PSOL pede cassação de Nunes por acusação de ligação com PCC
Sem apresentar provas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste domingo (27) que interceptou mensagens do PCC (Primeiro Comando da Capital) em que a facção teria orientado votos em Boulos (PSOL) no segundo turno na capital paulista. Por conta da acusação, o PSOL foi à Justiça pedir a inelegibilidade de Tarcísio e a cassação de Nunes (MDB), apoiado pelo governador.
Tarcísio não se aprofundou sobre o assunto. O PSOL entende que a declaração serve para supostamente beneficiar a chapa oposta a Boulos, composta por Ricardo Nunes e Ricardo de Mello Araújo (PL).
Acusação sem provas
Boulos acusa o governador de usar das prerrogativas de sua função e de sua autoridade como governador para, em coletiva de imprensa, “difundir acusações prejudiciais à campanha dos peticionários durante o horário de votação, enquanto abertas as urnas”. Segundo o psolista, Tarcísio cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social.
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou, em nota, que o Sistema de Inteligência da Polícia Militar interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa determinando a escolha de candidatos a prefeitura nos municípios de Sumaré, Santos e na capital paulista. “A Polícia Civil investiga a origem das mensagens”, disse a SSP-SP, também sem apresentar provas.
Inelegibilidade de Tarcísio e cassação de Nunes
O documento elaborado pelo advogado de Boulos, Francisco Octavio de Almeida Prado Filho, pede a inelegibilidade para Tarcísio por conta de “gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo”.
Prado Filho pede à Justiça que a ação seja remetida para parecer do Ministério Público Eleitoral. A defesa de Boulos afirma que a suposta orientação do PCC “pode e deve ser apurada, com identificação e oitiva dos responsáveis, se for o caso”.
A defesa de Boulos também pede a cassação de Nunes pois a declaração do governador estaria sendo explorada “de maneira criminosa” por apoiadores de Nunes em grupos de WhatsApp.
“Tem-se, portanto, uma ação coordenada entre o governador do Estado e os demais réus, juntamente com sua campanha, para difundir essas acusações, de forma abusiva e criminosa, durante horário de votação”, diz o documento.
Governador e prefeito dizem que pedido é “ridículo”
A campanha de Nunes e Araújo aifmou que “o ‘pedido de inelegibilidade’ beira ao ridículo e afronta a democracia. O governador Tarcísio de Freitas respondeu a uma pergunta de jornalista. Boulos, que já havia tentado censurar o Instituto Datafolha, faz um novo ataque à imprensa”.
Em coletiva de imprensa, Tarcísio declarou que providências foram tomadas para a “tranquilidade” da eleição, e o policiamento foi reforçado nas cidades com segundo turno.
*Com informações da Agência Estado
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