Por que o filme “Ainda Estou Aqui” está sofrendo tentativa de boicote?
Circulam nas redes sociais postagens sobre uma tentativa de boicote ao filme “Ainda Estou Aqui”. Estrelado por Fernanda Torres e dirigido por Walter Salles (“Central do Brasil”), o longa atraiu mais de 358 mil pessoas aos cinemas nos primeiros dias e arrecadou cerca de R$ 8,6 milhões.
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No X (antigo Twitter), usuários da extrema-direita criticam o caráter político do filme e uma suposta ligação da atriz Fernanda Torres com o presidente Lula.
“Com medo de boicote, Fernanda Torres, eleitora de Lula e que já afirmou ter preconceito contra crentes, agora pede paz e diz que seu filme é para todos… Você vai boicotar o filme?”, provoca uma das postagens.
Outro perfil fez um trocadilho com o título do filme: “E Ainda Estou Boicotando… E Você?”. “Não vou assistir nem de graça“, comentou o usuário, incluindo um selo de “Boicote sem dó” para enfatizar sua falta de interesse.
Além dos posicionamentos políticos da protagonista, “Ainda Estou Aqui” também provoca polêmica por retratar uma parte do período militar, uma parte da história brasileira ainda nebulosa e que costuma dividir opiniões e mobilizar apoiadores de direita e esquerda.
Na tarde desta quarta-feira (13), além das redes sociais, o tema do boicote estava entre os mais pesquisados no Google.
O filme
O filme “Ainda Estou Aqui” estreou no início de novembro e já é um sucesso de bilheteria no Brasil. Com elenco de estrelas como Fernanda Torres, Selton Mello e o diretor Walter Salles (“Central do Brasil”), o longa-metragem vem chamando atenção do público.
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A produção nacional ficou à frente de títulos de Hollywood, como “Venom: A Última Rodada”, estrelado por Tom Hardy, e “Operação Natal”, com Dwayne Johnson, o The Rock, e Chris Evans.
“Ainda Estou Aqui” é representante do Brasil na disputa por vaga na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2025. Uma lista de pré-selecionados será divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 17 de dezembro.
O filme é uma adaptação do livro autobiográfico homônimo do escritor Marcelo Rubens Paiva, também conhecido pelo romance “Feliz Ano Velho” (1982). A história narra trajetória da mãe do autor, Eunice Paiva, na ditadura militar.
Na década de 1970, a vida dela muda repentinamente após desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva, cassado, preso e torturado pelo regime. Criando filhos sozinha, ela vira ativista de direitos humanos e passa a lutar pela verdade sobre o que de fato aconteceu com seu companheiro.
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