Quem era produtor musical de SC executado em SP

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O produtor musical catarinense David Beckhauser Santos Herold, executado com mais de 30 tiros em São Paulo nesta quarta-feira (20), tinha no currículo uma passagem pelo exército norte-americano e uma condenação por um homicídio durante uma rixa de facção em Florianópolis.

produtor musical catarinense David Beckhauser Santos Herold fardado com arma enquanto servia ao exército norte-americanoProdutor musical teria servido no exército norte-americano de 2008 a 2013 e participado da Guerra do Afeganistão – Foto: Domingo Espetacular/Reprodução/ND

David foi morto enquanto gravava um clipe do cantor Bernardo Soares da Rosa, de 20 anos, conhecido como Boladin 211. O assassinato ocorreu na zona norte de São Paulo, na noite desta quarta.

A dupla estava no intervalo da gravação de um videoclipe quando dois homens chegaram e atiraram 60 vezes contra David. Ele foi atingido com 32 tiros e chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a execução do produtor musical tenha sido motivada por uma rixa entre facções. Os policiais informaram que David era associado a uma facção de Santa Catarina, onde ele nasceu e morava.

David (moletom claro) posa para foto com Boladin 211 (moletom preto)David (moletom claro) posa para foto com Boladin 211 (moletom preto) – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

Produtor musical teria sido condenado por homicídio em briga pelo domínio do Morro do 25

Conhecido como o Americano, David foi condenado a 16 anos pela morte do traficante Thiago Polucena de Oliveira, no dia 26 de março de 2014. A condenação do produtor musical ocorreu em maio de 2016.

A família Polucena comandava o tráfico de drogas no Morro do 25, na região central de Florianópolis. Conforme o delegado de homicídios da Capital, Ênio Matos, a morte ocorreu em uma briga pelo domínio do Morro do 25, em Florianópolis.

Naquela manhã do assassinato, a casa onde moravam Thiago e o irmão Leonardo, que não quiseram entrar para a facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), foi atacada por homens vestidos de preto.

Thiago morreu na hora e Leonardo ficou ferido. Os criminosos deram mais de 100 tiros em direção à casa. A ordem da invasão teria sido ordenada pelo PGC.

Segundo a polícia, o produtor musical estava na cena do crime. Uma das armas utilizada na invasão seguida de tiros, a pistola Glock com cinco carregadores, dois curtos e três longos, foi apresentada no julgamento.

Na ocasião, o delegado Ênio demonstrou o funcionamento da pistola e contou que apreendeu a arma na fronha do travesseiro de André Vargas Pinto, no bairro Saco dos Limões. Naquela noite, David dormia na casa de André, amigo de infância.

Ambos foram levados a júri, mas o julgamento foi desmembrado. André, julgado no dia 5 de março, foi condenado a 47 anos de reclusão. A defesa dele recorreu. O recurso ainda não foi apreciado pelo Tribunal de Justiça.

“Sou inocente”, disse David no julgamento. “Eu nem conhecia o morro. Fui lá com o André porque ele queria comprar maconha. Mas eu não uso drogas.”

David foi condenado a 16 anos de prisão em 2016, quando tinha 25 anos - Flávio Tin/Arquivo/ND

David foi condenado a 16 anos de prisão em 2016, quando tinha 25 anos – Flávio Tin/Arquivo/ND

David tinha dupla cidadania norte-americana - Divulgação/ND

David tinha dupla cidadania norte-americana – Divulgação/ND

David foi ex-soldado pelos EUA na Guerra do Afeganistão

David foi para os Estados Unidos porque a mãe casou com um norte-americano e entrou para o exército quando fez 18 anos.

O produtor musical serviu de 2008 a 2013 e teria participado da Guerra do Afeganistão. Ele saiu do Exército norte-americano por conta de uma lesão física e voltou para Florianópolis, onde, por volta de 2014, trabalhava com a família no Riozinho, na praia do Campeche.



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