O cantor Gusttavo Lima, de 35 anos, teve sua prisão decretada nesta segunda-feira (23) pelo TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco). A decisão faz parte das investigações da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e também resultou na prisão da advogada Deolane Bezerra.

O mandado de prisão foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, em Pernambuco. A decisão foi publicada após o Ministério Público devolver o inquérito à Polícia Civil, solicitando novas investigações.
Segundo o portal G1, que teve acesso ao documento, a juíza justificou a prisão afirmando que “no momento, não há outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública”.
Operação responsável por decreto de prisão de Gusttavo Lima

A Operação Integration, iniciada em 4 de setembro, resultou na prisão de Deolane Bezerra e de outros envolvidos. Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu um avião que pertencia ao cantor sertanejo Gusttavo Lima.
A aeronave foi recolhida enquanto passava por manutenção em um aeroporto de Jundiaí, em São Paulo.
Relembre o caso de Deolane Bezerra
Em junho deste ano, Deolane Bezerra abriu a empresa Zeroumbet, com capital de R$ 30 milhões. Três meses depois, foi presa na Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões em esquemas de lavagem de dinheiro relacionados a jogos de azar.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de Deolane e de R$ 14 milhões da sua empresa por suspeita de lavagem de dinheiro. Em depoimento, a influenciadora declarou ter uma renda mensal de R$ 1,5 milhão.
Além dela, outras 10 pessoas foram presas, incluindo o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.
Segundo a Polícia Civil, Deolane confirmou a compra de um Lamborghini Urus S, por R$ 3,85 milhões, de Darwin. A investigação revelou que a compra e venda de carros de luxo por meio da empresa levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro ligada ao jogo do bicho e a apostas esportivas.

No dia 4 de setembro, após sua prisão, Deolane publicou uma carta no Instagram, afirmando ser vítima de “uma grande injustiça” e lamentou a prisão de sua mãe.
A Justiça também decretou o sequestro de bens de outros alvos da operação, incluindo aeronaves e carros de luxo, além do bloqueio de R$ 2,1 bilhões em ativos financeiros. O valor solicitado pela polícia para bloqueio chega a R$ 3 bilhões.
Após ser beneficiada com um habeas corpus no dia 9 de setembro, Deolane deixou a cadeia e ficaria em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Em declaração à imprensa, afirmou que sua prisão foi “criminosa” e criticou a atuação do delegado.
Na noite do mesmo dia, uma nova carta manuscrita de Deolane foi publicada em suas redes sociais, onde reafirma sua inocência e diz não haver provas contra ela.
Entretanto, no dia 10 de setembro, a Justiça revogou a prisão domiciliar de Deolane por descumprimento das medidas cautelares.
