‘Guru espiritual’ do RS é suspeito de desviar R$ 20 milhões
Um guru espiritual da comunidade Osho Rachana, na Região Metropolitana de Porto Alegre, é investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul pelos crimes de tortura psicológica, curandeirismo e estelionato contra os integrantes do local. Uma operação foi deflagrada nesta quarta-feira (11) para investigar o homem de 69 anos.
Durante a manhã, policiais que participaram da Operação “Namastê” cumpriram um mandado de busca e apreensão na comunidade alternativa, localizada em um sítio no limite de Viamão com Porto Alegre.
Líder de seita de sexo livre foi denunciado por ex-integrantes da comunidade
Conforme a delegada Jeiselaure de Souza, a investigação começou após ex-integrantes da Osho Rachana terem denunciado o líder, de iniciais A. A. As pessoas procuraram o Ministério Público do RS e relataram diversos atos violentos como tortura psicológica, violência física e patrimonial.
A investigação aponta que as vítimas procuravam a comunidade para realizar imersões e terapias bioenergéticas alternativas, meditações e outros rituais como a prática de sexo livre – incentivada como processo terapêutico no local. E os pacotes custavam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
Além disso, a Polícia Civil afirma que após decidirem morar no sítio, os integrantes pagavam uma mensalidade e ainda participavam de atividades como a venda de pão, agendas e cadernos de porta em porta nas ruas de Porto Alegre.
De acordo com a investigação, a Osho Rachana mantinha também uma sede na Cidade Baixa, bairro de Porto Alegre. Mas o local foi desativado recentemente.
Desvio de R$ 20 milhões e apostas online
Os ex-integrantes da Osho Rachana também contaram que, após a pandemia, o guru espiritual exigiu que todos os membros da comunidade fizessem empréstimos bancários de valor altos e entregassem para a gestão do sítio.
No entanto, a investigação indica que mais de R$ 20 milhões tenham sido desviados para que o homem fizesse viagens luxosas e investisse em empresas pessoais. Ele também teria perdido parte do valor em apostas online.
O prejuízo aos integrantes da comunidade foi superior a R$ 4 milhões, já que o líder da seita fez dezenas de dívidas após a pandemia.
“As vítimas começaram a perceber que as contas tinham algum problema financeiro e constataram um prejuízo na casa dos R$ 4 milhões, agora no último ano. Ele teria perdido com dívidas, com apostas online, com viagens”, explica a delegada.
Próximos passos da investigação
Durante a Operação “Namastê” foram apreendidos documentos, computadores, telefones celulares e máquinas de cartão, além de várias fotografias.
Os indivíduos envolvidos são investigados pela prática de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outros crimes financeiros e também pelos artigos 241-B e E do Estatuto da Criança e do Adolescente. Já que, conforme denúncias, crianças foram expostas às práticas do local.
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