Chuva de granizo e tempestades em Belo Horizonte provocam caos e mobilizam autoridades

Belo Horizonte foi atingida por uma forte tempestade na tarde de quarta-feira, 22 de janeiro de 2025, que incluiu granizo, rajadas de vento e chuvas intensas. O fenômeno causou uma série de problemas em diversas regiões da cidade, deixando um rastro de destruição e mobilizando equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Moradores de áreas como Pampulha, Venda Nova e Centro-Sul foram surpreendidos pelo volume de água e gelo que se acumulou em telhados, vias públicas e áreas residenciais.

A tempestade foi classificada pela Defesa Civil como “extremamente forte” em determinadas regiões, com registros de granizo em bairros como Céu Azul e Santa Amélia. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram pedras de gelo com tamanhos consideráveis, suficientes para causar danos materiais e interromper o trânsito em várias partes da capital mineira.

Além dos danos materiais, o trânsito foi gravemente afetado, com congestionamentos em importantes vias, como o Anel Rodoviário e as avenidas Américo Vespúcio e Bernardo Vasconcelos. Motoristas enfrentaram longos períodos de espera, enquanto equipes trabalhavam para desobstruir as vias bloqueadas por árvores e objetos trazidos pelas enxurradas.

Danos em bairros e relatos de moradores

Os bairros mais atingidos pela tempestade incluíram Pampulha, Noroeste e Venda Nova. No bairro Céu Azul, em Venda Nova, moradores relataram que o granizo acumulado nos telhados provocou infiltrações e danos estruturais. Na Pampulha, ventos fortes derrubaram árvores em ruas residenciais e atingiram veículos estacionados.

Santa Amélia foi outro bairro gravemente impactado. O acúmulo de gelo e a força das chuvas derrubaram muros e danificaram redes elétricas. No bairro Santa Inês, região Leste, o telhado de uma loja foi arrancado pela ventania, atingindo cabos elétricos e deixando a área sem energia por várias horas.

Em relatos de moradores, muitos destacaram a rapidez com que a tempestade se formou e atingiu a cidade. O tempo que, até a manhã, mostrava sinais de instabilidade, transformou-se em uma forte precipitação em questão de minutos.

Impacto no trânsito e na mobilidade urbana

O trânsito foi uma das áreas mais afetadas pela tempestade. O Anel Rodoviário, uma das principais vias de acesso à capital, registrou trechos alagados e lentidão severa, especialmente nas proximidades da Avenida Cristiano Machado. Veículos ficaram parados por longos períodos devido à baixa visibilidade e ao acúmulo de água.

Semáforos inoperantes complicaram ainda mais o tráfego em importantes cruzamentos, como na Avenida Augusto de Lima, no Centro. Motoristas relataram dificuldades para acessar bairros adjacentes e redobraram a atenção para evitar colisões.

Entre as principais interrupções registradas no trânsito, destacaram-se:

• Trechos alagados no Anel Rodoviário e Avenida Cristiano Machado.
• Árvores caídas na Avenida Bernardo Vasconcelos e ruas do bairro Bonfim.
• Semáforos fora de operação em cruzamentos centrais, como Avenida Afonso Pena e Avenida Amazonas.

Orientações da Defesa Civil para a população

A Defesa Civil emitiu alertas para a população sobre como agir durante tempestades e prevenir acidentes. Reforçando a importância de medidas de segurança, o órgão destacou que áreas de risco, como encostas e regiões sujeitas a alagamentos, devem ser evitadas a todo custo.

Entre as principais recomendações, estavam:

1. Evitar trafegar por ruas alagadas ou próximas a córregos durante as chuvas.
2. Não estacionar veículos debaixo de árvores ou estruturas instáveis.
3. Manter distância de cabos elétricos rompidos e informar imediatamente à CEMIG ou Defesa Civil.
4. Observar sinais de rachaduras ou depressões no terreno e acionar o órgão competente ao menor indício de risco.
5. Desligar aparelhos eletrônicos durante tempestades com raios.

Eventos climáticos semelhantes no passado

Esta não foi a primeira vez que Belo Horizonte enfrentou uma tempestade com granizo. Em janeiro de 2020, uma chuva de granizo acompanhada de ventos fortes causou estragos em mais de 30 bairros, especialmente na região do Barreiro. Na ocasião, centenas de árvores foram derrubadas, e o sistema de drenagem da cidade mostrou-se incapaz de conter o volume de água.

Segundo especialistas, eventos como este estão relacionados ao aquecimento atmosférico. No dia anterior à tempestade, Belo Horizonte registrou uma das temperaturas mais altas do ano, com termômetros marcando 34,4°C. Esse calor excessivo favorece a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, responsáveis por chuvas intensas e granizo.

Curiosidades sobre a formação do granizo

1. O granizo se forma quando correntes de ar em uma nuvem carregam gotas de água para altitudes onde as temperaturas estão abaixo de zero, congelando as gotas em pedras de gelo.
2. Durante tempestades severas, essas pedras podem ser carregadas para cima e para baixo várias vezes, ganhando camadas adicionais de gelo antes de cair na superfície.
3. A maior pedra de granizo já registrada no Brasil tinha 18 cm de diâmetro, equivalente ao tamanho de uma bola de tênis.

Prejuízos financeiros e sociais provocados pela tempestade

As consequências econômicas e sociais das tempestades de granizo são significativas. Além dos danos causados a propriedades privadas, como veículos e telhados, os custos de reparos na infraestrutura urbana são altos. Equipes da Prefeitura precisam trabalhar durante dias para limpar vias, consertar redes elétricas e restaurar semáforos danificados.

Em termos sociais, as interrupções no trânsito e os danos à infraestrutura impactam diretamente a vida cotidiana da população. Muitas escolas e comércios precisam fechar, e o transporte público enfrenta atrasos consideráveis.

Ações preventivas para minimizar os impactos de tempestades futuras

Diante da recorrência de eventos climáticos extremos, é fundamental que Belo Horizonte invista em projetos de infraestrutura capazes de mitigar os danos causados por chuvas intensas. Entre as medidas sugeridas estão:

• Melhoria no sistema de drenagem urbana para evitar alagamentos.
• Podas preventivas de árvores em áreas urbanas para reduzir o risco de quedas.
• Campanhas educativas para conscientizar a população sobre como agir em situações de risco.
• Fortalecimento do monitoramento meteorológico para emitir alertas antecipados.

A importância do monitoramento meteorológico

O avanço tecnológico tem permitido que as autoridades emitam alertas cada vez mais precisos sobre condições climáticas extremas. Aplicativos de celular e serviços de SMS têm sido ferramentas valiosas para manter a população informada.

Com o aumento da frequência de eventos extremos, como chuvas intensas e granizo, é essencial que os moradores estejam atentos às mudanças no clima e sigam as orientações das autoridades para garantir sua segurança e minimizar os prejuízos.