Mpox: sintomas, tratamento e como é transmitida a doença

Foto de fundo azul claro com duas mãos de pele clara com as palmas viradas para cima, ambas com feridas avermelhadas

Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença causada pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, que inclui também o vírus da varíola humana. Embora tenha sido identificada inicialmente em roedores e primatas na África Central, surtos foram observados em várias partes do mundo. Isso inclui a Europa e as Américas.

Nesse sentido, em agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou novamente que a mpox é uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Anteriormente, em julho de 2022, a OMS havia declarado a doença como emergência global. Contudo, em maio de 2023, deixou de ser. A seguir, entenda o que é mpox, formas de transmissão, sintomas, vacina e muito mais.

O que é mpox?

Como citado anteriormente, a mpox é uma doença viral causada pelo monkeypox, do gênero Orthopoxvirus. Isto é, o mesmo grupo de vírus da varíola humana, erradicada em 1980.

Originalmente identificada em humanos na África Central, a doença tem se espalhado recentemente para regiões como Europa e América. Desse modo, está chamando a atenção para a necessidade de vigilância global.

Foto de fundo verde com globo terrestre, estetoscópio e "Monkey pox" escrito com peças de palavra cruzada
Fonte: Canva
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Embora muitas pessoas possam confundi-la com outras doenças, como o herpes-zóster, a Dra. Marcela Rodrigues, Diretora da Salus Imunizações, esclarece que os vírus são completamente distintos. Afinal, apresentam sintomas e formas de transmissão diferentes.

Os sintomas da mpox são distintos e ocorrem de maneira mais generalizada em comparação ao herpes-zóster, que tende a seguir um padrão mais localizado,” esclarece a especialista.

Sintomas de mpox

A mpox apresenta uma variedade de sintomas que podem surgir entre 5 a 21 dias após a exposição ao vírus. Os principais incluem erupções que começam como manchas vermelhas e evoluem para bolhas ou pápulas. Elas aparecem em várias partes do corpo, como rosto, mãos, pés e áreas genitais.

Essas lesões podem ser dolorosas e causar coceira, progredindo para crostas que caem após algumas semanas. Nesse sentido, é fundamental que os pacientes mantenham uma boa higiene, limpando as áreas afetadas com água e sabão.

Mulher de pele clara usando máscara facial azul, regata bege e está se abraçando, enquanto sua pele está cheia de manchas vermelhas
Fonte: Canva

Assim, a dermatologista Lia Albuquerque recomenda que, após a higienização, as erupções sejam deixadas para secar e, se necessário, cobertas com um curativo úmido. Ela também alerta sobre a importância de evitar coçar as lesões e tocar as feridas na boca ou nos olhos. Afinal, isso pode levar a complicações.

Além disso, a febre é um dos primeiros sinais da infecção, frequentemente acompanhada de calafrios. Outros sinais comuns incluem dor de cabeça, que pode acompanhar um mal-estar geral. Ademais, dores musculares e articulares também podem ocorrer, causando desconforto e uma sensação intensa de fadiga.

Outro sintoma característico da mpox é o inchaço dos linfonodos, especialmente no pescoço, axilas e virilha, que ajuda a diferenciá-la de outras infecções virais.

Diagnóstico

É possível realizar o diagnóstico de mpox por meio da telemedicina, uma ferramenta essencial para evitar o contato direto entre pacientes e profissionais de saúde.

O médico-gestor Rafael Machado destaca que é possível realizar a avaliação por meio de uma anamnese detalhada e exames ectoscópicos, onde o paciente envia fotos e vídeos das lesões.

Foto de médico com luva segurando amostra escrito "mpox" e resultado positivo do exame ao fundo
Fonte: Canva

Essa forma não apenas acelera o processo, mas também permite que o paciente permaneça isolado, seguindo os protocolos de segurança recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Isso porque, em casos de suspeita de Mpox, é crucial que o paciente busque atendimento rapidamente. Assim, a telemedicina se mostra uma solução ágil e prática, permitindo consultas remotas e orientações sobre cuidados sem a necessidade de deslocamento.

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Como se pega mpox?

Segundo a OMS, a transmissão da mpox é principalmente através do contato direto entre pessoas. Assim, a infecção ocorre principalmente quando há interação com lesões de pele ou erupções cutâneas de uma pessoa infectada.

Ou seja, contato com fluidos corporais, como pus ou sangue provenientes dessas lesões, além da saliva, que pode ser infectante se houver úlceras ou feridas na boca.

Além disso, também pode acontecer através de objetos recentemente contaminados pelo vírus. Nesse sentido, itens como roupas, toalhas, roupas de cama, utensílios e pratos que tiveram interação com uma pessoa doente podem ser fontes de infecção.

Ademais, o risco de transmissão por gotículas respiratórias também existe, mas normalmente requer proximidade e contato prolongado com a pessoa infectada. Portanto, profissionais de saúde, familiares e parceiros íntimos de afetados, estão mais vulneráveis à infecção.

É importante ressaltar que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus desde o início dos sintomas até que as erupções cutâneas cicatrizem completamente e uma nova camada de pele se forme.

Como se prevenir da mpox?

A prevenção é fundamental para evitar a disseminação da mpox. Para isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que se evitem contatos diretos com pessoas que apresentem suspeita ou confirmação da doença.

Nos casos em que o contato é inevitável, como em situações envolvendo cuidadores, profissionais de saúde, familiares ou parceiros próximos, é crucial o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), incluindo luvas, máscaras, aventais e óculos de proteção.

Além disso, indivíduos com suspeita ou confirmação da infecção devem iniciar um isolamento imediato. Nesse contexto, é importante evitar compartilhar objetos pessoais, como toalhas, roupas e utensílios, até que o período de transmissão tenha terminado.

Ademais, é essencial lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar desinfetantes à base de álcool, especialmente após o contato com pessoas infectadas ou superfícies que possam estar contaminadas, como roupas, toalhas e utensílios.

Pessoa de pele negra lavando as mãos com sabonete
Fonte: Canva

As roupas e objetos pessoais da pessoa doente devem ser lavados separadamente, utilizando água morna e detergente. Superfícies que possam ter sido contaminadas devem ser limpas e desinfetadas regularmente, e os resíduos, como curativos, devem ser descartados de maneira adequada.

Ainda, conscientização e a educação em saúde também são essenciais, pois ajudam a comunidade a reconhecer os sintomas precocemente e a seguir as diretrizes de prevenção.

O uso de máscaras em áreas de alta transmissão ou durante o contato próximo com pessoas sintomáticas pode contribuir significativamente para reduzir a propagação do vírus.

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Mpox tem cura?

Sim, a mpox tem cura. Assim como em muitas infecções virais, o sistema imunológico do paciente é capaz de combater e eliminar o vírus, resultando em recuperação completa sem a necessidade de tratamento específico.

No entanto, é fundamental focar na identificação de casos e no isolamento dos infectados para interromper a cadeia de transmissão. Essa abordagem é crucial para reduzir a propagação da doença e proteger a comunidade.

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Tem vacina para mpox?

No Brasil, a vacinação contra a Mpox é direcionada principalmente a grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença. Essa estratégia foi elaborada em parceria com os conselhos municipais e estaduais, baseada em uma análise técnica e científica feita por especialistas.

Foto de fundo claro com vidro de vacina e seringa com agulha
Fonte: Canva

Vacinação pré-exposição: prioritariamente, é oferecida às pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), como homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais com 18 anos ou mais, e que apresentem contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.

Além disso, também são contemplados profissionais de laboratório que lidam diretamente com o Orthopoxvírus em ambientes de biossegurança nível 2 (NB-2), com idades entre 18 e 49 anos.

Vacinação pós-exposição: indivíduos que tiveram contato direto com fluidos e secreções de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas com mpox, classificados como de risco médio ou alto, também são considerados para vacinação, seguindo as recomendações da OMS e avaliação das autoridades locais de vigilância.

Porém, a disponibilidade de vacinas pode variar. Então, é fundamental se informar sobre as campanhas de vacinação em sua região.

A vacinação é uma ferramenta crucial na prevenção da Mpox, especialmente para aqueles que estão em maior risco de exposição ao vírus. Estamos trabalhando para garantir que as vacinas estejam disponíveis e acessíveis para a população, pois elas são a melhor defesa contra as complicações graves da doença,” ressalta Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações.

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Tem mpox no Brasil?

Sim, o Brasil já registrou casos de Mpox. Apesar de a doença não ser endêmica no país, houve surtos controlados desde 2022. Porém, em 2023, o número de casos havia diminuído.

No entanto, em 2024, entre as semanas epidemiológicas 1 e 40 de 2024, o país registrou um total de 1.304 casos confirmados ou prováveis.

A maior concentração desses casos ocorreu na região Sudeste, que foi responsável por 79,1% das notificações, totalizando 1.032 casos. Os dados são do Informe Semanal do Centro de Operações de Emergência (COE) de 08 de outubro.

De acordo com o Dr. Benisio Ferreira da Silva Filho, Biomédico e Doutor em Biotecnologia, é compreensível que o aumento de casos de mpox cause preocupação, especialmente em comparação com o surto de COVID-19. Contudo, ele destaca que existem diferenças fundamentais entre as duas situações.

Isso porque, enquanto o SARS-CoV-2 se espalhava rapidamente pelo ar, dificultando o controle, a mpox exige contato direto para a transmissão.

Assim, isso torna a contenção mais eficaz e direcionada. Além disso, já existe uma vacina testada e estratégias para vacinar grupos específicos e após o contato, o que não era o caso no início da pandemia de COVID-19.

O especialista ainda ressalta que, apesar da possibilidade de a variante africana da mpox chegar ao Brasil, o país está mais preparado agora para conter a disseminação da doença.

Ademais, ele destaca a importância de vigilância em relação à viajantes vindos de regiões endêmicas. Todavia, enfatiza que o alerta da OMS não significa que estamos prestes a reviver os eventos de 2020.

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Conclusão

Enfim, agora você já sabe o que é mpox, quais são os sintomas e formas de transmissão. Além disso, já conferiu como se prevenir, informações sobre vacinação e muito mais.

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