo gigantesco para conquistar a vaga à semifinal da competição com a vitória de 1 a 0. Mas é preciso registrar, com tristeza, que essa vantagem talvez devesse ter sido menor ou inexistente porque o Bahia teve dois gols anulados. O primeiro é questão de interpretação. eu não anularia. Mas o segundo não há o que discutir: Ramires tinha muuuuita condição de jogo quando completou o chute de Nino Paraíba. O pior de tudo: o árbitro argentino havia confirmado os dois gols, mas anulou-os depois de ser chamado a atenção pelo VAR. Não é possível ou concebível que o árbitro de vídeo tenha uma imagem mais clara do que a exibida pelo Sportv. Não é possível ou concebível que alguém, seja árbitro ou não, não consiga ver a posição de um jogador no campo.

 

A estratégia do Atlético foi correta: conter o ímpeto natural do Bahia em casa e tentar jogar por um gol, seja para vencer, para empatar, ou até perder por um gol (mas conseguindo marcar). A execução, no primeiro tempo, ficou abaixo do que deveria – o time teve uma única chance de gol, com Lucho Gonzalez – no último lance dessa etapa. O Bahia marcava bem, mas tinha muita dificuldade para articular jogadas. Pressionou, mas abusou das bolas aereas aleatórias. Na única vez em que botou a bola no chão e trocou passes pelo lado, chegou ao gol… anulado. Na conclusão do lance, Clayton acertou um voleio, mas o VAR acusou pé alto, já que Nikão tentava cortar o lance de cabeça. Na minha visão, Nikão chegou atrasado e, portanto, o lance foi legal. O árbitro estava a centímetros do lance, e certamente tinha um ângulo muito melhor do que o do VAR. Ainda assim, anulou a própria decisão.

 

No segundo tempo, a única mudança foi que o Atlético passou a jogar mais dentro de suas características sem a bola: marcação alta muito eficiente, muito melhor do que a marcação das duas últimas linhas de defesa. Isso dificultou o Bahia, que começou a se afobar mais e dar algumas brechas para o contra-ataque, que não dera no primeiro tempo.

 

Só que os baianos, mesmo assim, deveriam ter chegado ao empate no começo dessa etapa. O Atlético, que abusou dos erros de posicionamento de sua última linha de defesa, ficou olhando o chute errado de Nino e a conclusão, legal, de Ramires para o gol. Inexplicável e inacreditavelmente, alguém enormemente incompetente conseguiu não ver a condição legal do menino do Bahia, e induziu o árbitro a um dos erros mais crassos da temporada.

 

E aí, aos 21, bola retomada pelos paranaense no meio, e lançamento ao impressionante Pablo. Bola difícil de alcançar, ângulo desfavorável para o chute. Mas Pablo, que bate com a mesma facilidade com a direita ou com a esquerda, acertou uma pancada de direita e definiu o jogo. A fase do atacante é impressionante, ele nada tem a ver com os erros do VAR. Pablo mereceu muito ganhar o jogo.

 

O trabalho de Enderson Moreira no Bahia é consistente. Deu padrão de jogo ao time e passou confiança aos jogadores, sempre lembrando que o material que tem para trabalhar não é da primeira linha. Mas não é perfeito. Uma dúvida que me assola: porque os professores só fazem algumas mudanças óbvias depois que levam um gol e ficam em desvantagem? Foi o caso da troca de Elton, sem função porque o Furacão atacava pouco, pelo mais ofensivo Vinicius. Mas com 1 a 0 contra, o time se estressou e não ajudou as opções que entraram.

 

Claro que o Bahia pode resgatar a vaga no jogo da volta em Curitiba, mas é bem mais difícil. O melhor vai avançar, mas o que me preocupa é a absoluta incapacidade de alguns árbitros no Brasil e na América do Sul de operar um equipamento de vídeo que veio para ajudar, e muito, o futebol. Vão acabar conseguindo destruir esse avanço. Os árbitros de vídeo porque querem aparecer mais do que o jogo. E os árbitros de campo, porque não têm um pingo de personalidade e segurança para confiar na sua própria marcação, quando esta muitas vezes está correta. Como no enorme prejuízo que essa parceria causou ao Bahia.

 

 



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