Países buscam congresso e oposição para excluir Lula
Ações de política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), orientadas ideologicamente para a esquerda e para dar apoio a governos autoritários, estão fazendo países como Estados Unidos, Ucrânia, Argentina e Israel driblarem as vias diplomáticas e procurarem a oposição para fazer contato político com a sociedade brasileira.
O contato básico entre o Itamaraty e diplomatas desses países continua para a resolução de questões comerciais e consulares (como vistos e questões envolvendo cidadãos). Mas o diálogo político está praticamente congelado e os países acusam Lula de intransigência e radicalismo.
A reportagem apurou que, nos bastidores, o sentimento comum entre representantes desses países é que Lula não representa a sociedade brasileira em diversos assuntos de interesse mundial – como ao comparar os israelenses aos nazistas ou se recusar a tentar mediar o resgate de 20 mil crianças levadas da Ucrânia para adoção forçada na Rússia.
Além disso, o governo Lula simplesmente não recebe diplomatas de países com quem não simpatiza ou usa subterfúgios para postergar essas recepções a fim de não ter que tratar de assuntos que acha desfavoráveis.
Por isso, membros desses governos estão adotando a estratégia de fazer contato direto com membros do Congresso e com a imprensa do Brasil. O caso mais recente foi o do governo do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que convidou a ex-primeira dama Michelle e o deputado Eduardo Bolsonaro para sua cerimônia de posse nesta segunda-feira (20).
Lula não foi convidado, mas não é tradição que presidentes compareçam à posse nos Estados Unidos. Mesmo assim, isso indica que, apesar de deixar os canais diplomáticos tradicionais abertos, Trump deve preferir dialogar diretamente com Bolsonaro e a oposição em vez de procurar o Presidente da República, segundo analistas ouvidos pela reportagem.
Durante a campanha presidencial americana, ao comparar Trump com Kamala Harris, Lula associou o americano ao nazismo e ao fascismo “com outra cara”. Já quando Trump tomou posse, o brasileiro sugeriu que a relação entre os países de “cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica” continue avançando. Ele também disse que não quer briga com os Estados Unidos.
Representantes da Ucrânia não são recebidos por Lula e apelam à imprensa brasileira
Um caso da semana passada envolveu a Ucrânia. Desde que Lula assumiu seu terceiro mandato, o presidente Volodymyr Zelensky vem pedindo para ser recebido no Brasil e convidando Lula para visitar Kyiv. O petista já recebeu duas vezes o chanceler russo Serguei Lavrov, mas vem negando audiências ao chanceler ucraniano. Zelensky chegou a viajar a Brasília (a caminho da Argentina) em 2023 e nem assim Lula concordou em falar com ele.
O chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, então apelou à imprensa na semana passada para fazer chegar a Lula o recado que queria convidá-lo para mediar negociações de resgate de cerca de 20 mil crianças ucranianas que foram sequestradas e adotadas ilegalmente por famílias russas. Questionado por órgãos de imprensa brasileiros, o Itamaraty disse que a proposta de paz da China, da qual o Brasil é signatário, já cobre o tema. Mas a proposta não trata do problema e é considerada pró-Rússia por não prever a devolução de territórios anexados à força por Moscou na Ucrânia.
Em entrevista à imprensa, Yermak disse acreditar que apesar de Lula não ligar para o assunto, o povo brasileiro se compadece da tragédia ucraniana. Por isso, Kyiv tem investido em criar parcerias e promover viagens de parlamentares brasileiros para a Ucrânia e políticos ucranianos para o Brasil. Ao menos três encontros oficiais já aconteceram.
Oficialmente o Itamaraty diz que condena a invasão da Ucrânia pela Rússia nas instâncias internacionais. Mas na prática Lula dá sinais de apoiar o ditador russo Vladimir Putin, como ao vetar a venda de ambulâncias blindadas para a Ucrânia ou assinar a proposta de paz escrita pela China e apoio à Rússia.
Israel recorre a Eduardo Bolsonaro para cobrar explicações da Justiça do Brasil
Com Israel, a situação é similar. O Itamaraty foi cuidadoso ao criticar as ações terroristas do grupo Hamas e rápido ao condenar ataques israelenses que causaram baixas civis na Faixa de Gaza. O governo israelense então deu um passo além da Ucrânia e deu a Lula o título de “persona non grata”. O petista se transformou no primeiro presidente brasileiro a não ser considerado bem-vindo em um país estrangeiro.
A punição dada a Lula foi resultado dele ter comparado a guerra que Israel vinha travando contra terroristas do Hamas com as ações dos nazistas contra os judeus. Mesmo antes disso, o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, já preferia o contato com a oposição. Ele foi ao Congresso Nacional e se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares em 2023.
A estratégia continua em prática. Em janeiro deste ano, o ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, preferiu procurar o deputado Eduardo Bolsonaro para entregrar uma carta ao invés de buscar as vias diplomáticas tradicionais. Ele criticou a decisão da Justiça Federal do Brasil de ordenar a investigação de um soldado israelense em férias no Brasil simplesmente pelo fato de ter servido nas Forças de Defesa de Israel em um cargo de baixa patente. A Justiça havia sido provocada por uma organização militante palestina.
Um dos receios dos israelenses é que o assunto ficasse escondido da população se fosse tratado apenas com diplomatas pelas vias oficiais. A carta acabou publicada nas redes sociais de Eduardo e teve ampla cobertura de mídia.
Milei veio ao Brasil e não se encontrou com Lula
A relação de Javier Milei, o presidente da Argentina, com Lula também é praticamente nula, devido a diferenças ideológicas profundas e, principalmente, por Lula ter tentado interferir na eleição argentina apoiando Sergio Massa, o candidato do então presidente peronista Alberto Fernández. Lula angariou a repulsa de Milei por usar o governo brasileiro para favorecer o adversário.
Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, em 2023, Lula teria atuado para autorizar uma operação para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. Apesar do empréstimo não ser ilegal, a articulação foi interpretada como uma tentativa explícita de ajudar em um momento em que a ação poderia ter impacto eleitoral.
Com a derrota do peronista e a vitória do atual presidente, a relação entre os governos brasileiro e argentino esfriou e o novo presidente argentino passou a estreitar os laços com a oposição local. Em julho do ano passado, ele participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em Balneário Camboriú, e fez duras críticas aos governos socialistas da América do Sul e apontou perseguição a nomes da direita em diversos países, inclusive no Brasil.
“Lula está isolando o Brasil no cenário internacional”, diz cientista político
Para o cientista político Marcelo Suano, doutor em Ciência Política pela USP, as declarações e ações do presidente Lula estão contribuindo para um isolamento do Brasil no âmbito internacional. Ele critica as alianças com regimes questionados mundialmente, afirmando que isso afasta o país de parceiros estratégicos.
“O que o presidente Lula fez foi exatamente cumprir a profecia das narrativas da esquerda. Ele está isolando o Brasil internacionalmente porque se aliou a personagens e estados questionados por seus regimes políticos. São ditaduras que desrespeitam os direitos humanos e afetam a ordem internacional,” afirmou.
Suano citou como exemplo a proximidade do governo brasileiro com grupos e países que atuam de foram autoritária ou até terrorista. “Vamos pegar o Hamas. O governo não pode ser aliado de uma organização terrorista, mesmo que tenha um braço político mascarado. Isso ficou muito claro para o mundo inteiro,” disse.
Aproximação entre Trump e oposição pode atrapalhar diplomacia brasileira
A exclusão de Lula da posse de Trump e o comparecimento da oposição no evento, com destaque para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, indica que a relação entre o chefe do Executivo americano e a direita brasileira poderá embaralhar as relações entre Washington e Brasília.
Nesse cenário, o Itamaraty poderá ter dificuldades em lidar, por exemplo, com eventuais sanções de Trump contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o ano passado, parlamentares brasileiros foram aos Estados Unidos denunciar a conduta do ministro Alexandre de Moraes na condução do julgamento dos presos no 8 de janeiro.
Para o cientista político Thales Castro, presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (IPERID), a vitória de Trump embaralha a diplomacia brasileira, que já enfrenta dificuldades em função da postura do governo Lula. “A crise socioeconômica, o déficit fiscal e a crise moral do governo Lula criam um cenário problemático. Enquanto isso, Trump observa com atenção o Brasil e outros países da América Latina,” afirmou.
O analista afirmou que Trump já obteve vitórias diplomáticas antes mesmo de assumir, como o cessar-fogo entre Israel e Hamas e a devolução de três reféns. Para Castro, essas movimentações consolidam a posição de Trump no cenário global, com implicações para o Brasil.
“Podemos esperar um cenário de retaliação contra o Brasil. O senador Marco Rubio, da Flórida, que será o próximo secretário de Estado, possui uma visão muito clara sobre a América Latina. Ele conhece profundamente a região e compreende como o lawfare — o uso e abuso da Justiça para fins de perseguição e para o estabelecimento de uma neoautocracia pelo Judiciário — vem sendo utilizado. Essa estratégia certamente será observada com muita atenção pelo governo americano.”
Ações de política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), orientadas ideologicamente para a esquerda e para dar apoio a governos autoritários, estão fazendo países como Estados Unidos, Ucrânia, Argentina e Israel driblarem as vias diplomáticas e procurarem a oposição para fazer contato político com a sociedade brasileira.
O contato básico entre o Itamaraty e diplomatas desses países continua para a resolução de questões comerciais e consulares (como vistos e questões envolvendo cidadãos). Mas o diálogo político está praticamente congelado e os países acusam Lula de intransigência e radicalismo.
A reportagem apurou que, nos bastidores, o sentimento comum entre representantes desses países é que Lula não representa a sociedade brasileira em diversos assuntos de interesse mundial – como ao comparar os israelenses aos nazistas ou se recusar a tentar mediar o resgate de 20 mil crianças levadas da Ucrânia para adoção forçada na Rússia.
Além disso, o governo Lula simplesmente não recebe diplomatas de países com quem não simpatiza ou usa subterfúgios para postergar essas recepções a fim de não ter que tratar de assuntos que acha desfavoráveis.
Por isso, membros desses governos estão adotando a estratégia de fazer contato direto com membros do Congresso e com a imprensa do Brasil. O caso mais recente foi o do governo do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que convidou a ex-primeira dama Michelle e o deputado Eduardo Bolsonaro para sua cerimônia de posse nesta segunda-feira (20).
Lula não foi convidado, mas não é tradição que presidentes compareçam à posse nos Estados Unidos. Mesmo assim, isso indica que, apesar de deixar os canais diplomáticos tradicionais abertos, Trump deve preferir dialogar diretamente com Bolsonaro e a oposição em vez de procurar o Presidente da República, segundo analistas ouvidos pela reportagem.
Durante a campanha presidencial americana, ao comparar Trump com Kamala Harris, Lula associou o americano ao nazismo e ao fascismo “com outra cara”. Já quando Trump tomou posse, o brasileiro sugeriu que a relação entre os países de “cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica” continue avançando. Ele também disse que não quer briga com os Estados Unidos.
Representantes da Ucrânia não são recebidos por Lula e apelam à imprensa brasileira
Um caso da semana passada envolveu a Ucrânia. Desde que Lula assumiu seu terceiro mandato, o presidente Volodymyr Zelensky vem pedindo para ser recebido no Brasil e convidando Lula para visitar Kyiv. O petista já recebeu duas vezes o chanceler russo Serguei Lavrov, mas vem negando audiências ao chanceler ucraniano. Zelensky chegou a viajar a Brasília (a caminho da Argentina) em 2023 e nem assim Lula concordou em falar com ele.
O chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, então apelou à imprensa na semana passada para fazer chegar a Lula o recado que queria convidá-lo para mediar negociações de resgate de cerca de 20 mil crianças ucranianas que foram sequestradas e adotadas ilegalmente por famílias russas. Questionado por órgãos de imprensa brasileiros, o Itamaraty disse que a proposta de paz da China, da qual o Brasil é signatário, já cobre o tema. Mas a proposta não trata do problema e é considerada pró-Rússia por não prever a devolução de territórios anexados à força por Moscou na Ucrânia.
Em entrevista à imprensa, Yermak disse acreditar que apesar de Lula não ligar para o assunto, o povo brasileiro se compadece da tragédia ucraniana. Por isso, Kyiv tem investido em criar parcerias e promover viagens de parlamentares brasileiros para a Ucrânia e políticos ucranianos para o Brasil. Ao menos três encontros oficiais já aconteceram.
Oficialmente o Itamaraty diz que condena a invasão da Ucrânia pela Rússia nas instâncias internacionais. Mas na prática Lula dá sinais de apoiar o ditador russo Vladimir Putin, como ao vetar a venda de ambulâncias blindadas para a Ucrânia ou assinar a proposta de paz escrita pela China e apoio à Rússia.
Israel recorre a Eduardo Bolsonaro para cobrar explicações da Justiça do Brasil
Com Israel, a situação é similar. O Itamaraty foi cuidadoso ao criticar as ações terroristas do grupo Hamas e rápido ao condenar ataques israelenses que causaram baixas civis na Faixa de Gaza. O governo israelense então deu um passo além da Ucrânia e deu a Lula o título de “persona non grata”. O petista se transformou no primeiro presidente brasileiro a não ser considerado bem-vindo em um país estrangeiro.
A punição dada a Lula foi resultado dele ter comparado a guerra que Israel vinha travando contra terroristas do Hamas com as ações dos nazistas contra os judeus. Mesmo antes disso, o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, já preferia o contato com a oposição. Ele foi ao Congresso Nacional e se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares em 2023.
A estratégia continua em prática. Em janeiro deste ano, o ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, preferiu procurar o deputado Eduardo Bolsonaro para entregrar uma carta ao invés de buscar as vias diplomáticas tradicionais. Ele criticou a decisão da Justiça Federal do Brasil de ordenar a investigação de um soldado israelense em férias no Brasil simplesmente pelo fato de ter servido nas Forças de Defesa de Israel em um cargo de baixa patente. A Justiça havia sido provocada por uma organização militante palestina.
Um dos receios dos israelenses é que o assunto ficasse escondido da população se fosse tratado apenas com diplomatas pelas vias oficiais. A carta acabou publicada nas redes sociais de Eduardo e teve ampla cobertura de mídia.
Milei veio ao Brasil e não se encontrou com Lula
A relação de Javier Milei, o presidente da Argentina, com Lula também é praticamente nula, devido a diferenças ideológicas profundas e, principalmente, por Lula ter tentado interferir na eleição argentina apoiando Sergio Massa, o candidato do então presidente peronista Alberto Fernández. Lula angariou a repulsa de Milei por usar o governo brasileiro para favorecer o adversário.
Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, em 2023, Lula teria atuado para autorizar uma operação para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. Apesar do empréstimo não ser ilegal, a articulação foi interpretada como uma tentativa explícita de ajudar em um momento em que a ação poderia ter impacto eleitoral.
Com a derrota do peronista e a vitória do atual presidente, a relação entre os governos brasileiro e argentino esfriou e o novo presidente argentino passou a estreitar os laços com a oposição local. Em julho do ano passado, ele participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), realizada em Balneário Camboriú, e fez duras críticas aos governos socialistas da América do Sul e apontou perseguição a nomes da direita em diversos países, inclusive no Brasil.
“Lula está isolando o Brasil no cenário internacional”, diz cientista político
Para o cientista político Marcelo Suano, doutor em Ciência Política pela USP, as declarações e ações do presidente Lula estão contribuindo para um isolamento do Brasil no âmbito internacional. Ele critica as alianças com regimes questionados mundialmente, afirmando que isso afasta o país de parceiros estratégicos.
“O que o presidente Lula fez foi exatamente cumprir a profecia das narrativas da esquerda. Ele está isolando o Brasil internacionalmente porque se aliou a personagens e estados questionados por seus regimes políticos. São ditaduras que desrespeitam os direitos humanos e afetam a ordem internacional,” afirmou.
Suano citou como exemplo a proximidade do governo brasileiro com grupos e países que atuam de foram autoritária ou até terrorista. “Vamos pegar o Hamas. O governo não pode ser aliado de uma organização terrorista, mesmo que tenha um braço político mascarado. Isso ficou muito claro para o mundo inteiro,” disse.
Aproximação entre Trump e oposição pode atrapalhar diplomacia brasileira
A exclusão de Lula da posse de Trump e o comparecimento da oposição no evento, com destaque para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, indica que a relação entre o chefe do Executivo americano e a direita brasileira poderá embaralhar as relações entre Washington e Brasília.
Nesse cenário, o Itamaraty poderá ter dificuldades em lidar, por exemplo, com eventuais sanções de Trump contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o ano passado, parlamentares brasileiros foram aos Estados Unidos denunciar a conduta do ministro Alexandre de Moraes na condução do julgamento dos presos no 8 de janeiro.
Para o cientista político Thales Castro, presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (IPERID), a vitória de Trump embaralha a diplomacia brasileira, que já enfrenta dificuldades em função da postura do governo Lula. “A crise socioeconômica, o déficit fiscal e a crise moral do governo Lula criam um cenário problemático. Enquanto isso, Trump observa com atenção o Brasil e outros países da América Latina,” afirmou.
O analista afirmou que Trump já obteve vitórias diplomáticas antes mesmo de assumir, como o cessar-fogo entre Israel e Hamas e a devolução de três reféns. Para Castro, essas movimentações consolidam a posição de Trump no cenário global, com implicações para o Brasil.
“Podemos esperar um cenário de retaliação contra o Brasil. O senador Marco Rubio, da Flórida, que será o próximo secretário de Estado, possui uma visão muito clara sobre a América Latina. Ele conhece profundamente a região e compreende como o lawfare — o uso e abuso da Justiça para fins de perseguição e para o estabelecimento de uma neoautocracia pelo Judiciário — vem sendo utilizado. Essa estratégia certamente será observada com muita atenção pelo governo americano.”
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