Pablo Marçal, o farsante, é fruto de uma árvore envenenada

Pablo Marçal (PRTB) aos berros contra Ricardo Nunes (PSDB) -- Metrópoles

Pablo Marçal é um farsante em todas as acepções da palavra. Não bastasse a sua ficha policial pregressa, não bastasse ter degradado os debates entre candidatos à prefeitura de São Paulo ao nível do esgoto in natura, ele forjou um laudo falso, com a ajuda de um picareta, para provar a sua acusação de que Guilherme Boulos seria viciado em cocaína.

Ao divulgá-lo praticamente na véspera da votação do primeiro turno, Pablo Marçal pretendeu que a mentira tosca tivesse o efeito de fato consumado para prejudicar eleitoralmente Guilherme Boulos, que o venceria no segundo turno, de acordo com as pesquisas. Quis também minimizar ainda mais o risco de ser retirado da disputa ou até mesmo de ser preso por causa da falsificação, visto que a legislação não permite a prisão de candidatos a partir de 15 dias antes do primeiro turno.

A ver o tamanho do estrago que ele causará na candidatura de Guilherme Boulos ou se o golpe sujo se voltará nas urnas contra quem o perpetrou. A Justiça Eleitoral determinou a retirada do laudo falso das redes sociais, mas não a suspensão das contas de Pablo Marçal.

O farsante não é exceção, embora a sua ousadia seja espantosa mesmo para os largos padrões nacionais. Ele é outro produto do processo de aviltamento da política brasileira. Aviltamento do qual os partidos são a raiz, o tronco, os galhos.

Os partidos, que supostamente representam os interesses das diversas parcelas da população,  deveriam ser o filtro para impedir que gentalha como Pablo Marçal pudesse ser candidata a qualquer cargo eletivo. Mas eles passaram a ser organizações especializadas em sugar dinheiro público dentro ou fora da legalidade. Representam somente os interesses escusos de si próprios. É mandatório, portanto, que os piores sejam selecionados para integrá-los como quadros ou para adentrá-los por atalhos reservados a vigaristas de ocasião que se apresentam como bons parceiros comerciais.

O processo de apodrecimento é geral, não é exclusivamente de direita ou de esquerda. Pablo Marçal é fruto de uma árvore envenenada: a dos partidos brasileiros.



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