Quem era produtor musical de SC executado em SP
O produtor musical catarinense David Beckhauser Santos Herold, executado com mais de 30 tiros em São Paulo nesta quarta-feira (20), tinha no currículo uma passagem pelo exército norte-americano e uma condenação por um homicídio durante uma rixa de facção em Florianópolis.
David foi morto enquanto gravava um clipe do cantor Bernardo Soares da Rosa, de 20 anos, conhecido como Boladin 211. O assassinato ocorreu na zona norte de São Paulo, na noite desta quarta.
A dupla estava no intervalo da gravação de um videoclipe quando dois homens chegaram e atiraram 60 vezes contra David. Ele foi atingido com 32 tiros e chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a execução do produtor musical tenha sido motivada por uma rixa entre facções. Os policiais informaram que David era associado a uma facção de Santa Catarina, onde ele nasceu e morava.
Produtor musical teria sido condenado por homicídio em briga pelo domínio do Morro do 25
Conhecido como o Americano, David foi condenado a 16 anos pela morte do traficante Thiago Polucena de Oliveira, no dia 26 de março de 2014. A condenação do produtor musical ocorreu em maio de 2016.
A família Polucena comandava o tráfico de drogas no Morro do 25, na região central de Florianópolis. Conforme o delegado de homicídios da Capital, Ênio Matos, a morte ocorreu em uma briga pelo domínio do Morro do 25, em Florianópolis.
Naquela manhã do assassinato, a casa onde moravam Thiago e o irmão Leonardo, que não quiseram entrar para a facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), foi atacada por homens vestidos de preto.
Thiago morreu na hora e Leonardo ficou ferido. Os criminosos deram mais de 100 tiros em direção à casa. A ordem da invasão teria sido ordenada pelo PGC.
Segundo a polícia, o produtor musical estava na cena do crime. Uma das armas utilizada na invasão seguida de tiros, a pistola Glock com cinco carregadores, dois curtos e três longos, foi apresentada no julgamento.
Na ocasião, o delegado Ênio demonstrou o funcionamento da pistola e contou que apreendeu a arma na fronha do travesseiro de André Vargas Pinto, no bairro Saco dos Limões. Naquela noite, David dormia na casa de André, amigo de infância.
Ambos foram levados a júri, mas o julgamento foi desmembrado. André, julgado no dia 5 de março, foi condenado a 47 anos de reclusão. A defesa dele recorreu. O recurso ainda não foi apreciado pelo Tribunal de Justiça.
“Sou inocente”, disse David no julgamento. “Eu nem conhecia o morro. Fui lá com o André porque ele queria comprar maconha. Mas eu não uso drogas.”
David foi ex-soldado pelos EUA na Guerra do Afeganistão
David foi para os Estados Unidos porque a mãe casou com um norte-americano e entrou para o exército quando fez 18 anos.
O produtor musical serviu de 2008 a 2013 e teria participado da Guerra do Afeganistão. Ele saiu do Exército norte-americano por conta de uma lesão física e voltou para Florianópolis, onde, por volta de 2014, trabalhava com a família no Riozinho, na praia do Campeche.
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