Brasil continua a depender de Neymar; isso é preocupante – 10/10/2024 – O Mundo É uma Bola

Fará um ano, na próxima semana, que Neymar está sem jogar uma partida de futebol.

No dia 17 de outubro de 2023, o atacante do Al Hilal (Arábia Saudita) teve contra o Uruguai, em Montevidéu, séria lesão no joelho esquerdo, que exigiu cirurgia. Desde então, iniciou longa recuperação.

Esperava-se que estivesse de volta por estas épocas, porém, segundo notícias recentes, o retorno acontecerá só no começo de 2025.

No período sem Neymar, a seleção brasileira teve desempenho sofrível, como poucas vezes se viu na história.

Com dois treinadores (Fernando Diniz e o atual, Dorival Júnior), entre amistosos e jogos válidos por competição (Copa América e Eliminatórias da Copa do Mundo), o Brasil atuou 12 vezes. Ganhou quatro, empatou cinco, perdeu três.

Não parece trágico o cartel, só que nele estão contidos eliminação nas quartas de final da Copa América nos EUA (nos pênaltis, diante do Uruguai) e três reveses no qualificatório para o Mundial (derrotas para Colômbia, Argentina e Paraguai).

A situação deixou a seleção em posição desconfortável na tabela, com os mais pessimistas (ou realistas) vislumbrando a possibilidade de não classificação para a competição de 2026.

Uma vitória contra o Chile, em Santiago, na noite desta quinta-feira (10), aliviará o quadro, mas não resolverá um problema maior: o Brasil ainda é dependente de Neymar.

Com o artilheiro (é o maior goleador da história da seleção, 79 gols, mais que Pelé), idolatrado por milhares de fãs e detestado por milhares de não fãs, a seleção é melhor. Não é impressão pessoal, os resultados falam por si.

Neymar estreou pela equipe principal do Brasil em agosto de 2010. A partir daí, com ele em campo, a seleção atuou 128 vezes. Perdeu só nove (7%). Sem o seu camisa 10, foram 60 partidas –sem contar a contra os chilenos. Perdeu 15 (25%). Diferença gritante.

Assim, para quem desgosta do jogador, digo: se você considera ruim com ele, fica muito pior sem ele.

O que se deve destacar é que o Brasil, nessa “era Neymar”, na qual não chegou ao topo do mundo, fracassando em três Copas seguidas (2014, 2018 e 2022), se viu, e se vê, sem um craque que o substitua.

Cresci e vivi, dos anos 1980 até a primeira década deste século, vendo isto acontecer: saíram Zico e Sócrates, a seleção teve Romário e Bebeto; saiu essa dupla, chegou um trio (Ronaldo Fenômeno, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho); eles se foram, havia Kaká e Robinho.

Depois, o protagonismo passou para Neymar. Voo solo. E vamos para quase 15 anos de protagonismo de Neymar. Ninguém surgiu, pelo menos não de forma clara, contundente, assertiva, para receber dele o bastão, para liderar a seleção sendo “o” craque.

Quando Neymar joga pelo Brasil, o time tem ele e dez coadjuvantes. Quando não joga, o time tem 11 coadjuvantes.

O papel principal parecia destinado a Vinicius Junior, 24, que não consegue com a camisa amarela emanar o brilho que todos veem quando com a camisa branca do Real Madrid, clube pelo qual ganhou, encantando, duas Champions League.

Neymar, 32 anos e meio, já pode ser considerado veterano. Tecnicamente, não deixará de ser excelente. Fisicamente, com o recente histórico de lesões, tem, e terá cada vez mais, limites.

Precisa de um sucessor. Para ontem.


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