Decisão sobre retorno do horário de verão tem data definida
A decisão sobre o retorno do horário de verão será feita pelo Governo Federal na próxima terça-feira (15), segundo anunciou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Inicialmente, a decisão seria tomada no final de setembro, mas acabou sendo adiada.
O ministro afirmou que irá se reunir com a equipe técnica da pasta para definir a questão. De acordo com Silveira, a reunião foi marcada para terça-feira (15) pois a questão é urgente e a decisão não pode mais ser adiada.
Ele reiterou que a pressa se dá pela necessidade de permitir que os setores que serão impactados se preparem, pois, caso retorne, o horário de verão deverá ser adotado ainda em 2024.
“Se tem algo que não se pode abrir em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade. A importância maior do horário de verão e tem muita importância é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro, [a questão] tem uma importância vigorosa”, disse o ministro nesta sexta-feira (11), em Roma, após participar de uma palestra na capital italiana.
A “batida de martelo” será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já decidiu que o horário de verão não retornará antes do segundo turno das eleições municipais, no dia 27 deste mês.
Crise hídrica está no centro da questão
Segundo um estudo feito pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o país passa pela maior seca 1950. A baixa quantidade de chuvas no Brasil interfere nos níveis de água das hidrelétricas, que correspondem a cerca de 90% da produção de energia elétrica no país.
A baixa nos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, que atingiram o em setembro menor índice dos últimos três anos, fez a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciar o aumento na bandeira tarifária da conta de luz, para que a população consuma menos energia nesse período.
Apesar de o vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Silveira já terem afirmado que o Brasil não terá uma crise energética em 2024, um relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) aponta uma economia em torno de R$ 400 milhões com o retorno do horário de verão, considerando que o atraso do relógio em uma hora proporciona maior exposição da energia solar em comércios, residências, indústrias e iluminação pública.
Horário de verão deixou de ser adotado no Brasil em 2019
Usado pela primeira vez no Brasil em 1931, o horário de verão passou a ser uma medida permanente em 2008. Todos os anos, a mudança no horário era a partir do primeiro domingo do mês de novembro até o terceiro domingo do mês de fevereiro do ano seguinte.
No horário de verão, os relógios são adiantados em uma hora para reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente nos horários de pico. Um dos intuitos é aproveitar mais a luz do dia.
Em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliou que a política não cumpria mais o propósito para o qual tinha sido desenhada, alegando que os hábitos de consumo de energia dos brasileiros mudaram.
A medida, caso retorne, vale para Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
*Com informações da Agência Brasil
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