Baterista se manifesta sobre deixar o Primus após “perder a paixão por tocar”

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O baterista Tim “Herb” Alexander realizou sua primeira manifestação oficial após confirmar a saída do Primus. Foi a terceira passagem do instrumentista pelo conjunto. Ele participou inicialmente de 1989 a 1996, justamente o auge comercial. Regressou em 2003 e permaneceu até 2010, voltando outra vez a partir de 2013.

O texto foi enviado à Rolling Stone e contou com uma explicação dos vários aspectos levados em conta para a tomada de decisão, que veio a público através da banda no último dia 29 de outubro.

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Assim começou a declaração:

“Sei que há muitas perguntas sobre o motivo de eu ter saído do Primus e sinto que é importante compartilhar meu lado da história — para mim e para nossos fãs. Foi uma das decisões mais desafiadoras da minha vida, mas, no final das contas, tudo se resumiu ao amor — por mim, minha família e a vida que quero criar daqui para frente. Escolhi um caminho de amor.”

A seguir, Tim contou que o dito pela banda como seu motivo para sair – ter perdido a paixão por tocar – não representava o todo da fala.

“Eu disse isso. Mas também disse: ‘Todas essas turnês me deixaram com uma sensação de vazio. Meu corpo dói constantemente’. Esse contexto é importante. Também disse que eles merecem alguém que queira estar lá. Mantenho isso. No que diz respeito a ‘abruptamente’, suponho que nunca há o momento perfeito para deixar algo do qual você faz parte há tanto tempo. As bandas têm seu próprio funcionamento interno e são um relacionamento. Às vezes não parece equilibrado e às vezes não dá certo.”

A saúde mental de Tim Alexander

No parágrafo seguinte, o artista falou sobre outro fator que pesou para abandonar o grupo: sua psique.

“Nos últimos meses, tenho estado em um lugar de cura profunda e reabilitação intensiva de saúde mental, aprendendo a confrontar lutas que carreguei por anos. Neste período de solidão, comecei a ver com nova clareza o que não me serve mais, as pessoas e situações que não apoiam meu bem-estar e as partes da minha vida que preciso deixar ir para encontrar paz e estabilidade.”

A saúde física também contou, especialmente pelos problemas cardíacos que já enfrentou.

“Ser baterista por quase quatro décadas tem cobrado seu preço do meu corpo. Como eu disse antes, meu corpo dói. Minhas mãos doem. Minhas costas doem. Dez anos atrás, fiz uma cirurgia de coração aberto e ainda estou lidando com as consequências.”

A posição do Primus

A nota oficial do Primus após a confirmação do rompimento com Tim Alexander dizia:

“Na quinta-feira, 17 de outubro, recebemos um e-mail de Tim ‘Herb’ Alexander expressando que, a partir de então, ele não estaria mais envolvido com o Primus. Foi um choque completo para todos nós. Logo após uma maravilhosa turnê de primavera e verão, com alguns planos fabulosos pela frente, tem sido um pouco desconcertante para nós que tenha desistido tão abruptamente. Após várias tentativas de comunicação com Herb, sua única resposta foi outro e-mail dizendo que ‘perdeu sua paixão por tocar’. Por mais decepcionante que isso seja, respeitamos sua escolha e isso nos forçou a tomar algumas decisões difíceis.”

A seguir, a banda deixou claro que manterá as atividades já planejadas, incluindo o show de final de ano em Oakland, Califórnia, dia 31 de dezembro.

“Consideramos cancelar o show de ano novo, mas depois de muita conversa, decidimos mudar a formação para uma versão aumentada do Primus, com membros do Holy Mackerel e Frog Brigade. Este será um evento especial e emocionante, único. Quanto ao futuro, a banda está ansiosa para se apresentar na República Dominicana com o Tool e outros. Danny Carey mais uma vez se ofereceu graciosamente para preencher o trono da bateria. Para ‘Sessanta’, o Primus planeja procurar o ‘maior baterista do mundo’. Detalhes em breve… Obrigado pelo apoio e compreensão.”

O Primus não lança um álbum de material inédito desde 2017, quando saiu “The Desaturating Seven”. O disco chegou ao 26º lugar na Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos.

Fundado em 1984, o grupo mistura elementos de rock, metal, funk, progressivo e sonoridades experimentais. O baixista e vocalista Les Claypool é o único integrante original. O guitarrista Larry LaLonde, ex-Possessed, faz parte desde 1989.

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