“Ah, mas tratar disso em pleno segundo turno é interferir no jogo eleitoral”, bradam alguns no intuito de proteger o prefeito. Não, não é. Ricardo Nunes é candidato à reeleição, mas continua o responsável pela administração da cidade e pelas decisões que tomou até agora.
Tanto no ano passado quanto agora, sentindo que estava sendo arrastado para a lama junto com a Enel, ele trata de pedir a cabeça da empresa. E diz que o tema da concessão é federal, não municipal.
Sim, mas a zeladoria é municipal.
Sempre defendi aqui que eleições deveriam ser movidas para época de chuvas no Brasil, pelo menos no Sul e no Sudeste, porque a memória de muita gente seca com o passar do tempo. As mudanças climáticas, infelizmente, atenderam a minha sugestão.
Mas não tenho muita esperança que isso levante um debate real. Tem mais gente interessada em saber o que pensam os candidatos sobre Venezuela e Hamas do que sobre a capacidade da cidade de fazer frente às mudanças climáticas.
Os seis mortos em novembro de 2023 e os sete, até agora, deste último temporal deveriam ser o bastante para que priorizássemos a adaptação da capital e do interior para um futuro de eventos climáticas extremos.