Pierre Poilievre: conservador desafia política canadense – 11/01/2025 – Mundo


Pierre Poilievre, o político favorito para se tornar o próximo líder do Canadá, pintou seu país como quebrado e cheio de “crime e caos”. Ele ridicularizou o primeiro-ministro Justin Trudeau, classificando-o de “um maluco”, e definiu seus ministros como “loucos, desastrosos, incompetentes e desacreditados”.

No Parlamento, chamou um líder da oposição de esquerda e ex-apoiador de Trudeau de “falso, fraudulento, traidor e vendido”. Enfurecido, o representante progressista se levantou de sua cadeira, caminhou pelo corredor e gritou: “Estou bem aqui, cara”.

“Faça isso”, retrucou Poilievre, enquanto o presidente da Câmara lutava para restaurar a calma e pedia que os legisladores respeitassem as regras.

Poilievre, 45, líder do opositor Partido Conservador, tem desafiado as regras no discurso político do Canadá com um estilo combativo e focado em ataques, e uma mensagem populista anti-elite que foi descrita como autêntica por seus apoiadores e trumpista por seus críticos. Até agora, tem funcionado.

No último ano, Poilievre e seu partido desfrutaram de uma vantagem de dois dígitos nas pesquisas sobre Trudeau e seu Partido Liberal. Se os números se mantiverem, Poilievre emergirá como o próximo primeiro-ministro em uma eleição geral que deve ser realizada até outubro, mas provavelmente ocorrerá nos próximos meses. Isso após o anúncio de Trudeau, na segunda-feira (6), de que ele renunciaria como líder do partido e como primeiro-ministro assim que seu partido decidir sobre um sucessor. A previsão é que esta eleição interna dos liberais ocorra em 9 de março.

Político de carreira há muito conhecido como um feroz cão de guarda para seu partido, com um senso instintivo dos temas que ressoam entre os eleitores, Poilievre conseguiu atacar com sucesso o impopular Trudeau no último ano e fazê-lo parecer desconectado.

O conservador impulsionou a agenda política da nação escolhendo a dedo questões — custos de moradia, inflação e imigração — que, segundo muitos canadenses, o governo de Trudeau havia subestimado ou administrado mal.

Em entrevista coletiva anunciando sua renúncia, Trudeau disse que a “visão para este país de Poilievre não é a certa para os canadenses”, acrescentando que o líder da oposição não estava oferecendo “uma visão ambiciosa e otimista do futuro”.

A liderança de Poilievre nas pesquisas é incerta, podendo mudar à medida que eleitores o conhecem. A escolha de um novo líder pelo Partido Liberal pode aumentar sua popularidade. Poilievre, líder dos Conservadores desde 2022, precisa apresentar sua agenda para atrair eleitores convencionais.

“Ele seria muito diferente de qualquer outro primeiro-ministro que tivemos”, disse Duane Bratt, cientista político da Universidade Mount Royal em Calgary, Alberta. “Ele tem sido combativo. Isso é ótimo como líder da oposição, e até mesmo como ministro júnior. Mas ele pode fazer isso como primeiro-ministro?”

Como outros líderes populistas, Poilievre aproveitou as frustrações pós-pandêmicas dos eleitores com os crescentes custos de vida, habitação inacessível e o que para muitos parecia ser um governo Trudeau presunçoso que tomava grandes decisões — como aumentar a imigração para níveis históricos ou impor um imposto sobre o carbono — sem muita explicação ou consulta.

Três anos atrás, Poilievre foi um dos poucos políticos a apoiar abertamente os caminhoneiros que paralisaram o centro de Ottawa, a capital canadense, por semanas para protestar contra os mandatos de vacina. “Ele canalizou um antielitismo no Canadá”, disse Lori Turnbull, cientista política da Universidade Dalhousie em Halifax, Nova Escócia. “É populista, é anti-institucional. Isso é uma grande parte de sua mensagem.”

Poilievre tem defendido uma mensagem tradicionalmente conservadora de liberdade pessoal, governo enxuto, impostos mais baixos, rigidez com o crime e mais flexibilidade com as regulamentações na indústria do petróleo do Canadá.

Mas ele tem temperado sua mensagem com críticas aos “globalistas elitistas de Davos”, ameaçando demitir o banqueiro central do Canadá, abraçando criptomoedas e atacando a mídia, especialmente a emissora pública, CBC, que ele prometeu desfinanciar.

“O problema que tivemos neste país é que ele [Trudeau] se concentrou na grandiosidade da liderança das personalidades egocêntricas no topo e não nas coisas grandiosas e boas sobre as pessoas comuns”, disse Poilievre em entrevista recente.

Em sua vida pessoal, Poilievre não poderia ser mais diferente de Trudeau, que cresceu na residência oficial do primeiro-ministro em Ottawa por ser filho de Pierre Trudeau (1919-2000), que liderou o Canadá por quase 16 anos e ajudou a definir a identidade moderna do país.

Num aparente esforço para enfatizar suas origens modestas, Poilievre frequentemente contou a história de como nasceu em Calgary, de uma mãe de 16 anos que o deu para adoção. Seus pais adotivos eram professores que se separaram quando ele tinha 12 anos, e depois disso seu pai se assumiu gay.

Quando foi eleito líder do Partido Conservador por uma grande margem em 2022, ele saudou sua mãe biológica, seus pais adotivos e o parceiro de longa data de seu pai, todos presentes na plateia.

“Somos um grupo complicado e misturado, como a maioria das famílias, como nosso país”, disse Poilievre, que apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos ao aborto.

Poilievre tem dois filhos com sua esposa, Anaida, ex-assessora do Senado que ele conheceu em Ottawa. Ela nasceu na Venezuela, mas cresceu com sua família em Montreal. Seu marido frequentemente mencionou os benefícios da imigração citando como exemplo a família da mulher, dizendo que eles foram para o Canadá “quase sem nada” e “como tantas famílias imigrantes, construíram nosso país”.

Envolvido na política conservadora em Calgary desde jovem, Poilievre foi eleito ao Parlamento em 2004 aos 25 anos, tornando-se o seu membro mais jovem. Em 2023, transformou sua imagem, trocando ternos por jeans e camisetas e óculos quadrados por lentes de contato.

Poilievre disse na entrevista que se tornou “mais duro” desde que se tornou líder conservador e estava pronto para se tornar primeiro-ministro. “É pessoal para mim”, disse. “Eu não venho de um ambiente privilegiado ou rico. Fui adotado por professores, cresci em um bairro suburbano normal. Nem sempre tínhamos dinheiro. Mas consegui chegar até aqui.”

Pierre Poilievre, o político favorito para se tornar o próximo líder do Canadá, pintou seu país como quebrado e cheio de “crime e caos”. Ele ridicularizou o primeiro-ministro Justin Trudeau, classificando-o de “um maluco”, e definiu seus ministros como “loucos, desastrosos, incompetentes e desacreditados”.

No Parlamento, chamou um líder da oposição de esquerda e ex-apoiador de Trudeau de “falso, fraudulento, traidor e vendido”. Enfurecido, o representante progressista se levantou de sua cadeira, caminhou pelo corredor e gritou: “Estou bem aqui, cara”.

“Faça isso”, retrucou Poilievre, enquanto o presidente da Câmara lutava para restaurar a calma e pedia que os legisladores respeitassem as regras.

Poilievre, 45, líder do opositor Partido Conservador, tem desafiado as regras no discurso político do Canadá com um estilo combativo e focado em ataques, e uma mensagem populista anti-elite que foi descrita como autêntica por seus apoiadores e trumpista por seus críticos. Até agora, tem funcionado.

No último ano, Poilievre e seu partido desfrutaram de uma vantagem de dois dígitos nas pesquisas sobre Trudeau e seu Partido Liberal. Se os números se mantiverem, Poilievre emergirá como o próximo primeiro-ministro em uma eleição geral que deve ser realizada até outubro, mas provavelmente ocorrerá nos próximos meses. Isso após o anúncio de Trudeau, na segunda-feira (6), de que ele renunciaria como líder do partido e como primeiro-ministro assim que seu partido decidir sobre um sucessor. A previsão é que esta eleição interna dos liberais ocorra em 9 de março.

Político de carreira há muito conhecido como um feroz cão de guarda para seu partido, com um senso instintivo dos temas que ressoam entre os eleitores, Poilievre conseguiu atacar com sucesso o impopular Trudeau no último ano e fazê-lo parecer desconectado.

O conservador impulsionou a agenda política da nação escolhendo a dedo questões — custos de moradia, inflação e imigração — que, segundo muitos canadenses, o governo de Trudeau havia subestimado ou administrado mal.

Em entrevista coletiva anunciando sua renúncia, Trudeau disse que a “visão para este país de Poilievre não é a certa para os canadenses”, acrescentando que o líder da oposição não estava oferecendo “uma visão ambiciosa e otimista do futuro”.

A liderança de Poilievre nas pesquisas é incerta, podendo mudar à medida que eleitores o conhecem. A escolha de um novo líder pelo Partido Liberal pode aumentar sua popularidade. Poilievre, líder dos Conservadores desde 2022, precisa apresentar sua agenda para atrair eleitores convencionais.

“Ele seria muito diferente de qualquer outro primeiro-ministro que tivemos”, disse Duane Bratt, cientista político da Universidade Mount Royal em Calgary, Alberta. “Ele tem sido combativo. Isso é ótimo como líder da oposição, e até mesmo como ministro júnior. Mas ele pode fazer isso como primeiro-ministro?”

Como outros líderes populistas, Poilievre aproveitou as frustrações pós-pandêmicas dos eleitores com os crescentes custos de vida, habitação inacessível e o que para muitos parecia ser um governo Trudeau presunçoso que tomava grandes decisões — como aumentar a imigração para níveis históricos ou impor um imposto sobre o carbono — sem muita explicação ou consulta.

Três anos atrás, Poilievre foi um dos poucos políticos a apoiar abertamente os caminhoneiros que paralisaram o centro de Ottawa, a capital canadense, por semanas para protestar contra os mandatos de vacina. “Ele canalizou um antielitismo no Canadá”, disse Lori Turnbull, cientista política da Universidade Dalhousie em Halifax, Nova Escócia. “É populista, é anti-institucional. Isso é uma grande parte de sua mensagem.”

Poilievre tem defendido uma mensagem tradicionalmente conservadora de liberdade pessoal, governo enxuto, impostos mais baixos, rigidez com o crime e mais flexibilidade com as regulamentações na indústria do petróleo do Canadá.

Mas ele tem temperado sua mensagem com críticas aos “globalistas elitistas de Davos”, ameaçando demitir o banqueiro central do Canadá, abraçando criptomoedas e atacando a mídia, especialmente a emissora pública, CBC, que ele prometeu desfinanciar.

“O problema que tivemos neste país é que ele [Trudeau] se concentrou na grandiosidade da liderança das personalidades egocêntricas no topo e não nas coisas grandiosas e boas sobre as pessoas comuns”, disse Poilievre em entrevista recente.

Em sua vida pessoal, Poilievre não poderia ser mais diferente de Trudeau, que cresceu na residência oficial do primeiro-ministro em Ottawa por ser filho de Pierre Trudeau (1919-2000), que liderou o Canadá por quase 16 anos e ajudou a definir a identidade moderna do país.

Num aparente esforço para enfatizar suas origens modestas, Poilievre frequentemente contou a história de como nasceu em Calgary, de uma mãe de 16 anos que o deu para adoção. Seus pais adotivos eram professores que se separaram quando ele tinha 12 anos, e depois disso seu pai se assumiu gay.

Quando foi eleito líder do Partido Conservador por uma grande margem em 2022, ele saudou sua mãe biológica, seus pais adotivos e o parceiro de longa data de seu pai, todos presentes na plateia.

“Somos um grupo complicado e misturado, como a maioria das famílias, como nosso país”, disse Poilievre, que apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e os direitos ao aborto.

Poilievre tem dois filhos com sua esposa, Anaida, ex-assessora do Senado que ele conheceu em Ottawa. Ela nasceu na Venezuela, mas cresceu com sua família em Montreal. Seu marido frequentemente mencionou os benefícios da imigração citando como exemplo a família da mulher, dizendo que eles foram para o Canadá “quase sem nada” e “como tantas famílias imigrantes, construíram nosso país”.

Envolvido na política conservadora em Calgary desde jovem, Poilievre foi eleito ao Parlamento em 2004 aos 25 anos, tornando-se o seu membro mais jovem. Em 2023, transformou sua imagem, trocando ternos por jeans e camisetas e óculos quadrados por lentes de contato.

Poilievre disse na entrevista que se tornou “mais duro” desde que se tornou líder conservador e estava pronto para se tornar primeiro-ministro. “É pessoal para mim”, disse. “Eu não venho de um ambiente privilegiado ou rico. Fui adotado por professores, cresci em um bairro suburbano normal. Nem sempre tínhamos dinheiro. Mas consegui chegar até aqui.”



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