Ferrari pula muito ou pilotos reclamam demais? Sainz e engenheiro discordam
“Na verdade, se você voltar a meados dos anos 90 ou até antes, os carros costumavam balançar muito e os pilotos estavam acostumados a isso. Aqueles pilotos diriam ‘meu Deus, essas crianças de hoje deveriam ter pilotado um carro dos anos 1980 para saber o era realmente difícil’, então os pilotos se acostumaram e é só realmente quando eles realmente entram no âmago da questão de onde vem o desempenho, eles pensam ‘bem, na verdade, está balançando demais, mas não é algo horrível impossível de pilotar’.”
O comentário não foi bem recebido por Carlos Sainz, que está de saída da Ferrari e que vem demonstrando descontentamento com o que ele chama de “uma série de teorias” que a Scuderia tem sobre dois problemas principais do carro deste ano: o rendimento ruim em curvas de alta velocidade, que está relacionado ao bouncing, e a dificuldade em colocar energia no pneu em uma volta lançada (o que afetou o fim de semana de ambos os pilotos após a classificação ruim em Singapura e é parte da explicação para Charles Leclerc ter perdido uma vantagem de quase 6s para Oscar Piastri após uma troca de pneus no GP do Azerbaijão, algo fundamental para a vitória do australiano). O espanhol, inclusive, disse após Singapura que “parece que teorias são o que mais temos nesse momento.”
Sobre as declarações do engenheiro, Sainz disse ao UOL Esporte que há diferenças importantes na velocidade dos carros de cada época.
“Convido qualquer piloto que diga que podemos reclamar muito para pilotar os carros e ver o ritmo que andamos hoje em dia, estamos fazendo curvas a 300 com o carro pulando. Pessoas que dizem que podemos aguentar mais, convido-as a experimentar o carro a partir de 2022 e ver como a parte inferior do corpo reagirá. Quem não pilota esses carros não deve falar nada.”
Mas é claro que Jock Clear não nega que o carro da Ferrari ainda salta em altas velocidades. Na verdade, a Scuderia implementou um assoalho no GP da Itália justamente para coibir esse movimento, que se intensificou com uma atualização que não deu certo no GP da Espanha. De lá para cá, a F1 só correu em pistas com curvas mais lentas, então o teste real será na próxima etapa, o GP dos Estados Unidos, dia 20 de outubro.
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