Após tempestade, apagão em São Paulo deixa mais de 530 mil sem luz
A tempestade que atingiu São Paulo, na sexta-feira (11), ainda causa prejuízos à população. Passadas mais de 60 horas do acontecimento, 537 mil consumidores continuam sem luz no estado. O fenômeno tem semelhanças com o Furacão Milton, que atingiu o Sul dos Estados Unidos na quarta-feira (9), pela intensidade e potencial destrutivo.
Segundo a Enel, empresa fornecedora de energia, os municípios mais afetados pela tempestade são Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema, além da capital paulista.
As equipes da empresa recebem apoio de 2500 funcionários, vindos dos estados do Ceará e do Rio de Janeiro.
Tempestade que atingiu São Paulo tem semelhanças com Furacão Milton
Segundo o R7, ambos os fenômenos meteorológicos possuem semelhanças, embora as nuvens causadoras dessas precipitações tenham se formado em locais diferentes — no continente, no caso do Brasil, e no oceano, no do desastre americano.
Os dois fenômenos estão relacionados ao aumento do efeito estufa: 2024 foi o ano mais quente da história, segundo o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus. Segundo meteorologistas ouvidos pelo R7, os dois surgiram a partir de alterações atípicas de fatores cruciais, como: o calor, a umidade do ar e a pressão atmosférica de uma determinada região.
Como a tempestade em São Paulo se formou?
A chuva com rajadas de vento de mais de 100 km/h, que atingiu a região metropolitana paulista e gerou um apagão em São Paulo, foi provocada pela passagem de um aglomerado de nuvens do tipo “cumulonimbus”, segundo o Climatempo.
Elas se formaram ao longo da própria sexta-feira, estimuladas pela grande disponibilidade de umidade na região e pelo encontro da atmosfera aquecida do estado com a frente fria proveniente do litoral, em uma área de baixa pressão — entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul.
Como o furacão nos Estados Unidos se formou?
O furacão Milton, por sua vez, é resultado de um movimento atípico dos ventos do oeste para o leste no hemisfério norte, diferentemente da maioria dos ciclones tropicais, que também se formam em águas quentes, mas seguem direção contrária.
O fenômeno é mais um resultado de uma combinação de elementos mortal, que inclui as altas temperaturas do Atlântico tropical. Foi essa situação que forneceu energia para o redirecionamento dos ventos para o norte, em vez de limitá-los à região do Caribe e do golfo do México.
Tempestade deixa mortos e causa apagão em São Paulo
Além do apagão em São Paulo, a Defesa Civil já comunicou a morte de sete pessoas em decorrência da tempestade que atingiu o estado brasileiro. Em Bauru, no interior de São Paulo, três pessoas e um cachorro morreram após a queda de um muro. Na zona sul da Capital, uma queda de árvore deixou um morto no Campo Limpo.
Em todo estado, 537 mil pessoas estão sem luz. Segundo a Enel, a maioria dos consumidores está na capital, cerca de 354 mil. Em Cotia, há 36,9 mil imóveis no escuro; em Taboão da Serra, 32,7 mil; e em São Bernardo do Campo, 28,1 mil.
Nesta segunda-feira (14), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concederá uma entrevista coletiva, às 10h30, em São Paulo, para falar sobre a força-tarefa envolvendo outras concessionárias de energia do país para normalizar a situação nos locais afetados.
*Com informações do R7.
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