O Irã vai assumir a presidência rotativa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 2025, em meio as incertezas no Oriente Médio e a tensões com os Estados Unidos e Israel. O anúncio foi feito pelo bloco na terça-feira (10/12), após uma reunião realizada por videoconferência.
A presidência iraniana no cartel, que coordena as política de petróleo entre os 12 países membros da OPEP, entre em vigor a partir de 1º de janeiro, com a validade de um ano.
“A Conferência elegeu Sua Excelência o Eng. Mohsen Paknejad, Ministro do Petróleo da República Islâmica do Irã, como Presidente da Conferência da OPEP por um ano, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2025”, disse um comunicado divulgado pela OPEP.
Atualmente, a organização fundada em 1960 é composta por Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Argélia, Líbia, Gabão, Guiné Equatorial e Congo.
Além de estar envolvido em uma escalada de tensão militar com Israel, o Irã também vive a expectativa as possíveis mudanças na política norte-americana para o Oriente Médio após Donald Trump assumir a Casa Branca, em janeiro de 2025.
O novo presidente norte-americano já mostrou que deve promover alterações significativas nas políticas dos EUA sobre a relação entre China e Irã, incluindo uma possível contenção na exportação de petróleo de Teerã para Pequim.
Ao Metrópoles, analistas afirmam que a presidência iraniana na OPEP deve buscar conter uma possível ofensiva do novo presidente norte-americano contra o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei.
“Biden tem assumido uma postura de não contenção da exportação de petróleo do Irã para a China, com quase todo petróleo iraniano indo para os chineses. Ao passo que Trump já sinalizou que deve adotar uma postura menos amigável”, explica Paulo Cesar Rebello, analista de política exterior e doutorando em Ciência Política pela Universidade de Salamanca.