Final da Libertadores 2024 será entre dois times brasileiros
O confronto entre Atlético-MG e Botafogo deverá ser acirrado e imprevisível O jogo final da Libertadores 2024, que será um confronto puramente brasileiro, tende a ser um duelo taticamente interessante, porque tanto Atlético-MG quanto Botafogo trabalham com esquemas semelhantes em alguns aspectos, apesar de partirem de prismas táticos opostos.
O interessante é que essas equipes partem de planos táticos que teoricamente aparentam ser antagônicos, mas o comportamentos de seus jogadores em campo se assemelha, alterando-se de acordo com a necessidade do jogo. E, sendo o hibridismo tático a característica mais marcante nas duas equipes, não é possível afirmar que sejam essencialmente verticais ou controladoras.
Na verdade, as duas equipes flutuam entre esses dois estilos, o que explica o sucesso dos trabalhos desenvolvidos no Atlético-MG e no Botafogo. Essa flutuação, que leva tempo para ser assimilada pelo elenco e para ser executada com desenvoltura, não é prática comum entre os clubes brasileiros devido à cultura resultadista que permeia o futebol nacional.
– Atlético-MG
O Atlético-MG, sob o comando de Gabriel Milito, parte do prisma controlador, tendo a qualidade do meio-campo como ponto forte do esquema. Mas, principalmente quando atua fora de casa, costuma adotar postura mais reativa, jogando com linhas baixas e admitindo lançamentos longos.
A prática de utilizar lançamentos longos foi fortalecida, com a chegada e adaptação do atacante Deyverson, que sabe fazer a função de pivô e esperar que o restante da equipe se compacte e ataque em bloco. Deyverson enriqueceu o plano tático do Galo tornando-se uma peça essencial para que o esquema de Milito seja ofensivo e funcione harmonicamente.
Quando Deyverson está ausente da equipe, o técnico utiliza o lateral Guilherme Arana mais adiantado, jogando como meio-campista, e o volante Rubens para fazer a lateral, cobrindo o lugar de Arana. Assim, a dupla de atacantes Hulk e Paulinho permanece avançada. Essa tática tem ajudado na alternância de postura da equipe mineira.
No entanto, no segundo jogo da semifinal contra o River Plate, o Galo abdicou de atacar em alguns momentos, ficando vulnerável. Graças à participação do seu goleiro Everson, que fez defesas importantes, assegurou o empate. Essa atitude poderia ter colocado a classificação em risco, caso o time argentino conseguisse executar as finalizações corretamente.
– Botafogo
Já, o Botafogo, sob o comando de Artur Jorge, não perdeu a verticalidade, que era marca da equipe com o técnico anterior Luís Castro, e agregou impressionante capacidade de controle de jogo com a chegada do meio-campista Thiago Almada. Por isso, não se pode dizer que a equipe carioca seja essencialmente vertical.
Porém, no jogo contra o Peñarol, pode ser notada a falta desse controle de jogo. Talvez porque foram poupados cinco jogadores titulares e, também, devido à larga vantagem adquirida no primeiro jogo da semifinal, possa ter ocorrido um relaxamento natural da equipe. Após a entrada de Almada, o time apresentou leve melhora e conseguiu manter a classificação, apesar da derrota por 3 a 1.
Sem dúvida, esse relaxamento não deverá aparecer na partida final, até porque será jogo único e qualquer vacilo poderá ser fatal. Mas, vejo esse Botafogo mais amadurecido em comparação à temporada passada, na qual era recorrente sofrer gols nas retas finais dos jogos.
Na última partida disputada pelo Brasileirão de 2024, contra o Bragantino, o Botafogo conseguiu a vitória nos minutos finais, mesmo sem postura dominante. Isso demonstra que a equipe tem capacidade para superar adversidades que se apresentem.
– Final da Taça Conmebol Libertadores
Até o dia 30 de novembro, data do jogo final da Taça Conmebol Libertadores 2024, que será disputado na Argentina, o planejamento das duas equipes deverá ser influenciado, direta ou indiretamente, por participação em competições paralelas. O Atlético-MG terá a disputa da final da Copa do Brasil contra o Flamengo, e o Botafogo deverá se preocupar com a manutenção da liderança no Campeonato Brasileiro, incluindo o confronto direto contra o Palmeiras dias antes deste jogo.
Apesar de o período de jogos da última data FIFA deste ano não coincidir com a da final da Libertadores, tanto Atlético-MG como Botafogo terão desfalques importantes de jogadores brasileiros e estrangeiros que foram convocados. A Seleção Brasileira chamou o lateral Guilherme Arana, do time mineiro e os atacantes Luis Henrique e Igor Jesus, do time carioca, que são peças importantes nos esquemas utilizados por seus clubes.
Considerando que os dois técnicos não possuem postura conservadora, o confronto final deverá ser acirrado, um duelo tático, no qual o hibridismo deverá imperar, sem condições de indicação de favoritismo antecipado.
Post Comment