“Alegria do Amor”, filme de Marcia Paraíso estreia em dezembro em Florianópolis
Vai uma sugestão aí de um filme brasileiro que chegará nos próximos meses nos cinemas de Florianópolis e país. “Alegria do Amor”, nova produção dirigida pela cineasta Marcia Paraíso, aqui de Floripa, e que será exibido no Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, que acontece de 13 a 16 de novembro, em São Paulo.
Em Florianópolis, a estreia será em dezembro (de 07 a 18) durante o Transforma – Festival Internacional de Cinema da Diversidade de Santa Catarina (confira a programação no site).
O longa de ficção tem em seu elenco de protagonistas muitas mulheres e grandes atrizes como Renata Gaspar, Wallie Ruy, Sandra Corveloni, Zezita Matos e Suely Franco, além de artistas sertanejos e mestres da cultura popular nordestina.
Tudo para dar vida a uma trama que aborda desde questões agrárias e território quilombola, até o universo LGBTQIAP+. O Roteiro foi escrito pela diretora em parceria com Glauco Broering. Marcia rodou no final do ano passado em Florianópolis o longa-metragem “Livros Restantes” e protagonizado por Denise Fraga e elenco de atores catarinenses.
“Alegria do Amor” teve a primeira exibição em Portugal, no Festival Itinerante da Língua Portuguesa – Festin Lisboa 2024. A previsão de estreia nas salas de cinema no Brasil é em fevereiro de 2025, com distribuição da Downtown Filmes.
A história se inicia em uma comunidade remanescente de Quilombo, encravada em uma serra do Sertão brasileiro, em um momento conflituoso com uma empresa mineradora que pretende explorar minério na região. Estatisticamente, o maior índice de violações humanas em territórios indígenas e quilombolas, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), se dá por mineradoras estrangeiras.
A protagonista Dulce (interpretada pela atriz Renata Gaspar), uma ex-noviça, é professora de alfabetização de jovens e adultos na comunidade quilombo e é companheira de Davi (Márcio de Paula), liderança local, que é assassinado. Sem perspectiva de lutar pelo território naquela situação de conflito, Dulce foge para São Paulo, pensando em dar visibilidade para a violência que acontece naquelas terras.
“Alegria do Amor”, filme de Marcia Paraíso mergulha no Brasil sertanejo e quilombola
A realização do filme envolveu grande parte da população do povoado Dom Maurício, na Serra do Estevão, as irmãs católicas que vivem no Mosteiro da Santa Cruz e a comunidade quilombola do Sítio Veiga, que atuou junto ao elenco profissional e também apresentou, como parte da narrativa, a “Dança de São Gonçalo”.
Essa manifestação cultural/religiosa resiste no lugar desde os tempos em que as famílias Roseno e Eugênio se refugiaram por ali, vindos do sertão do Rio Grande do Norte, carregando o desejo de liberdade e São Gonçalo do Amarante, a quem pediam boas safras e fartos invernos (no sertão, a estação chuvosa).
Em coerência com a própria temática e proposta narrativa, Alegria do Amor possui 70% de sua equipe técnica declaradamente LGBTQIAP+, e agregando profissionais de distintas regiões do Brasil.
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