‘Não me sinto confortável em fazer o procedimento em você’, recusa médico sobre a retirada do PMMA do rosto de Maíra Cardi
A influenciadora Maíra Cardi, de 41 anos, tem compartilhado pelas suas redes sociais, principalmente no TikTok, uma série de vídeos em que mostra sua saga para retirar a substância polimetilmetacrilato (PMMA) do rosto. Segundo ela, quando aplicou, ela não sabia o verdadeiro risco e nem que estavam colocando este tipo de substância na face dela.
Ela agora quer retirar, pois além de se sentir desconfortável com os inchaços frequentes que a substância causa, Cardi está planejando engravidar do primeiro filho com o marido, o empresário Thiago Nigro, de 34 anos. Por conta da idade, ela não descarta a possibilidade de fazer uma Fertilização In Vitro (FIV), porém, vai tentar primeiro por vias naturais.
Os últimos três vídeos que lançou sobre as consultas já conseguiram mais de 700 mil visualizações. Sobre a possível gravidez e o processo de FIV teve mais de 1 milhão de visualizações.
A influenciadora, até o momento, compartilhou as duas consultas médicas que realizou na última semana e os dois especialistas foram enfáticos ao dizer que não a aconselham a retirar a substância por conta dos riscos que a cirurgia pode trazer.
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— No seu caso, não me sinto confortável em fazer o procedimento. Os riscos e os malefícios são maiores do que os benefícios — afirmou o médico creditado como Márcio no vídeo da influenciadora.
Segundo o médico, o PMMA de Cardi está em uma região cujos nervos do rosto fazem parte da mímica facial, ou seja, são eles que auxiliam as pessoas a sorrirem e mexerem a boca.
— Se lesamos esses nervos durante a retirada, vamos trazer mais malefícios do que benefícios — diz.
A influenciadora diz ainda que “sofre” por não poder realizar nenhum procedimento mais moderno no rosto, como o laser, por ter a substância dentro da pele.
— Eu coloquei na maça do rosto e no bigode chinês, mas como durante a minha primeira gravidez eu fiquei inchada, tenho problema de circulação, eu não queria que isso acontecesse agora durante a minha segunda gestação. Não pode fazer nenhum processo no rosto, como laser, porque inflama e incha. Sofro muito com isso — afirmou a influenciadora durante a consulta.
Ela foi em busca de um outro conselho médico e, apesar de ter sido mais brando, dizendo que pode fazer a cirurgia se a influenciadora quiser, o profissional também não a aconselhou realizar.
— Se fosse o meu rosto, teria receio de fazer essa cirurgia sem ter uma necessidade tão grande, visto que as cirurgias sempre têm riscos. Você está super jovem, não tem indicação de fazer um lifting nem nada. Seria no sentido de melhorar o seu bem-estar, mas você tem que dizer e colocar na balança o quanto isso te incomoda e se vale realmente a pena mexer no rosto — explicou o segundo médico que não teve o nome revelado na postagem.
O profissional afirmou que Cardi poderia fazer um lifting no rosto, mas que seria uma cirurgia, com abertura parcial do rosto para retirar a substância e que não conseguia dizer que retiraria 100% do material por não saber como ele se comporta e nem em que regiões ele pode estar completamente.
— Quando o paciente tem PMMA a nossa tendência é não fazer nenhum tipo de injetável ou tratamento mais profundo — disse.
O PMMA, ou polimetilmetacrilato, é uma substância plástica, que não é reabsorvível pelo organismo. Ela é utilizada como um preenchedor em forma de gel durante procedimentos para corrigir pequenas deformidades e para casos de lipodistrofia – uma perda de gordura facial que pode ocorrer em pessoas que vivem com HIV.
E também para correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento em áreas afetadas. Essas são as duas únicas finalidades para as quais o produto tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Dessa forma, ele não é indicado para aumento de volume estético e para grandes áreas do corpo por se tratar de um composto plástico e permanente. Ao ser aplicado de forma mais profunda na pele, ele pode desencadear complicações graves, como as infecções e a rejeição do corpo. Além disso, por não ser reabsorvível pelo organismo, ele se adere a estruturas como músculos e ossos, o que torna a sua remoção quase impossível.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) condena o seu uso em procedimentos estéticos. Em nota publicada no ano passado, a entidade reiterou que o uso fora das orientações médicas – em pequenas deformidades e na lipodistrofia – “é extremamente perigoso”.
“Apesar do produto ser comercializado em nosso meio, o mesmo pode ocasionar complicações precoces e tardias de difícil resolução. Dentre as complicações podemos citar: nódulos, massas e processos inflamatórios e infecciosos ocasionando danos estéticos e funcionais desastrosos e irreversíveis. (…) De acordo com relatos nos trabalhos científicos, as complicações mais graves como necroses, cegueiras, embolias e óbitos apresentam maior frequência com este produto do que com os preenchedores absorvíveis”, diz a nota.
A Anvisa também já demonstrou preocupação com o uso inadequado do PMMA e os riscos para a saúde. Além dos já mencionados, a agência reforçou que, nos casos indicados, “o produto deve ser administrado por profissionais médicos treinados”, para evitar complicações.
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