Por que infelizmente é “normal” que músicos morram jovens, segundo Bruce Springsteen
Inúmeros artistas promissores ou já consolidados morreram quando ainda eram jovens. Um dos casos mais recentes e de grande repercussão envolveu Liam Payne, ex-integrante da boy band One Direction, que faleceu aos 31 anos após cair da sacada de um hotel em Buenos Aires, na Argentina, no último dia 16 de outubro.
O britânico, que ganhou fama ainda na adolescência, enfrentava abertamente problemas com drogas e álcool. Investigações sobre o caso continuam em andamento, mas um exame toxicológico inicial teria revelado que o cantor possuía no organismo substâncias como crack e cocaína, além da cocaína rosa (coquetel com cetamina, metanfetamina, ecstasy e crack), segundo compartilhado pelo TMZ.
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Bruce Springsteen recentemente foi perguntado a respeito do assunto durante entrevista ao The Telegraph. Assim, explicou por que ao seu ver, infelizmente, é “normal” que tragédias do tipo aconteçam com músicos tão novos.
O cantor destacou a enorme pressão sofrida na indústria musical. Como relatado, na juventude, a personalidade ainda está em formação — o que dificulta o processo de lidar com as consequências advindas do sucesso. É aí que muitos procuram maneiras danosas de “aliviar” as angústias.
Ele declarou:
“[Mortes prematuras] não é algo incomum na indústria, é normal. É uma área que coloca enormes pressões nos jovens. Os jovens ainda não têm a capacidade interior ou o senso de identidade necessários para se proteger de muitas das coisas que acompanham o sucesso e a fama. Então, acabam ficando perdidos e se envolvem com coisas complicadas e muitas vezes, dolorosas… apelando para drogas ou álcool para aliviar um pouco dessa pressão.”
Depressão
Após o lançamento do álbum “Born in the USA” (1984), o próprio Springsteen lidou com a depressão. Não só, como muitos de seus colegas na E Street Band também passaram por momentos complicados, incluindo o saudoso tecladista Danny Federici — que morreu por causa de um melanoma em 2008.
Ainda assim, segundo o músico, havia um limite implícito entre os integrantes, principalmente para que conseguissem manter a agenda profissional. “The Boss” relembrou:
“Eu entendo muito bem essa situação. Eu mesmo já enfrentei muitas coisas. Todos na banda já enfrentaram problemas. Danny [Federici] certamente passou por isso. As drogas não eram incomuns na E Street Band. Mas havia um limite. Eu ficava fora dos assuntos pessoais de cada um, mas, se eu estivesse no palco e percebesse que alguém não estava em sua melhor forma, seria um problema. Isso criou uma espécie de barreira no palco, onde cada um precisava estar relativamente sóbrio e dando o seu melhor. E eu sempre digo que uma das coisas de que mais me orgulho é que, se algum dos meus companheiros partiu, foi por causas naturais.”
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*No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.
Bruce Springsteen atualmente
Desde fevereiro do ano passado, Bruce Springsteen está excursionando pelo mundo ao lado da E Street Band. A turnê marcou o reencontro do cantor com a banda após seis anos e ganhou um documentário a respeito. “Diário de Estrada: Bruce Springsteen and The E Street Band” estreou no Disney + no último mês de outubro.
O giro está sendo envolto em uma série de polêmicas por conta do alto preço dos ingressos. A Ticketmaster, responsável pelas vendas, adotou um modelo variável conforme o interesse do públicos pelas entradas, em vez de estabelecer valores fixos.
No ano passado, o artista precisou interromper atividades e cancelar toda a sua agenda do fim de 2023 para tratar um úlcera péptica. A doença se caracteriza por uma ferida que ocorre na camada de revestimento interno do tubo digestivo superior.
Assim, tocou na América do Norte entre fevereiro e o início de setembro, retomando os compromissos somente em março deste ano. Ainda há datas marcadas no continente americano e na Europa, com a agenda acabando em julho de 2025.
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