Famílias são obrigadas a deixar residencial condenado em SC

Todas as famílias residentes do Residencial Jomar, no bairro da Murta em Itajaí, no Litoral Norte, têm até segunda-feira (21) para deixarem suas casas. Em agosto, três blocos do condomínio foram interditados pela Defesa Civil pelo risco de desabamento.

Ao todo, 48 unidades foram condenadas pelo laudo feito pela Caixa Econômica Federal, financiadora do imóvel, que atesta o comprometimento estrutural dos edifícios entregues há pouco mais de 10 anos.

Foto mostra apartamento em residencial condenado Famílias serão obrigadas a sair de casa – Foto: Reprodução NDTV

De todas as famílias, apenas cinco conseguiram o benefício do aluguel social da Prefeitura por se enquadrarem no critério do recebimento de renda familiar inferior a três salários mínimos. Outras 12 famílias ainda residem no local, alegando falta de recursos para saírem de suas casas.

Moradores obrigados a sair de residencial condenado

As famílias que ainda moram no residencial condenado receberam um comunicado da Defesa Civil de Itajaí nesta semana, informando que na segunda-feira (21), estará no local para o fechamento total de todas as áreas condenadas.  Caso ainda estejam nos prédios, as famílias poderão ser removidas com auxílio das forças de segurança.

Ainda de acordo com o comunicado, os moradores serão levados para um abrigo disponibilizado pelo Município, com local ainda a ser definido.

Imagem do residencialFamílias serão obrigadas a sair de casa – Foto: NDTV Record

“Não tem outra alternativa, até porque eu entendo que envolve vidas. A Defesa Civil, no caso de eu, que sou responsável no momento, posso ser responsabilizado criminalmente e judicialmente por omissão, porque eu tenho conhecimento da criticidade dos três blocos. Então, se eu não tomar alguma providência nesse caso, é omissão da minha parte”, explicou à reportagem da NDTV Record o coordenador do órgão, Amadeu Medeiros.

Famílias contestam laudo

As rachaduras e a inclinação dos blocos preocuparam os proprietários dos imóveis, que acionaram um engenheiro para avaliar o imóvel há quatro anos. Neste outro laudo, não haveria riscos contundentes de desabamento dos blocos.

“A gente pede para que o juiz solicite um terceiro laudo, porque como tem o laudo da Caixa Econômica e o nosso próprio laudo do condomínio, que já estava sendo acompanhado por um engenheiro há quatro anos, então que tivesse um respaldo de um terceiro engenheiro que viesse aqui, fizesse essas medições e tivesse um novo laudo para apresentar para o juiz”, diz a moradora Viviane do Nascimento Kramer.

Reparos necessários custariam R$ 5 milhões

O condomínio foi entregue em duas etapas em 2010 e 2012. Conforme os moradores, o local começou a apresentar problemas estruturais cerca de seis anos após a última entrega. Para reparar a estrutura, seria necessário um valor de R$ 5 milhões.

Foto de rachaduras no residencial Defesa Civil interditou condomínio em Itajaí por risco de desmoronamento – Foto: NDTV Record

A construtora responsável pelo residencial alega que o problema teria sido causado na obra de fundação feita por uma empresa terceirizada que prestou serviço. Por meio de nota, informou que a Caixa Econômica teria aprovado a construção. No entanto, ainda buscam soluções para a questão.

Até o momento, nenhum acordo foi feito entre a construtora e as famílias envolvidas. A Caixa Econômica Federal foi retirada do processo que tramitava em esfera Federal e agora o responsável jurídico pelas famílias tenta incluir o banco em um novo processo que está sendo julgado pela Justiça de Santa Catarina.

*Com informações da reportagem de Juliana Senne, da NDTV Record



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