Quatro são detidos e arquitetos são investigados; responsabilidade de prefeitura é apurada

O desabamento do Apart Hotel Dubrovnik, em Villa Gesell, na Argentina, onde pelo menos um homem morreu, está sendo investigado como culposo, e quatro pessoas já foram detidas por decisão da promotora Verónica Zamboni. Entre elas estão o mestre de obras e três operários que trabalhavam nas obras de reforma do edifício. Dois arquitetos responsáveis por uma obra no local também são investigados.

“O mestre de obras e três operários estão detidos em uma delegacia da polícia de Buenos Aires. Também está sendo investigada a possível responsabilidade de dois arquitetos que estavam encarregados da obra realizada no prédio que desabou”, explicaram fontes judiciais qualificadas ao jornal argentino La Nacion.

Segundo a reconstrução dos investigadores, no hotel, no momento do desabamento, havia nove pessoas, que agora estão sendo procuradas sob os escombros com o auxílio de cães especializados. A morte de um homem foi confirmada.

“Também será investigado o papel, principalmente no que se refere à fiscalização, da prefeitura nas reformas que haviam começado no hotel onde ocorreu o desabamento”, explicaram as fontes consultadas.

O homem encontrado morto foi identificado como Federico Ciocchini, de 84 anos, segundo fontes do Ministério de Segurança de Buenos Aires. Sua esposa, Josefa Bonazza, de 79, foi resgatada dos escombros e transferida de helicóptero para o Hospital Interzonal Geral de Agudos Doutor Oscar E. Alende, em Mar del Plata.

O casal, moradores da cidade de Balcarce, chegou ontem a Villa Gesell e estava hospedado em um apartamento no edifício Alfio, ao lado do hotel que desabou.

Prédio de dez andares desaba em cidade turística na Argentina — Foto: Reprodução
Prédio de dez andares desaba em cidade turística na Argentina — Foto: Reprodução

O artigo 189 do Código Penal estabelece que “será punido com prisão de um mês a um ano, e inabilitação especial pelo dobro do tempo da pena, aquele que por imprudência ou negligência, por imperícia em sua arte ou profissão ou por inobservância de regulamentos ou ordenanças, causar um incêndio ou outros estragos. Se o ato ou omissão culposa colocar em perigo a vida de alguém ou causar a morte de uma pessoa, a pena máxima pode ser aumentada para até cinco anos, além, em seu caso, de uma inabilitação especial de cinco a dez anos.”

Fontes judiciais afirmam que a promotora Zamboni, que está na área do desabamento desde as primeiras horas da madrugada desta terça-feira, já possui toda a documentação apresentada pela Prefeitura de Villa Gesell referente à autorização do hotel.

“Será analisado se a obra que estava sendo realizada tem as permissões necessárias ou se está em situação irregular”, explicou uma fonte familiarizada com a investigação.

Em declarações à rádio Futurock, o ministro de Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, explicou que havia trabalhadores no prédio, mas conseguiram escapar.

— Havia trabalhadores no prédio, e eles saíram correndo; agora estão detidos. Os trabalhadores estavam alojados em uma parte do edifício que não colapsou. A promotora ordenou levá-los para a delegacia — afirmou Alonso.



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