Se plantas carnívoras fazem fotossíntese, por que comem insetos?
As plantas carnívoras intrigam cientistas e curiosos. Frequentemente, são vistas como agressivas, mas essa percepção está longe de ser uma verdade.
Com cerca de 600 espécies no mundo, essas plantas são geralmente pequenas e delicadas e habitam áreas tropicais e subtropicais. No Brasil, podemos encontrá-las distribuídas em duas das seis famílias existentes.
Elas se destacam por suas adaptações singulares que transformam deficiências do solo em uma oportunidade para complementarem sua nutrição.
Por que plantas carnívoras comem insetos?
Tais espécies vivem em solos pobres em nutrientes, como fosfato e nitratos. Por isso, desenvolveram mecanismos que lhes permitem captar pequenos organismos, como insetos, a fim de complementar sua dieta.
Apesar de não serem agressivas, suas estratégias de captura são bem engenhosas.
Armadilhas sofisticadas:
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Nepenthes: apresenta urnas grandes com tampas que evitam o acúmulo de água. Dentro, um líquido digestivo dissolve as presas.
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Drosera: exibe mucilagem pegajosa em suas folhas, aprisionando a presa eficientemente;
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Dionaea: suas folhas possuem gatilhos que, ao serem acionados, fecham-se rapidamente, aprisionando o inseto.
Nepenthes é mais comum em regiões próximas dos trópicos europeus – Imagem: reprodução
Plantas carnívoras produzem o próprio alimento?
Embora capturem organismos, as plantas carnívoras são autotróficas, ou seja, realizam a fotossíntese assim como qualquer outra espécie botânica e conseguem produzir a própria comida para se manter.
A ingestão de presas é apenas um complemento nutricional capaz de suprir necessidades alimentares em contextos nos quais há maior dificuldade de extrair nutrientes, algo comum para tais plantas.
Assim, apesar de suas armadilhas, essas espécies são seres delicados que nos ensinam o equilíbrio entre a necessidade e a adaptação.
Portanto, o ato de capturar insetos e se alimentar deles é uma adaptação evolutiva que exemplifica a diversidade do reino vegetal.
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