Há sangue sobre crianças em Israel e Gaza, diz líder da vencedora do Nobel da Paz – 11/10/2024 – Mundo
Toshiyuki Mimaki estava fora de si de alegria quando soube que o grupo de sobreviventes da bomba atômica do qual ele é um dos presidentes havia ganhado o Prêmio Nobel da Paz, mas depois conteve as lágrimas ao imaginar crianças sob a violência em Israel e na Faixa de Gaza.
A organização japonesa Nihon Hidankyo, um movimento de sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, ganhou o prêmio na sexta-feira (11).
“Especialmente em lugares como Israel e Gaza, crianças estão cobertas de sangue e vivendo todos os dias sem comida, tendo suas escolas destruídas, estações destruídas e pontes destruídas”, disse Mimaki em entrevista à emissora pública japonesa NHK.
Embora o ativista tenha reconhecido que o prêmio daria grande impulso aos esforços de seu grupo para demonstrar que era possível abolir as armas nucleares, ele reconheceu que muitos países pareciam desinteressados em ver um mundo sem elas.
“As Nações Unidas decidiram que haverá cinco países com armas nucleares, mas cada vez mais países estão adquirindo-as. Somos absolutamente contra a ideia de que o mundo está seguro porque existem armas nucleares”, afirmou. “É impossível manter a paz no mundo em um mundo com armas nucleares.”
A Nihon Hidankyo foi formada em 1956, motivada em parte pelos testes de uma bomba de hidrogênio pelos Estados Unidos no Oceano Pacífico em 1954.
Mimaki, que tinha três anos quando os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, culpou os governos por travarem guerras mesmo quando seus cidadãos anseiam por paz.
“As pessoas desejam a paz. Mas políticos insistem em travar guerra, dizendo: ‘Não vamos parar até vencer’. Acho que isso é verdade para a Rússia e Israel, e sempre me pergunto se o poder das Nações Unidas não poderia pôr fim a isso.”
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, tem lançado a carta nuclear repetidamente ao dizer a rivais ocidentais sobre as potenciais consequências do uso do armamento atômico.
Este mês, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse que seu país aceleraria o passo para se tornar uma potência militar com armas nucleares e não descartaria usá-las se fosse atacado.
Há ainda preocupações no Oriente Médio, onde Israel nega as 90 ogivas nucleares que possuem, de acordo com especialistas, enquanto o Irã, o arquirrival regional do Estado judeu, leva em frente seu programa nuclear.
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