De olho no Brasil, Xi abre porto estratégico e preocupa aliados de Trump

Num estudo publicado em 2022 pelo Council of Foreign Relations, fica claro ainda que existe uma preocupação real por parte dos EUA de que a China esteja usando essas relações comerciais e de investimentos para atingir metas geopolíticas. Uma delas seria isolar ainda mais Taiwan, ilha que até recentemente contava com o reconhecimento de vários países latino-americanos. Mas com recursos e promessas de investimentos, a China convenceu República Dominicana, Nicarágua e, mais recentemente Honduras, a abandonar o apoio às autoridades em Taipé.

Já em 2021, o almirante americano, Craig Faller, que liderou o Comando Sul, chegou a soar um alerta:

“Estamos perdendo nossa posição de vantagem nesse hemisfério e uma ação imediata é necessária para reverter essa tendência”.

Joe Biden de fato agiu, ampliando iniciativas para a região e mesmo para favorecer o comércio com o Brasil. Além disso, fez forte pressão para garantir que Lula fosse primeiro para a Casa Branca, e não para Pequim.

Na Europa, a preocupação também é real sobre o avanço chinês sobre o Brasil e o restante do continente. Num documento produzido pelo Parlamento Europeu no final de 2022, o bloco alertava que, entre 2000 e 2022, o comércio entre a China e América Latina aumentou em 26 vezes.

“A UE, que há muito tempo é o parceiro comercial mais importante da América do Sul e o segundo maior parceiro comercial da América Latina como um todo, tem experimentado uma diminuição em sua participação de mercado em meio à expansão do comércio da China”, admitiu o documento obtido pelo UOL.



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