Moacir Pereira fala sobre carreira e recebe homenagem: ‘viva SC e o jornalismo’

Mais tranquilo, conhecendo os primeiros dias realmente livres das pressões do jornalismo político diário, Moacir Pereira fez um balanço da carreira que exerceu por mais de seis décadas.

Bate-papo aconteceu na sede da Associação Catarinense de Imprensa – Foto: Germano Rorato/ND

Para isso, foi sabatinado, na noite de quarta-feira (2), no Papo de Jornalista, evento da ACI (Associação Catarinense de Imprensa), em Florianópolis, respondendo a questões dos também jornalistas Lúcia Helena Vieira, Rogerio Kiefer e Upiara Boschi, todos diretores da ACI.

A presidente da entidade, Déborah Almada, abriu o evento e lançou a primeira pergunta. “Olhando para trás, o que vem à sua mente, ao pensar sobre os 60 anos de jornalismo, valeu a pena?”, questionou.

Moacir não hesitou ao revelar suas paixões. “Tenho algumas paixões, a Adir [esposa], minha família, depois Santa Catarina. De quinta-feira para cá, tem horas que sinto um certo vazio. Se o Grupo ND me fizer uma proposta para retornar e falar sobre cultura, gente de Santa Catarina, os fatos históricos ainda escondidos, volto com o vigor de um guri de 18 anos”, disse, arrancando aplausos. No público, familiares e amigos do radialista, comentarista de TV, colunista de jornal, escritor, professor e dirigente de entidades.

Jornalista acaba de deixar o colunismo diário para focar na produção literária – Foto: Germano Rorato/ND

Em cerca de uma hora de conversa, ele lembrou da época do curso de Direito, dos primeiros anos de comunicação em rádio, dos desafios de começar numa emissora com viés político-partidário. Também lembrou da luta pela criação do curso de jornalismo da UFSC, do qual foi um dos fundadores, professor e coordenador.

Também explicou o que o forjou como jornalista, destacando a importância da educação, dos relacionamentos e do cinema. E falou sobre os projetos de agora, como livros sobre o chargista Bonson, o político Antônio Carlos Konder Reis e até a possibilidade de uma obra sobre o governo Carlos Moisés, o qual já tem ideia de título: “Moisés, o Breve”.

Além do bate-papo descontraído, com o convidado provocando diversos risos na plateia, Moacir foi agraciado com uma placa em homenagem a uma das trajetórias mais destacadas da imprensa catarinense.

Bate-papo aconteceu na sede da Associação Catarinense de Imprensa – Foto: Germano Rorato/ND

“No dia que soube que o Moacir Pereira deixaria o jornalismo diário passou um filme na minha cabeça. Lembrei quando cheguei aqui, com 20 anos e desembarquei na cobertura política. Foi difícil concorrer por furos jornalísticos com o Moacir”, lembrou Déborah Almada.

“A interrupção da sua coluna diária não pode ser ignorada. O Moacir fez história no jornalismo e sua longa trajetória, ainda que a gente discorde de alguns pontos, merece ser respeitada”, salientou a presidente da ACI.

Emocionado, Moacir encerrou o evento agradecendo aos presentes. “Estou muito feliz, que Deus me permita manter essas fisionomias na memória e no coração eternamente, para agradecer toda essa gentileza. Vocês foram formidáveis. Não tenho palavras para dizer o quanto sou grato. Viva Santa Catarina e viva o jornalismo!”

Confira a íntegra do “Papo de Jornalista”, com Moacir Pereira:



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