Botafogo resolve o ano em menos de um mês. E o próximo? | Blog Entre as Canetas

Desde que Jair Ventura assumiu o Botafogo, em 2016, o torcedor alvinegro começou a se acostumar perigosamente com a ideia de que um time e um elenco fraco é capaz de fazer milagres ao longo de toda uma temporada. A improvável classificação à Libertadores, naquele ano, contribuiu para isso. Mas, impressionante campanha na competição sul-americana à parte, depois da eliminação para o Grêmio a carruagem virou abóbora e o time chegou ao fim de 2017 mal se aguentando em pé. Aí acharam que o Tigrão podia ser o novo Jair, corrigiram a bobagem tentando Valentim, e o título estadual, competição de nível a cada ano mais baixo, voltou a iludir, agora a diretoria. Mas um milagre em Brasileiro acontece, dois é improvável, e o Botafogo, agora com outro especialista em grupos mais frágeis, Zé Ricardo, tem uma boa chance nos próximos 28 dias de terminar o ano… dignamente, pra ficarmos por aqui.

 

As duas vitórias importantes contra adversários mais modestos, América-MG e Vitória, e ter saído vivo contra o Bahia na Sul-Americana, mostram que Zé achou um modelo de jogo e conquistou a confiança do elenco. E, principalmente, entendeu e fez time e torcida entenderem que o campeonato (e o fim de ano) alvinegro é ficar na Série A. E, nesse embalo, tem a sequencia ideal para que o time a aproveite e se afaste bem do Z-4 (até porque, depois dela, é paulada em cima de paulada, com um único respiro, na penúltima rodada, contra o Paraná em casa).

 

Senão vejamos: primeiro tem um São Paulo, onde uma derrota seria normal. Mas o Botafogo joga em casa, diante um rival que está na liderança, mas cambaleando. Exatamente pelo fato de uma derrota não trazer riscos de sequelas, Zé Ricardo pode tentar empurrar o São Paulo para trás e buscar uma vitória que pode ser decisiva na base da coragem.

 

Depois: Vasco, em casa, Ceará, fora, e Bahia, em casa. Três jogos que o Botafogo pode (e deveria) ganhar. Pode ser clássico, pode ser fora de casa, pode o mesmo rival da Sul-Americana… mas com foco dá para ganhar. E são confrontos diretos contra rebaixamento. Se montar time com a sabedoria que teve na última semana, Zé Ricardo pode buscar 9 pontos, chegar a 41 e, então, respirar e, quiçá partir para buscar a Sul-Americana.

 

Na compatição internacional…

 

 

… o Botafogo, dependendo do que conseguir nessa sequencia mais ou menos boa no Brasileiro, pode sonhar. Fez um gol contra o Bahia na Fonte Nova, e em casa pode beliscar a vaga às quartas. Dos times que estão ainda na competição, os melhores, mas nenhum imbatível, são Atlético-PR, Fluminense e San Lorenzo. Uma trajetória com resultados no início pode dar ao Botafogo um importante dado a mais: confiança.

 

Mas o título do post termina com uma pergunta: e o próximo ano? Esta é a pergunta que venho repetindo desde 2017. Até quando o Botafogo vai se contentar com Estadual, com milagres, com não cair? Estamos falando de um dos maiores clubes do futebol brasileiro, do clube que mais jogadores cedeu para Seleções brasileiras. E que não ganhou nada além de Estaduais neste século. 

 

Não dá nem para dizer que é pouco. Não é nada. Mesmo que venha a vencer a Sul-Americana, o Botafogo precisa subir de patamar a partir do ano que vem. Ou, se preferirem, voltar ao patamar que sempre foi o seu no Brasil: o mais alto.



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