Justiça condena clínica de Florianópolis por diagnosticar morte de feto que ainda estava vivo

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A 3ª Vara Cível da comarca da Capital condenou uma clínica médica por erro em exame de ultrassonografia, que diagnosticou incorretamente a morte de um feto e apontou que o caso era é de um aborto em andamento. Dez dias após receber o laudo errado, a gestante, ainda abalada pela suposta perda, procurou um hospital para realizar o procedimento de curetagem (procedimento de raspagem do útero).

Na foto, barriga de mulher grávida. Justiça condena clínica de Florianópolis por diagnóstico errado. Justiça condena clínica de Florianópolis após diagnóstico errado de ultrassom indicar morte de bebê; não foram exigidos outros exames para confirmar o fato – Foto: Freepik/Reprodução/ND

No entanto, como procedimento cautelar, os médicos do hospital decidiram realizar uma ressonância magnética antes da curetagem, já que a mulher não apresentava sintomas típicos de aborto, como sangramentos.

O novo laudo trouxe uma surpreso: o feto estava vivo, com batimentos cardíacos normais. O bebê nasceu saudável em 7 de abril de 2019, por parto normal.

Justiça condena clínica de Florianópolis em ação de danos morais

Após quase ter perdido o filho, a mãe ajuizou uma ação por danos morais. A Justiça condenou a clínica de Florianópolis a indenizá-la em R$ 15 mil.

“Gestação é um período de profundas transformações físicas e emocionais. O diagnóstico equivocado, que concluiu pela morte do feto, destruiu os sentimentos maternais que afloravam na autora, causando o dano reparado nesta ação”, destacou um magistrado na sentença.

Ultrassom apontou que mãe havia perdido o bebê e, dias depois, mulher procurou hospital para fazer curetagem, sob o risco de realmente perder o filho; Justiça condena clínica de Florianópolis por danos morais – Foto: Reprodução/NDUltrassom apontou que mãe havia perdido o bebê e, dias depois, mulher procurou hospital para fazer curetagem, sob o risco de realmente perder o filho; Justiça condena clínica de Florianópolis por danos morais – Foto: Reprodução/ND

O juiz observou ainda que o erro poderia ter sido evitado se o médico responsável pelo exame inicial tivesse informado que o resultado não era conclusivo ou que necessitava de exames complementares.

“Foge ao bom senso considerar correto um parecer médico baseado em um único exame, sem maiores detalhes, e que atesta de forma absoluta a ocorrência de óbito fetal”, concluiu o magistrado.

O processo tramita em segredo de Justiça. Por esse motivo, a reportagem do ND Mais não localizou a defesa da clínica de Florianópolis. Ainda cabe recurso ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina.



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