Delator do PCC entregou policiais uma semana antes de ser assassinado no aeroporto de Guarulhos

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Antes de ser assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na sexta-feira (8), o empresário Vinícius Lopes Gritzbach, conhecido como delator do PCC, apontou corrupção de policiais civis em delação ao Ministério Público do Estado de São Paulo.

A informação chegou à Corregedoria da Polícia Civil no dia 31 de outubro e divulgada pela corporação em coletiva de imprensa, na tarde dessa segunda-feira (11).

Vinícius Lopes Gritzbach foi assassinado no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8)Vinícius Lopes Gritzbach foi assassinado no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8) – Foto: Reprodução/ ND

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que nenhuma hipótese está descartada. “O mais importante de falar é isso: a gente não descarta nenhuma possibilidade, na verdade. Até porque ele delatou policiais civis na própria Corregedoria da Polícia Civil, que foi um desdobramento da delação dele no Ministério Público”, afirmou.

O delator do PCC apontou que policiais civis, de duas delegacias, teriam participado de um esquema de corrupção e lavagem para integrantes da facção. Derrite declarou também que a investigação não tem, até o momento, nenhum indício de que policiais tenham participado da ação no aeroporto, mas ressalvou que alguns “fatos chamam a atenção”.

“A gente não tem nenhum indício, por ora, da participação [de policiais] ali na execução. Tem alguns fatos que chamam a atenção, que é o fato de os policiais da escolta terem atrasado, justamente no dia, mas todas essas peças do quebra-cabeça vão se fechando ao longo da investigação”, disse.

Coletiva de imprensa revela detalhes sobre morte do delator do PCCColetiva de imprensa revela detalhes sobre morte do ‘delator do PCC’ – Foto: Marcelo Camargo/ Governo de SP/ Agência Brasil/ ND

Vinícius Lopes Gritzbach respondia pela morte de criminosos

O empresário, que vem sendo chamado de delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), era réu pelo assassinato de duas pessoas ligadas ao grupo criminoso. Ele contava com quatro policiais militares em sua equipe de segurança, segundo a SSP.

No dia em que foi assassinado, parte desses seguranças atrasou e não foi até o aeroporto. Os quatro policiais foram afastados e estão sendo investigados. “A gente depende agora do resultado das perícias que serão feitas [nos celulares dos envolvidos]. Nós não temos problema nenhum em apurar e depurar desvio de conduta, seja na Política Militar, seja na Polícia Civil”, disse Derrite.

O secretário não quis informar quantos policiais exatamente estão sendo investigados, além dos quatro PMs que trabalhavam como seguranças de Gritzbach. Derrite anunciou ainda a criação de uma força-tarefa para investigar o crime — medida publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo ainda na segunda-feira.

Empresário executado em Guarulhos é suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC Empresário executado em Guarulhos é suspeito de mandar matar dois integrantes do PCC – Foto: Reprodução/Record TV

Relembre morte do delator do PCC

Na tarde da sexta-feira (8), o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi executado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Jurado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), ele entrou na mira da facção criminosa ao passar informações sobre os assassinatos de seus líderes, como “Cara Preta” e “Django”.

Gritzbach foi alvejado com tiros de fuzil na saída do desembarque oeste do Terminal 2, destinado a voos domésticos. Além dele, outras três pessoas foram baleadas no tiroteio. O empresário era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro.

Segundo informações da perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana da Polícia Civil, dois criminosos efetuaram ao menos 27 disparos.

*Com informações da Agência Brasil.



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