Preso na Mensageiro, vice de cidade de SC perde eleição por 23 votos
O ano 2024 deve ficar na memória de Jaime Antonio de Souza (PL), como um período de fortes emoções na sua carreira política. Isso porque ele foi detido pela Operação Mensageiro no final de abril, enquanto era vice-prefeito de São João do Itaperiú, no Norte do Estado, e perdeu a eleição do último domingo (6) por apenas 23 votos.
Ex-companheiro de chapa de Clezio José Fortunato, prefeito da cidade que também foi preso, Jaime de Souza saiu da prisão pouco tempo depois e decidiu tentar herdar o espólio político do ex-chefe do Executivo. A empreitada, por pouco, não deu certo.
Candidato pelo PL, Jaime disputou a eleição contra Rovâni, do PSD, e conquistou 49,69% dos votos (1.837). O vencedor levou o pleito com 50,31% (1.860). Para quem estampou as páginas policiais por algumas semanas e foi atingido em cheio pela investigação mais proeminente da história do Estado, o resultado não deixa de ser surpreendente.
Vices de outros prefeitos presos pela Mensageiro conseguiram se reeleger
Se para Jaime de Souza faltou pouco para a tentativa de voltar ao Executivo dar certo, outros dois vices de cidades atingidas pela Mensageiro conseguiram a reeleição. Ana Claudia Quege, de Três Barras e Jeferson Garcia, de Itapoá, vão comandar suas cidades pelos próximos quatro anos.
No caso de Três Barras, Ana Claudia assumiu o mandato após Luiz Shimoguiri ser preso pela operação em abril de 2023. Ele renunciou ao cargo meses depois, deixando o caminho livre para a vice assumir definitivamente o mandato.
Durante as enchentes que atingiram a região em outubro do ano passado, a nova prefeita ganhou projeção e, após mudar do Progressistas para o MDB, foi reeleita com 82,86% dos votos.
Já em Itapoá, Jeferson Garcia foi quem passou a comandar o município após a prisão do ex-prefeito da cidade em dezembro de 2022, na primeira fase da Mensageiro. Ele ficou no cargo até meados de agosto, quando o TSE caçou a chapa pela qual ele concorreu em 2020 e precisou deixar a cadeira.
Antes disso, porém, Garcia e o partido do ex-prefeito, o PL, já tinham rompido, e a disputa na cidade foi marcada pelo embate direto entre os ex-aliados. Jeferson levou a melhor e foi eleito com 52,30% dos votos, contra 41,17% de Tiago de Oliveira (PL).
Maioria dos partidos e ex-aliados de alvos da Mensageiro e da Et Pater Filium perdeu no Norte de SC
Enquanto em Três Barras e Itapoá houve vitória de ex-aliados de alvos da Mensageiro, o mesmo não ocorreu em cidades como Massaranduba, São João do Itaperiú, Guaramirim e Corupá. Situação parecida também em Bela Vista do Toldo e Canoinhas, onde a Et Pater Filium também prendeu prefeitos.
Nestes seis municípios, as chapas nas quais estiveram vices-prefeitos ou partidos de prefeitos presos perderam a eleição. Já em Schroeder, outra cisão curiosa: o MDB, partido de Felipe Voigt que foi detido na operação, se coligou à chapa vencedora de Jair Bridaroli. Já o ex-vice de Voigt, Lauro Tomczak, que tentava se reeleger na cadeira de prefeito, ficcou em segundo lugar.
Nas cidades de Papanduva e Balneário Barra do Sul, os partidos dos prefeitos detidos pela Mensageiros não lançaram candidatos e nem se coligaram a nenhuma das chapas. Já em Barra Velha, Daniel Cunha venceu a disputa tendo o PL de Douglas Elias da Costa na coligação. Neste caso, o ex-prefeito foi detido pela Operação Travessia.
No caso de Major Vieira, Aline Ruthes se tornou a primeira mulher eleita prefeita na cidade com o PT na coligação, legenda da qual fazia parte o vice do ex-prefeito da cidade, do Patriota, que também foi detido pela Mensageiro.
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