Em dezembro de 2024, um aposentado de 65 anos, morador de Belo Horizonte, foi alvo de um golpe elaborado que utilizou sua biometria facial para a contratação de um empréstimo consignado no valor de R$ 22 mil. A vítima, que enfrenta diversas limitações físicas, como dificuldade de fala, problemas de visão e audição, foi abordada por criminosos se passando por representantes de uma ONG que distribuía cestas básicas. Durante o encontro, os golpistas fotografaram documentos e capturaram imagens de seu rosto, usando as informações para abrir uma conta bancária digital e obter o empréstimo fraudulento.
A abordagem inicial aconteceu por telefone, quando uma mulher ofereceu a doação de uma cesta básica gratuita. O sobrinho do aposentado, que atendeu à ligação, aceitou a oferta, acreditando na boa-fé dos criminosos. Pouco tempo depois, um casal chegou à residência da vítima em uma motocicleta, trazendo a cesta. Antes da entrega, alegaram que precisavam tirar fotos da carteira de identidade e do rosto do aposentado para confirmar o cadastro. O que parecia um procedimento inofensivo revelou-se uma estratégia sofisticada para enganar e explorar a vítima.
O golpe veio à tona quando a família percebeu que a aposentadoria de um salário mínimo havia sido reduzida por conta da primeira parcela do empréstimo consignado, de quase R$ 500. A vítima, em choque, lamentou o ocorrido, afirmando que o dinheiro já era insuficiente para cobrir suas necessidades básicas, como água e luz. “Foi uma covardia”, desabafou.
Como funcionou o golpe e a sofisticada utilização da biometria facial
A fraude começou com a criação de um cenário convincente. Os criminosos investiram tempo e recursos para simular a existência de uma ONG, usando uma cesta básica como isca para enganar a vítima. Uma vez na residência, capturaram informações sensíveis, como documentos e fotografias detalhadas do rosto do aposentado. Durante a interação, manipularam o rosto da vítima, justificando que era necessário para ajustar o ângulo das fotos.
Com os dados em mãos, os golpistas conseguiram abrir uma conta bancária digital em nome do aposentado, utilizando a biometria facial como forma de autenticação. Essa tecnologia, que deveria aumentar a segurança, acabou sendo explorada devido à falta de fiscalização rigorosa em algumas instituições financeiras. O resultado foi a contratação de um empréstimo consignado, cujas parcelas começaram a ser descontadas automaticamente da aposentadoria da vítima.
Aumento dos casos de fraudes digitais no Brasil
Golpes envolvendo a utilização de biometria facial têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que, em 2023, foram registrados mais de 57 mil casos de fraudes envolvendo empréstimos consignados. Essas estatísticas representam uma média de seis denúncias por hora em Procons de todo o país. Em 2024, estima-se que o número tenha aumentado, acompanhando o avanço das tecnologias digitais e a falta de conscientização de muitos usuários.
A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o crescimento das fraudes digitais, à medida que mais pessoas passaram a utilizar serviços online, incluindo operações bancárias. Quadrilhas especializadas aproveitaram-se dessa transição para desenvolver métodos cada vez mais sofisticados, como a falsificação de identidades por meio de deepfakes e o uso indevido de dados biométricos.
Outros casos similares e suas consequências
O golpe sofrido pelo aposentado de Belo Horizonte não é um caso isolado. Em São Paulo, um idoso foi abordado por um indivíduo que alegava estar verificando a devolução de uma mercadoria. Durante o encontro, o criminoso capturou sua biometria facial com o pretexto de confirmar a identidade, usando as informações para realizar transações fraudulentas. O prejuízo, nesse caso, ultrapassou R$ 30 mil.
Outro caso ocorreu em Salvador, onde uma aposentada perdeu mais de R$ 50 mil após fornecer dados pessoais e fotos para um suposto cadastro de benefícios sociais. Assim como em Belo Horizonte, a vítima só descobriu a fraude quando percebeu descontos indevidos em sua conta bancária.
Consequências para as vítimas e recomendações de especialistas
Os danos financeiros são apenas parte do impacto causado por golpes desse tipo. As vítimas frequentemente enfrentam dificuldades para reaver os valores perdidos, além de sofrerem com o desgaste emocional. Especialistas em segurança digital recomendam uma série de práticas para evitar fraudes:
- Desconfiar de ofertas inesperadas: Cestas básicas, brindes e outros benefícios gratuitos são frequentemente usados como isca por golpistas.
- Evitar fornecer dados pessoais: Não compartilhe documentos ou permita que terceiros capturem imagens do seu rosto.
- Verificar a legitimidade da instituição: Confirme se a entidade que oferece benefícios realmente existe e se está registrada.
- Manter-se informado sobre golpes: Acompanhe alertas de bancos e autoridades sobre novas modalidades de fraudes.
Responsabilidade das instituições financeiras e ações das autoridades
O aumento das fraudes coloca em evidência a necessidade de medidas mais rigorosas por parte das instituições financeiras. Bancos devem investir em tecnologias mais robustas para identificar tentativas de fraude, como a validação cruzada de dados e a utilização de sistemas que detectem deepfakes. Além disso, campanhas educativas para conscientizar os clientes sobre os riscos das fraudes são fundamentais.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que abriu inquérito para investigar o caso do aposentado em Belo Horizonte e que pretende ouvir a vítima nos próximos dias. As vítimas de golpes devem registrar boletim de ocorrência e informar imediatamente a instituição financeira, solicitando o cancelamento das operações fraudulentas. Quando a fraude é comprovada, os bancos têm a obrigação de reembolsar os valores descontados e podem ser responsabilizados por danos morais.
Tecnologia e vulnerabilidades: a evolução das fraudes
A biometria facial foi introduzida como uma forma de aumentar a segurança nas operações financeiras, mas a falta de regulamentação adequada tem permitido que criminosos explorem essa tecnologia. A Febraban destaca que as instituições financeiras precisam adotar sistemas de detecção de fraudes mais avançados, capazes de diferenciar imagens reais de montagens digitais.
Além disso, especialistas em direito digital sugerem que o governo implemente uma legislação mais rigorosa para proteger dados biométricos e responsabilizar empresas que permitam fraudes devido a falhas em seus sistemas de segurança.
Impacto social das fraudes financeiras
As fraudes financeiras têm um impacto significativo não apenas nas vítimas, mas também na sociedade como um todo. Idosos, que frequentemente dependem de suas aposentadorias para sobreviver, estão entre os grupos mais vulneráveis. Muitos vivem com renda limitada e enfrentam dificuldades para lidar com as consequências financeiras e emocionais de um golpe.
A conscientização da população é essencial para reduzir os casos de fraude. Governos e organizações devem trabalhar juntos para educar a população sobre os riscos e incentivar práticas seguras no uso de tecnologias digitais.

Em dezembro de 2024, um aposentado de 65 anos, morador de Belo Horizonte, foi alvo de um golpe elaborado que utilizou sua biometria facial para a contratação de um empréstimo consignado no valor de R$ 22 mil. A vítima, que enfrenta diversas limitações físicas, como dificuldade de fala, problemas de visão e audição, foi abordada por criminosos se passando por representantes de uma ONG que distribuía cestas básicas. Durante o encontro, os golpistas fotografaram documentos e capturaram imagens de seu rosto, usando as informações para abrir uma conta bancária digital e obter o empréstimo fraudulento.
A abordagem inicial aconteceu por telefone, quando uma mulher ofereceu a doação de uma cesta básica gratuita. O sobrinho do aposentado, que atendeu à ligação, aceitou a oferta, acreditando na boa-fé dos criminosos. Pouco tempo depois, um casal chegou à residência da vítima em uma motocicleta, trazendo a cesta. Antes da entrega, alegaram que precisavam tirar fotos da carteira de identidade e do rosto do aposentado para confirmar o cadastro. O que parecia um procedimento inofensivo revelou-se uma estratégia sofisticada para enganar e explorar a vítima.
O golpe veio à tona quando a família percebeu que a aposentadoria de um salário mínimo havia sido reduzida por conta da primeira parcela do empréstimo consignado, de quase R$ 500. A vítima, em choque, lamentou o ocorrido, afirmando que o dinheiro já era insuficiente para cobrir suas necessidades básicas, como água e luz. “Foi uma covardia”, desabafou.
Como funcionou o golpe e a sofisticada utilização da biometria facial
A fraude começou com a criação de um cenário convincente. Os criminosos investiram tempo e recursos para simular a existência de uma ONG, usando uma cesta básica como isca para enganar a vítima. Uma vez na residência, capturaram informações sensíveis, como documentos e fotografias detalhadas do rosto do aposentado. Durante a interação, manipularam o rosto da vítima, justificando que era necessário para ajustar o ângulo das fotos.
Com os dados em mãos, os golpistas conseguiram abrir uma conta bancária digital em nome do aposentado, utilizando a biometria facial como forma de autenticação. Essa tecnologia, que deveria aumentar a segurança, acabou sendo explorada devido à falta de fiscalização rigorosa em algumas instituições financeiras. O resultado foi a contratação de um empréstimo consignado, cujas parcelas começaram a ser descontadas automaticamente da aposentadoria da vítima.
Aumento dos casos de fraudes digitais no Brasil
Golpes envolvendo a utilização de biometria facial têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que, em 2023, foram registrados mais de 57 mil casos de fraudes envolvendo empréstimos consignados. Essas estatísticas representam uma média de seis denúncias por hora em Procons de todo o país. Em 2024, estima-se que o número tenha aumentado, acompanhando o avanço das tecnologias digitais e a falta de conscientização de muitos usuários.
A pandemia de Covid-19 também contribuiu para o crescimento das fraudes digitais, à medida que mais pessoas passaram a utilizar serviços online, incluindo operações bancárias. Quadrilhas especializadas aproveitaram-se dessa transição para desenvolver métodos cada vez mais sofisticados, como a falsificação de identidades por meio de deepfakes e o uso indevido de dados biométricos.
Outros casos similares e suas consequências
O golpe sofrido pelo aposentado de Belo Horizonte não é um caso isolado. Em São Paulo, um idoso foi abordado por um indivíduo que alegava estar verificando a devolução de uma mercadoria. Durante o encontro, o criminoso capturou sua biometria facial com o pretexto de confirmar a identidade, usando as informações para realizar transações fraudulentas. O prejuízo, nesse caso, ultrapassou R$ 30 mil.
Outro caso ocorreu em Salvador, onde uma aposentada perdeu mais de R$ 50 mil após fornecer dados pessoais e fotos para um suposto cadastro de benefícios sociais. Assim como em Belo Horizonte, a vítima só descobriu a fraude quando percebeu descontos indevidos em sua conta bancária.
Consequências para as vítimas e recomendações de especialistas
Os danos financeiros são apenas parte do impacto causado por golpes desse tipo. As vítimas frequentemente enfrentam dificuldades para reaver os valores perdidos, além de sofrerem com o desgaste emocional. Especialistas em segurança digital recomendam uma série de práticas para evitar fraudes:
- Desconfiar de ofertas inesperadas: Cestas básicas, brindes e outros benefícios gratuitos são frequentemente usados como isca por golpistas.
- Evitar fornecer dados pessoais: Não compartilhe documentos ou permita que terceiros capturem imagens do seu rosto.
- Verificar a legitimidade da instituição: Confirme se a entidade que oferece benefícios realmente existe e se está registrada.
- Manter-se informado sobre golpes: Acompanhe alertas de bancos e autoridades sobre novas modalidades de fraudes.
Responsabilidade das instituições financeiras e ações das autoridades
O aumento das fraudes coloca em evidência a necessidade de medidas mais rigorosas por parte das instituições financeiras. Bancos devem investir em tecnologias mais robustas para identificar tentativas de fraude, como a validação cruzada de dados e a utilização de sistemas que detectem deepfakes. Além disso, campanhas educativas para conscientizar os clientes sobre os riscos das fraudes são fundamentais.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que abriu inquérito para investigar o caso do aposentado em Belo Horizonte e que pretende ouvir a vítima nos próximos dias. As vítimas de golpes devem registrar boletim de ocorrência e informar imediatamente a instituição financeira, solicitando o cancelamento das operações fraudulentas. Quando a fraude é comprovada, os bancos têm a obrigação de reembolsar os valores descontados e podem ser responsabilizados por danos morais.
Tecnologia e vulnerabilidades: a evolução das fraudes
A biometria facial foi introduzida como uma forma de aumentar a segurança nas operações financeiras, mas a falta de regulamentação adequada tem permitido que criminosos explorem essa tecnologia. A Febraban destaca que as instituições financeiras precisam adotar sistemas de detecção de fraudes mais avançados, capazes de diferenciar imagens reais de montagens digitais.
Além disso, especialistas em direito digital sugerem que o governo implemente uma legislação mais rigorosa para proteger dados biométricos e responsabilizar empresas que permitam fraudes devido a falhas em seus sistemas de segurança.
Impacto social das fraudes financeiras
As fraudes financeiras têm um impacto significativo não apenas nas vítimas, mas também na sociedade como um todo. Idosos, que frequentemente dependem de suas aposentadorias para sobreviver, estão entre os grupos mais vulneráveis. Muitos vivem com renda limitada e enfrentam dificuldades para lidar com as consequências financeiras e emocionais de um golpe.
A conscientização da população é essencial para reduzir os casos de fraude. Governos e organizações devem trabalhar juntos para educar a população sobre os riscos e incentivar práticas seguras no uso de tecnologias digitais.
