"Pitbull" tímido, Thiago Santos esquece críticas e se consolida como zagueiro no Fluminense


Antes volante, camisa 29 vive boa fase na carreira e se estabelece na defesa do Tricolor carioca; apelido vem de Renato Gaúcho, técnico do Grêmio e adversário desta sexta Quem vê Thiago Santos fora dos campos pode se surpreender. Diante da câmera, o zagueiro do Fluminense é bem tímido, e fica ainda mais sem graça quando Keno e Lima – dois de seus maiores parceiros – se aproximam para assistir à entrevista (veja no vídeo abaixo). É nos gramados que o camisa 29 se mostra mais confortável. Não à toa, virou símbolo de uma defesa consolidada com Mano Menezes, que será novamente posta à prova contra o Grêmio, nesta sexta-feira, pelo Brasileirão.
Keno e Lima “invadem” entrevista de Thiago Santos, do Fluminense, ao ge
+ ✅Clique aqui para seguir o novo canal ge Fluminense no WhatsApp
— A gente sabe que futebol é dinâmico, muda a todo instante. A gente está nessa briga para sair de baixo, demos um salto importante na tabela (contra o Athletico-PR). Esse momento é único para mim, tô podendo viver intensamente – disse Thiago Santos ao ge e à TV Globo.
Você também confere a entrevista com Thiago Santos no programa Globo Esporte desta sexta-feira.
No Fluminense, Thiago deixou para trás os dias de volante e se consolidou de vez como zagueiro, ainda com Fernando Diniz. Com a chegada de Mano Menezes, voltou a ser mais aproveitado entre os titulares – de todos os jogos em que esteve disponível até aqui, ele só não começou jogando contra o Corinthians.
— Cheguei aqui como volante, todo mundo sabe. O Diniz conversou comigo, perguntou se não seria melhor eu dar um passo atrás e jogar de zagueiro, então agradeço bastante a ele. Consegui me adaptar muito bem (…) No esquema que o Diniz joga, jogar de volante é muito difícil. Tínhamos o André, o Martinelli. Ele achou que eu estava tendo um pouco de dificuldade, eu também senti. Achei tranquilo, até porque na zaga você está sempre de frente, para mim foi mais fácil de jogar. Para mim, está muito melhor jogar de zagueiro. Espero continuar ali atrás tranquilo — relembrou Thiago, acrescentando:
Thiago Santos, zagueiro do Fluminense, em entrevista ao ge
Pedro Machado
— Trabalhei com o Mano no Palmeiras e foi legal para caramba reencontrá-lo. Ele ficou pouco tempo, eu também. Mas quando chegou aqui, me deu total confiança, me colocou para jogar desde já. Procuro retribuir dentro de campo, fazendo o meu melhor. O que eu puder fazer pelo time, por ele. Claro que cada um tem que lutar pelo seu espaço. A cada dia, a cada treino, procuro mostrar que posso ser útil aqui.
Antes de vir para o Fluminense, Thiago vivia momento conturbado no Grêmio, adversário desta sexta-feira pelo Campeonato Brasileiro. Em solo gaúcho, o camisa 29 chegou a chorar no vestiário após receber repetidas vaias contra o Ypiranga; ele era um dos remanescentes da campanha do rebaixamento gremista em 2021.
No Tricolor carioca, a boa fase lhe rendeu novos gritos das arquibancadas, mas desta vez positivos. Celebrado pela torcida do Fluminense no Maracanã, Thiago Santos virou uma das referências na defesa do Tricolor com Mano, contando ou não com a presença do companheiro Thiago Silva.
— Quando eu cheguei aqui, sabia que o começo ia ser difícil, até por ter vindo do jeito que eu vim do Grêmio. Sempre procuro fazer meu melhor, e aqui não vai ser diferente. Acho que tudo isso é do seu trabalho dentro de campo. O Fluminense me abriu as portas, e procuro sempre defender essas cores ao máximo. Claro que não tenho a qualidade de um Ganso, um Lima, mas tenho vontade para caramba e o desejo de fazer meu melhor a cada jogo. Todo jogador fica feliz de ter seu nome exaltado no estádio. (…) Não é um elogio que vai te fazer melhor, mas não é a crítica que vai te fazer pior.
Thiago Silva e Thiago Santos comemoram vitória do Fluminense sobre o Palmeiras
Marcelo Gonçalves/FFC
Juntos, os dois Thiagos compuseram a dupla de zaga que passou quatro jogos sem sofrer gols quando a crise na tabela ainda era mais grave: foram quatro vitórias consecutivas sobre Cuiabá, Palmeiras, Bragantino e Bahia, todas por 1 a 0. Na ausência do camisa 3, que convive com uma contusão no calcanhar esquerdo desde 25 de setembro, Thiago Santos correspondeu à responsabilidade e ganhou ainda mais notoriedade.
— Até nesses jogos em que (Thiago Silva) não estava jogando, ele chegou depois para dar um toque, falar o que precisa melhorar. É uma alegria compartilhar vestiário não só com ele, muitos outros zagueiros também. Felipe (Melo), Antônio (Carlos), Manoel, Ignácio. Os caras ali de trás são feras, sempre ajudando independentemente de quem joga.
Thiago Santos em Flamengo x Fluminense, pelo Brasileirão
Lucas Merçon/FFC
O jogo contra o Grêmio é um duelo direto em meio à tentativa de permanência do Fluminense na elite do Brasileirão. O clube carioca tem 36 pontos na 13ª posição, enquanto os gaúchos estão dois postos acima, em 11º, com 38. O Bragantino abre o Z-4 do campeonato, com 34 pontos.
Outros tópicos da entrevista com Thiago Santos:
Gratidão a Renato Gaúcho, que o definiu como “pitbull”, e Fernando Diniz:
— Nenhum jogador gosta de ser criticado, vaiado, claro que faz parte da carreira do atleta de altos e baixos. O Renato é um cara que me ajudou muito, vou levar para a vida toda. Me abraçou muito, independente do momento em que eu vivia. Igual à gratidão que eu tenho pelo Diniz. É difícil um treinador te pegar e te tirar do jeito que eu estava no Grêmio, trazer para o Fluminense, ainda mais disputando Libertadores. A gente sabia que ele compraria… Não uma briga, mas seria criticado por trazer um jogador que estava em baixa em outro clube. São dois caras que admiro bastante e vou levar para a vida toda. Hoje, tô podendo viver esse momento. Por isso, procuro dar importância a cada minuto do jogo, que vivo dentro desse clube que me recebeu muito bem.
Renato Gaúcho e Thiago Santos em treino do Grêmio, em 2022
Lucas Uebel/Grêmio
Como Mano Menezes “fechou a casa” e ajudou Flu a parar de perder:
— Quando ele chegou a gente estava lá embaixo, em último, e ele falou que a gente tinha que parar de perder mesmo. Se você perde, você deixa seu adversário somar três pontos e não soma nenhum. Na pior das hipóteses, tínhamos que empatar. A gente procurou tomar menos gols, defender melhor porque estávamos pecando muito nisso. Depois, fomos arrumando aos poucos. A gente foi ganhando de 1 a 0, ele até brincou que tá bom porque não é basquete. E é verdade, são os mesmos três pontos que ganhar de 3 a 0. Graças a Deus, estamos conseguindo fazer essa retomada que foi muito importante. É claro que ainda falta muito, a gente não pode achar que está fora de risco. Temos que buscar cada jogo, não adianta pensar que faltam três ou quatro jogos para ganhar.
🗞️ Leia mais notícias do Fluminense
🎧 Ouça o podcast ge Fluminense
Assista: tudo sobre o Fluminense no ge, na Globo e no sportv



Post Comment

You May Have Missed