Superalimento? Especialistas revelam benefícios incríveis do café
Presente em muitos lares brasileiros, o café faz parte da rotina de várias pessoas, principalmente no que diz respeito a sabor, energia e até mesmo um momento de pausa para revigorar. Embora seja sempre associado a um estímulo extra ao corpo, ou seja, de nos fazer despertar, o grão vem com um bônus: é enriquecido em nutrientes que beneficiam a saúde de diferentes maneiras.
De acordo com a nutricionista Vanessa Furstenberger, o café é rico em polifenóis, que são substâncias antioxidantes excelentes para o organismo. “Os principais polifenóis encontrados no grão são o ácido clorogênico e o ácido cafeico. O primeiro é muito abundante e pode ajudar a melhorar o metabolismo da glicose e a reduzir o risco de doenças crônicas. Já o segundo, embora menos presente, pode ajudar a proteger as células do estresse oxidativo”, diz à coluna.
Além desses compostos, o café ainda é fonte de flavonóides e lignanas, que também são antioxidantes.
A nutricionista Amanda Figueiredo acrescenta que a cafeína é um fitoquímico com ação estimulante capaz de aumentar o estado de alerta e a concentração. No entanto, outra propriedade desse fitoquímico é induzir a produção de hormônios ligados à sensação de prazer e bem-estar em algumas pessoas.
Vitaminas do complexo B, potássio e manganês também integram o ingrediente, conforme aponta a especialista.
“O café contém uma grande quantidade de antioxidantes, como os polifenóis, que ajudam a combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular e algumas doenças crônicas. Segundo diversos estudos, o seu consumo pode, portanto, auxiliar na proteção contra doenças inflamatórias e cardiovasculares”, destaca Amanda.
Vanessa comenta que alguns estudos recentes apontam que os polifenóis podem ampliar a sensibilidade à insulina e reduzir os níveis de glicose no sangue, ao aumentarem o hormônio adipomectina, relacionado à diminuição da resistência à insulina. Consequentemente, há uma melhora do metabolismo.
A nutricionista observa, também, que, em quantidades moderadas, os polifenóis do café podem ajudar a apoiar a função cognitiva. “Mas esses benefícios variam de pessoa para pessoa”, pondera.
Já no que diz respeito ao ácido clorogênico encontrado na bebida, essa substância é um potente antioxidante com ação anti-inflamatória no organismo. Sem contar que o ingrediente atua como estimulador do funcionamento intestinal.
“O consumo do café aumenta as contrações do intestino, que empurram os resíduos para fora do organismo. Além disso, a cafeína provoca um aumento na produção de ácidos biliares no corpo. Beber café pode fazer com que a vesícula libere a bile no intestino, soltando-o e estimulando a vontade de ir ao banheiro”, conta a profissional.
Contraindicações
Apesar de tantos proveitos, beber café exige prudência. Amanda explica que é importante estar ciente dos possíveis riscos associados ao consumo excessivo ou em certas situações. “Para a maioria das pessoas, ingerir até 400 mg de cafeína por dia (aproximadamente três a quatro xícaras de café) é considerado seguro. No entanto, o consumo exagerado pode causar efeitos colaterais, como insônia, nervosismo, ansiedade, taquicardia, irritabilidade e tremores”, alerta.
Crianças com menos de 2 anos não podem ingerir a bebida, vale destacar.
A especialista adverte também que a cafeína pode aumentar temporariamente a pressão arterial. Logo, pessoas com hipertensão devem monitorar o consumo, pois o excesso pode agravar a condição. “Pacientes com arritmias ou doenças cardíacas também devem ter cautela, uma vez que a cafeína pode afetar o ritmo cardíaco e aumentar os batimentos”, complementa.
Já indivíduos com transtornos de ansiedade, insônia ou distúrbios do sono podem sofrer com os efeitos estimulantes do café, que pode intensificar a agitação, irritabilidade e dificuldade para dormir, conforme elucida Amanda.
Segundo Vanessa, há pessoas com uma metabolização mais rápida da cafeína. “Mesmo tomando uma grande quantidade da bebida, elas não se sentem tão estimuladas. Outras, já têm uma metabolização mais lenta, sentindo-se muito estimuladas mesmo com uma pouca quantidade de café”, alega.
“Principalmente aos indivíduos que têm a metabolização mais lenta da cafeína, é recomendado que a bebida não seja consumida pelo menos quatro horas antes de dormir, para que se tenha uma boa qualidade de sono”, sugere.
Amanda acrescenta que o consumo excessivo ainda pode interferir na absorção de cálcio, aumentando o risco de osteoporose em indivíduos predispostos. “Mulheres pós-menopausa, que já têm maior risco de perda óssea, devem moderar o consumo de café e garantir uma ingestão adequada de cálcio”, aconselha.
Já quanto às gestantes, não há dose segura de consumo de café durante a gravidez confirmada pela ciência. “A cafeína atravessa a placenta e pode afetar o desenvolvimento do feto, aumentando o risco de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso ao nascer. Mas, de acordo com algumas diretrizes, a quantidade máxima recomendada de café durante a gravidez é de até 1 xícara de 340 ml de café coado”, diz a nutricionista.
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