Homofobia: estudante da UnB é agredido em bar e passa por cirurgia

Família vê homofobia em motivação do crime

Um estudante de 21 anos da Universidade de Brasília (UnB) fraturou o tornozelo e precisou passar por cirurgia após ser agredido na manhã de domingo (20/10). Matheus Rodrigues estava em uma distribuidora de bebidas em Ceilândia, quando um homem teria empurrado o jovem e arremessado sacos de gelo sobre o corpo do rapaz que estava caído. O caso foi registrado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), e a família desconfia que foi motivado por homofobia.

A agressão ocorreu por volta das 7h30. Matheus tinha saído de uma boate LGBT e estava acompanhado de três amigos. Uma das amigas, que preferiu não se identificar por medo, disse que percebeu que um homem que estava encarando muito o grupo, mas que até então não havia qualquer ofensa ou provocação. Agoniada, com a situação, ela preferiu chamou um motorista de aplicativo para ir embora e os outros dois amigos acompanharam a menina.

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Médicos colocaram um pino para recuperação de Matheus

Material cedido ao Metrópoles

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Família vê homofobia em motivação do crime

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Matheus foi empurrado e agredido em bar

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Matheus teve o tornozelo quebrado após agressão

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Laudo médico apontou deformidade no tornozelo

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Matheus precisou passar por cirurgia

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Foi no momento que Matheus ficou sozinho, o homem que encarava o grupo se aproximou e  empurrou o rapaz. Outras pessoas da distribuidora teriam comemorado a violência e debochado do estudante caído, segundo os relatos. O agressor ainda teria dito ao rapaz: “seu merda, sai daqui”. Quando a amiga viu o menino caído no chão, cancelou o Uber e correu até ele, acompanhada dos outros dois, para tirar o rapaz do local. Um dos jovens tem uma casa próxima à distribuidora e convidou o grupo a ir para lá esperar um novo transporte.

Segundo relatos, Matheus se queixava de muitas dores e os amigos ficaram todos assustados. Da casa, a amiga pediu outros motoristas de aplicativo para levar Matheus para casa e sair dali, mas por duas vezes os motoristas desistiram da corrida e, ao lado da distribuidora, teria formado um grupo com o agressor. “Toda vez que eu descia para esperar o carro, os homens ficavam ali encarando. Certeza que só queriam implicar com o Matheus”, contou a jovem.

Até o momento, o agressor não foi identificado, mas é um homem que aparenta ter entre 24 e 30 anos, magro e alto. Ele estava com uma camiseta polo metade vermelha e metade azul, cabelo curto, com bigode e barba.

Os amigos conseguiram retirar Matheus do local e levaram ele para casa. Em casa, a mãe do jovem se espantou quando viu o filho com o pé inchado por ter apanhado na rua. “Quando ele chegou, ele não estava conseguindo pisar no chão”, lembrou a mãe do rapaz, a conselheira tutelar Raglene Ferreira, com a voz embargada de choro.

“Eu peguei e vim para o hospital e ele me contou tudo”, relatou. “Do nada, começaram a implicar com ele”, disse. Matheus ficou internado e passou por cirurgia para colocar uma placa no pé. No laudo médico, consta que o rapaz queixava-se de muita dor e que apresentava uma deformidade no tornozelo pela fratura.

A mãe registrou a ocorrência na Decrin. O Metrópoles tentou contato com a Distribuidora Moranguinho, mas não teve resposta até o momento.



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