Bet ligada a Gusttavo Lima não está na lista do Governo

A casa de apostas online Vai de Bet, ligada ao cantor Gusttavo Lima, não consta na lista de bets autorizadas pelo governo federal. A lista foi divulgada nesta terça-feira (1°) e define quais sites podem operar no Brasil. A marca, porém, alega ter cumprido os requisitos legais.

Gusttavo Lima é embaixador da Vai de Bet e já apareceu em propagandas da casa de apostas – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

No total, foram 199 casas de apostas operadas por 95 empresas que tiveram o seu nome publicado na lista. Segundo o Ministério da Fazenda, as bets autorizadas cumpriram os requisitos legais para se manterem em funcionamento e estão em situação regular na Secretaria de Prêmios e Apostas.

Sites que não pediram autorização e regularizaram a situação na Secretaria de Prêmios e Apostas, do Ministério da Fazenda, serão banidos do país nos próximos dias. Isso indica que a Vai de Bet pode ter sua operação encerrada.

Confira aqui a lista de bets autorizadas no Brasil.

Vai de Bet alega cumprimento de requisitos legais

Ao ND Mais, o BPX Bet Sports Group, detentor das marcas Vai de Bet, ObaBet e BetPix365, disse que solicitou esclarecimentos e pediu retificação do Ministério da Fazenda.

Em nota, a empresa disse que protocolou o requerimento em 19 de agosto e que apresentou a indicação de suas marcas e domínios em 26 de setembro, dentro do prazo, expirado no último dia 30.

Vai de Bet alega ter cumprido os requisitos legais para operar no Brasil – Foto: Bruno Peres/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

A reportagem buscou contato com o Ministério da Fazenda, mas não obteve retorno até o fechamento desta publicação. O espaço segue aberto.

A ligação entre Gusttavo Lima e a Vai de Bet

A Operação Integration apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro relacionado a casas de apostas online. Entre os alvos, estão os donos da Vai de Bet: o casal paraibano José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha.

O casal chegou a viajar junto com Gusttavo Lima para a ilha grega de Mykonos para celebrar os 35 anos do cantor no dia 3 de setembro.

Donos da Vai de Bet participaram da comemoração do aniversário do cantor na Grécia – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

Segundo a juíza Andréa Calado da Cruz, o cantor, cujo verdadeiro nome é Nivaldo Batista Lima, “ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça”.

A decisão da juíza foi justificada por conta da “intensa relação financeira” entre o cantor e os donos da casa de apostas, relação que inclui “movimentações suspeitas” e “levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”.

O depoimento do cantor

Em depoimento às autoridades pernambucanas, o cantor deu sua versão sobre essa relação. Ele se manifestou por carta, enviada à PCPE (Polícia Civil de Pernambuco), no dia 11 de setembro. A carta foi obtida pelo Diário de Pernambuco.

No texto, o cantor diz que conheceu André no dia 19 de junho de 2022, quando fez um show em Campina Grande, na Paraíba, cidade onde o casal morava. O sertanejo relatou que, após a apresentação, o dono da Vai de Bet teria entrado em contato com a equipe dele para “celebrar um contrato de uso de imagem e de voz do cantor”. O acordo era para ele se tornar garoto propaganda da casa de apostas, contrato que foi fechado três dias depois.

Gusttavo Lima tinha contrato de uso de imagem com a Vai de Bet – Foto: Reprodução/R7/ND

Lima também contou que os valores dos contratos com a empresa eram “pagos com total correção com relação ao seu valor e objeto”, dentro da formalidade, com emissão de notas fiscais, e alegou alegou que a casa de apostas não era alvo de nenhum inquérito policial na época da assinatura do acordo.

A PCPE afirmou que, em julho deste ano, Gusttavo Lima adquiriu uma participação de 25% na Vai de Bet. O cantor respondeu que desfez os acordos com a casa de apostas imediatamente após a deflagração da Operação Integration, no dia 4 de setembro, com notificação enviada à empresa.

Essa medida seria válida até que o cantor pudesse “ter certeza de que a parte contratante não cometeu nenhuma irregularidade”, segundo o depoimento.