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Filme ruim, série boa e famosos chatos – 22/10/2024 – Rosana Hermann
São Paulo
Assisti a “Maníaco do Parque”. Achei o filme ruim. Não é pelos atores, direção, o roteiro nem por nada especificamente. É devido ao conjunto da obra, da proposta, do resultado como um todo. O filme não engaja, tem clichês demais e, em alguns momentos, chega a irritar.
Silvero Pereira está bem num papel difícil, e o elenco tem bons atores e atrizes. No caso de Mel Lisboa, ela é uma boa atriz com um personagem ficcional péssimo, sem estrutura, sem carisma e que está lá só para explicar coisas para o espectador. Um personagem de texto.
Assisti só para terminar e quando acabou, em vez de sentir alívio, senti irritação. A tentativa de transformar a protagonista (uma jornalista que foi inventada para o filme, que nunca existiu no caso real) em heroína não convence. Não é à toa que o filme tem recebido notas baixas nas avaliações. Considerando que o Brasil inteiro acompanhou esse caso horrível do mais conhecido serial killer, imaginei que seria uma produção excelente. Imaginei errado.
Em compensação, vi uma série de comédia romântica maravilhosa: “Ninguém Quer”. História original e envolvente, personagens bem construídos, diálogos rápidos e inteligentes. Adam Brody e Kristen Bell estão muito bem nos papéis de uma podcaster solteira e agnóstica e um rabino que acabou de terminar um longo relacionamento e que se apaixonam à primeira vista.
O problema é que os dois vêm de mundos totalmente diferentes e vão sofrer pressões dos dois lados para ficarem juntos. A série é uma delícia; a gente começa a assistir ao primeiro episódio e acaba vendo a temporada inteira. E já quer começar a segunda (sim, vai ter outra temporada).
Também fui ao cinema para ver “O Aprendiz”. O filme é muito bom. O mais impressionante é o trabalho de Sebastian Stan, que faz o personagem de Donald Trump. É perfeito. Saí da sala pensando no quanto o ator é admirável e o personagem é desprezível.
Meu tour audiovisual não terminou por aí. Nos últimos dias, aproveitei para colocar em dia a 4ª temporada de “A Amiga Genial” (maravilhoso) e maratonei “Emily in Paris” desde o primeiro episódio. Já estou pronta para esperar a 5ª temporada.
Nesse período acompanhando produções, me dei conta de como as “séries” da vida real dos famosos e subcelebridades são chatas. Em alguns casos, a vida de artistas, ex-participantes de reality shows ou mesmo anônimos pode nos ser útil como exemplos ou contra-exemplos e trazer algum tipo de reflexão para nossas vidas.
Mas alguns conteúdos, por mais que tenha público, são realmente vazios. Por exemplo: para que serve a informação de que Andressa Urach fez bronzeamento artificial? Que diferença faz se Maya Massafera teve uma DR com um affair durante um date? E qual o sentido de parar a vida para discutir se o emprego da palavra “casinha” para descrever a mansão de Virginia e Zé Felipe é hipocrisia, provocação ou apelido carinhoso para seu novo lar?
Sim, cada um tem o direito de postar o que quiser, publicar o que der vontade, comentar conforme seu desejo. Ninguém quer censurar ou impedir a liberdade de ninguém. Mas, no meio de tanta informação e tão pouco tempo para viver, é sempre bom fazer escolhas. A informação é para a mente o que o alimento é para o corpo. Selecionar o que vamos consumir é prova de inteligência, e consumir o que nos faz bem é questão de sobrevivência.
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