Veja as derrotas de Bolsonaro nas eleições municipais de SP
São Paulo — O apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a candidatos nas disputas pelas Prefeituras do interior de São Paulo não foi suficiente para que eles se elegessem. Em cidades como Santos e São José dos Campos, onde o político venceu em 2022 e compareceu a eventos de campanha no último mês, os nomes apoiados por Bolsonaro perderam nesse domingo (27/10), repetindo a dificuldade do ex-presidente em transferir votos, já evidente no primeiro turno.
Bolsonaro gravou dezenas de vídeos, subiu em carreatas, participou de comícios e usou sua família na agenda de campanhas do interior paulista.
Mas repetindo o que aconteceu na capital, onde Ricardo Nunes (MDB) venceu renegando a presença de Bolsonaro em palanques, o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se mostrou mais determinante que o do ex-presidente: o Republicanos foi a legenda que teve melhor desempenho entre as 30 cidades mais populosas do estado, onde os padrinhos políticos foram mais atuantes.
Ao todo, foram seis prefeituras ganhas para o partido do governador, e cinco para o PL – sendo que em apenas uma dessas, São José do Rio Preto, Bolsonaro era usada como padrinho político do candidato desde o início da corrida eleitoral. Em outras cidades em que o ex-presidente esteve mais presente, o resultado foi de derrota.
Onde Bolsonaro perdeu em SP
As cidades de Santos e São José do Campos representam dois dos casos mais emblemáticos sobre os nomes apoiados por Bolsonaro nas eleições municipais em São Paulo. Rosana Valle (PL), deputada federal e candidata do ex-presidente à Prefeitura da cidade do litoral paulista, recebeu Jair e Michelle Bolsonaro a cinco dias antes do segundo turno.
O casal já havia participado do lançamento da candidatura de Rosana em julho e apostava na eleição da deputada, que, no início da disputa eleitoral aparecia à frente nas pesquisas de intenções de votos na cidade. Nesse domingo, contudo, Valle perdeu para o atual prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos) após um resultado acirrado entre os dois candidatos no primeiro turno.
O resultado a favor do partido de Tarcísio se repetiu no caso de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Eduardo Cury (PL) — que também era apoiado por Bolsonaro e recebeu o ex-presidente com o seu filho, Eduardo, em uma agenda de campanha às vésperas do primeiro turno – pontuou 25,96% dos votos válidos, perdendo para o atual prefeito, Anderson Farias (PSD), com 39,66%.
No mesmo roteiro perderam Alex Manente (Cidadania), em São Bernardo do Campo, João Rocha (PL), em Franca, José Parimoschi (PL), em Jundiaí, e Luiz Zacarias (PL), em Santo André. Quatro nomes que receberam, em diferentes intensidades, apoio explícito de Bolsonaro, sendo que um deles, em Santo André, foi derrotado ainda no primeiro turno.
Simbolicamente, o sobrenome do ex-presidente não conseguiu eleger nem o irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro, que também perdeu no primeiro turno da disputa pela prefeitura de Registro, no litoral de São Paulo.
Vitórias do PL
As derrotas de candidatos apoiados pelo ex-presidente no estado não significaram, contudo, um recuo do PL, que garantiu com 104 prefeituras paulistas. Mas os créditos das vitórias do partido ficaram, em sua maioria, para o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Em Guarulhos, por exemplo, a vitória de Lucas Sanches (PL) contra Elói Pietá (Solidariedade) aconteceu às custas da derrota do nome indicado por Bolsonaro, Xerife Jorge Wilson (Republicanos), no primeiro turno. Com o mau desempenho do seu candidato, o ex-presidente foi obrigado a apoiar Sanches, nome escolhido por Valdemar, na reta final da disputa.
Valdemar repetiu o sucesso com Mara Bertaiolli, vitoriosa em Mogi das Cruzes, Delegado Eduardo Boigues, em Itaquaquecetuba, e Pedro Ishi, em Suzano. Nesses três exemplos, ainda que estivessem no partido do Bolsonaro, os candidatos realizaram suas campanhas sem trabalhar associações de seus nomes ao do ex-presidente.
A exceção à regra do partido ocorreu em São José do Rio Preto, com o Coronel Fábio Cândido, que se elegeu à frente do deputado estadual Itamar Borges (MDB). Na lista das cidades que foram ao segundo turno no estado, o coronel é o único vitorioso que tinha apoio do clã Bolsonaro desde o início da disputa eleitoral.
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