Crise climática: Lula volta a cobrar responsabilidade dos países ricos

Lula e o Brics

Em discurso por videoconferência na reunião ampliada da 16ª Cúpula dos Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar a responsabilidade de países ricos em mitigar os efeitos das mudanças climáticas no mundo.

O chefe do Executivo brasileiro ressaltou que é “preciso ir além dos R$ 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos”. A fala se refere à promessa de países desenvolvidos em destinar o montante para financiamento de ações combate à crise climática.

“Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje”, disse Lula durante o discurso. “É preciso ir além dos 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos, e fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, completou.

Ele também reforçou que cabe aos países emergentes trabalharem para limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio, meta definida no Acordo de Paris.

Além disso, defendeu “relações menos assimétricas” entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

“Não podemos aceitar a imposição de ‘apartheids’ no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento da Inteligência Artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos”, pontuou.

“Cemitério de Gaza”

Lula também citou a fala do presidente da Turquia, Recep Erdogan, durante a Assembleia Geral da Nações Unidas, e reforçou que a Faixa de Gaza “se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

“Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos, mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade. Meio ambiente sadio, sem eventos climáticos que põem em risco sua sobrevivência. É uma vida de paz, sem armas, que vitimam inocentes”, disse Lula.



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