Modelo inovador brasileiro prevê furacão • InovaSocial

Na última semana, o recém-desenvolvido Modelo para Previsões de Oceano, Terra e Atmosfera (MONAN), da comunidade científica brasileira, fez algo notável: previu com precisão a formação e trajetória do furacão Helene, que varreu parte dos Estados Unidos no dia 26 de setembro. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o MONAN representa um salto gigantesco na forma como prevemos eventos climáticos extremos – uma habilidade cada vez mais vital nos dias de hoje.

O Helene, um furacão de categoria 4, passou pela Flórida e outros estados americanos, deixando um rastro de destruição. Mas, antes que isso acontecesse, o MONAN já havia antecipado cada detalhe: desde a formação do fenômeno até o ponto exato onde o furacão tocaria o continente. Um feito e tanto para um modelo que ainda está em fase de testes! E tudo isso coloca o Brasil em uma posição de destaque quando o assunto é previsão meteorológica de alta complexidade.

O pesquisador Saulo Freitas, líder do projeto e chefe da Divisão de Modelagem Numérica do Sistema Terrestre do Inpe, explica que o MONAN foi criado exatamente para enfrentar desafios como esse. “Prever furacões é um dos maiores desafios da meteorologia moderna, por serem sistemas extremamente complexos e severos. Ver o MONAN acertar em cheio na previsão do Helene foi um ótimo teste da capacidade do modelo”, comenta Saulo, com um entusiasmo palpável que reflete a importância dessa conquista.

E não é só para prever furacões nos Estados Unidos que o MONAN está sendo preparado. O grande objetivo é que ele se torne uma ferramenta valiosa para prever eventos severos também aqui no Brasil – pense em chuvas torrenciais e enchentes, por exemplo. O potencial é enorme, especialmente com a adaptação do modelo para nossas condições tropicais e subtropicais. E o melhor: o MONAN já está dando resultados impressionantes, mesmo antes de ser oficialmente operacional.

O Helene, com ventos de até 140 km/h, foi um dos furacões mais potentes a atingir os Estados Unidos em 2023, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). A força do fenômeno gerou estragos significativos, e os números falam por si: milhões de pessoas ficaram sem energia, e houve pelo menos 160 mortes confirmadas. Freitas ainda ressalta que o aquecimento das águas do Atlântico Norte contribuiu para que o furacão ganhasse tanta força, tornando-se um teste à altura das capacidades do MONAN.

O modelo ainda vai passar por mais testes, especialmente com a chegada de um novo supercomputador que promete refinar ainda mais as previsões. Mas, se depender dos primeiros resultados, o Brasil está bem encaminhado para se tornar uma referência global em previsões climáticas – e quem sabe, seremos nós a prever o próximo grande furacão ou tempestade que venha desafiar a ciência meteorológica.

Com o MONAN, o Brasil dá um passo firme na liderança de previsões ambientais, deixando claro que não estamos apenas observando o clima mudar – estamos à frente, tentando prever e mitigar seus efeitos, sempre com um olhar atento ao que está por vir.

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Créditos: Imagem Destaque – 19 STUDIO/Shutterstock



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