Produtores rurais que participam da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso em quatro municípios começaram a receber, também, visitas mensais de técnicos em enfermagem. É o Saúde no Campo, programa piloto que teve início em novembro de 2024, com foco em educar e promover a saúde no meio rural.
Atualmente, 120 famílias localizadas nos municípios de Cuiabá, Jaciara, Nossa Senhora do Livramento e Poconé recebem atendimento na área de saúde através do programa.
Os atendimentos ocorrem uma vez por mês e a cada visita dos técnicos de enfermagem são realizadas ações básicas de saúde como aferição de pressão e testes de glicemia, bem como orientações voltadas ao combate da dengue, chikungunya e zika, quanto aos cuidados com a pele.
Supervisor de Promoção Social do Senar Mato Grosso, Leydimar Souza da Silva, explica ao programa Senar Transforma desta semana que a fase experimental do Saúde no Campo ocorre em três estados. Além de Mato Grosso, o piloto das atuações é realizado na Bahia e no Tocantins.
Ele pontua ainda que em cada estado, os trabalhos ocorrem em quatro municípios.
“O Saúde no Campo é um programa que visa atender o público que já é assistido pelo Senar, o público que é assistido pela ATeG. Então, imagine só, o Senar ajuda a propriedade a alavancar o seu negócio, mas do que adianta só alavancar o negócio, prosperar no negócio, se não tiver saúde? Pensando nisso veio o programa para alavancar a propriedade, mas com saúde e com qualidade de vida”.
Conforme o supervisor, a essência do Senar com o programa é trabalhar a educação em saúde, pensando na promoção da qualidade de vida dos produtores.

Acesso à saúde em meio às longas distâncias
Em Poconé, entre as famílias assistidas estão o “seo” Benedito José Matias José e a dona Gonçalina de Oliveira Leite. Os dois são proprietários do Sítio Santa Maria, localizado no Assentamento Lambari, a cerca de 40 quilômetros da área urbana.
O casal é atendido pela ATeG do Senar e hoje tiram o sustento da família da produção de leite, queijo, doce e requeijão comercializados na cidade.
O serviço, de acordo com dona Gonçalina, é corrido o dia inteiro e que quando o assunto é a saúde “isso aí a gente tem que fazer o tempo”.
“Tem dias que não estamos bem, aí toma um remedinho. Passou a dor e serviço tem para fazer. A saúde vai ficando de lado, né? A gente vai sentindo e o dia que não aguenta é o que vai procurar o médico”, diz ela ao Canal Rural Mato Grosso.
Além do tempo escasso, a distância também contribui para que a saúde fique em segundo plano para muitas famílias que vivem na zona rural. Segundo a técnica de enfermagem do programa, Sebastiana Vaz de Lima Barros, em Poconé ela atende famílias que estão tanto a 16 quilômetros da área urbana quanto as que estão a mais de 110 quilômetros.
“Tem propriedades que eu atendo em que a pessoa não vai ao médico há anos. Aí quando vi fazer a triagem deles, conversar, tem pessoas com pressão de 19 por 10 sem saber que tinha pressão alta. Aí eu faço as orientações para que procurem o posto de saúde mais perto ou a UPA”, conta.


Ausência de agentes de saúde
O programa Saúde no Campo, além dos técnicos de enfermagem em cada município em que o piloto é realizado, conta também com a supervisão de um profissional formado em enfermagem. Em Mato Grosso, a supervisora é a Lucimar Cardoso.
Ela comenta ao Canal Rural Mato Grosso que em cada município há uma realidade. A primeira percepção ao chegarem para fazer os atendimentos, frisa Lucimar, foi a de “que tem vários produtores que estão com a saúde precária”.
“Na verdade, falta atendimento da saúde. Tem locais em que não vão agentes de saúde, agentes de endemia. Tem produtores que têm hipertensão e não sabem. Que tem diabetes e não sabem. A gente faz um plano de cuidado para cada um desses produtores.
Para a saúde da dona Gonçalina e do “seo” Benedito José, o programa do Senar já começa a mostrar resultados. A diabete do “seo” Benedito que antes estava em 180 mg/dl e a pressão chegava a 18 por 20 e ele não sabia, hoje não passam de 100 mg/dl e 12 por 8.
“Não tinha conhecimento, mas agora a gente está feliz”, frisa o produtor rural.
Para a técnica de enfermagem Sebastiana, “é muito gratificante” atuar no programa Saúde em Campo, “porque eu sempre gostei de ajudar o próximo, principalmente eles que estavam tão distantes da saúde”.
O kit levado por Sebastiana em cada atendimento conta com aparelho para aferir pressão, glicemia, oxímetro, balança, material para curativos, material para retirar pontos, entre outros.
Para o também casal de produtores Beatriz de Arruda Paixão e José da Paixão, a chegada do Senar fez toda a diferença na saúde deles.
“Deus colocou ela [Sebastiana] no nosso caminho”, destaca dona Beatriz que é filha de produtores e viveu a vida toda no campo.


Sindicatos Rurais auxiliam na seleção
A seleção das propriedades a receberem o Saúde no Campo, segundo o supervisor de Promoção Social do Senar Mato Grosso, Leydimar, conta com a parceria dos Sindicatos Rurais dos municípios que fazem parte desta fase experimental.
“O Sindicato Rural conhece melhor do que ninguém quem é o público desse atendimento. A ideia é que as pessoas menos favorecidas, mas que consigam ter o nosso atendimento”.
Para a supervisora de enfermagem Lucimar, o trabalho do programa “é crucial, porque tem produtores que não vão ao médico por ser longe”.
“E, qual é o nosso papel? A gente não pode diagnosticar. A gente vai lá, faz toda a mensuração e faz a orientação para procurar a UPA, UBS ou o PSF vai próximo”, pontua ela ao Canal Rural Mato Grosso.
A fase experimental teve início em novembro de 2024 e, conforme Leydimar, os atendimentos devem seguir os moldes da ATeG, com visitas mensais durante dois anos, podendo no caso de Mato Grosso se estender até três anos de atendimento.
A projeção é de que em agosto deste ano o Senar Mato Grosso assuma a administração do programa no estado.
+Confira programas Senar Transforma em nossa playlist no YouTube
+Confira outras matérias do Senar Transforma
+Confira as pílulas do Senar Transforma
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
Produtores rurais que participam da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso em quatro municípios começaram a receber, também, visitas mensais de técnicos em enfermagem. É o Saúde no Campo, programa piloto que teve início em novembro de 2024, com foco em educar e promover a saúde no meio rural.
Atualmente, 120 famílias localizadas nos municípios de Cuiabá, Jaciara, Nossa Senhora do Livramento e Poconé recebem atendimento na área de saúde através do programa.
Os atendimentos ocorrem uma vez por mês e a cada visita dos técnicos de enfermagem são realizadas ações básicas de saúde como aferição de pressão e testes de glicemia, bem como orientações voltadas ao combate da dengue, chikungunya e zika, quanto aos cuidados com a pele.
Supervisor de Promoção Social do Senar Mato Grosso, Leydimar Souza da Silva, explica ao programa Senar Transforma desta semana que a fase experimental do Saúde no Campo ocorre em três estados. Além de Mato Grosso, o piloto das atuações é realizado na Bahia e no Tocantins.
Ele pontua ainda que em cada estado, os trabalhos ocorrem em quatro municípios.
“O Saúde no Campo é um programa que visa atender o público que já é assistido pelo Senar, o público que é assistido pela ATeG. Então, imagine só, o Senar ajuda a propriedade a alavancar o seu negócio, mas do que adianta só alavancar o negócio, prosperar no negócio, se não tiver saúde? Pensando nisso veio o programa para alavancar a propriedade, mas com saúde e com qualidade de vida”.
Conforme o supervisor, a essência do Senar com o programa é trabalhar a educação em saúde, pensando na promoção da qualidade de vida dos produtores.

Acesso à saúde em meio às longas distâncias
Em Poconé, entre as famílias assistidas estão o “seo” Benedito José Matias José e a dona Gonçalina de Oliveira Leite. Os dois são proprietários do Sítio Santa Maria, localizado no Assentamento Lambari, a cerca de 40 quilômetros da área urbana.
O casal é atendido pela ATeG do Senar e hoje tiram o sustento da família da produção de leite, queijo, doce e requeijão comercializados na cidade.
O serviço, de acordo com dona Gonçalina, é corrido o dia inteiro e que quando o assunto é a saúde “isso aí a gente tem que fazer o tempo”.
“Tem dias que não estamos bem, aí toma um remedinho. Passou a dor e serviço tem para fazer. A saúde vai ficando de lado, né? A gente vai sentindo e o dia que não aguenta é o que vai procurar o médico”, diz ela ao Canal Rural Mato Grosso.
Além do tempo escasso, a distância também contribui para que a saúde fique em segundo plano para muitas famílias que vivem na zona rural. Segundo a técnica de enfermagem do programa, Sebastiana Vaz de Lima Barros, em Poconé ela atende famílias que estão tanto a 16 quilômetros da área urbana quanto as que estão a mais de 110 quilômetros.
“Tem propriedades que eu atendo em que a pessoa não vai ao médico há anos. Aí quando vi fazer a triagem deles, conversar, tem pessoas com pressão de 19 por 10 sem saber que tinha pressão alta. Aí eu faço as orientações para que procurem o posto de saúde mais perto ou a UPA”, conta.


Ausência de agentes de saúde
O programa Saúde no Campo, além dos técnicos de enfermagem em cada município em que o piloto é realizado, conta também com a supervisão de um profissional formado em enfermagem. Em Mato Grosso, a supervisora é a Lucimar Cardoso.
Ela comenta ao Canal Rural Mato Grosso que em cada município há uma realidade. A primeira percepção ao chegarem para fazer os atendimentos, frisa Lucimar, foi a de “que tem vários produtores que estão com a saúde precária”.
“Na verdade, falta atendimento da saúde. Tem locais em que não vão agentes de saúde, agentes de endemia. Tem produtores que têm hipertensão e não sabem. Que tem diabetes e não sabem. A gente faz um plano de cuidado para cada um desses produtores.
Para a saúde da dona Gonçalina e do “seo” Benedito José, o programa do Senar já começa a mostrar resultados. A diabete do “seo” Benedito que antes estava em 180 mg/dl e a pressão chegava a 18 por 20 e ele não sabia, hoje não passam de 100 mg/dl e 12 por 8.
“Não tinha conhecimento, mas agora a gente está feliz”, frisa o produtor rural.
Para a técnica de enfermagem Sebastiana, “é muito gratificante” atuar no programa Saúde em Campo, “porque eu sempre gostei de ajudar o próximo, principalmente eles que estavam tão distantes da saúde”.
O kit levado por Sebastiana em cada atendimento conta com aparelho para aferir pressão, glicemia, oxímetro, balança, material para curativos, material para retirar pontos, entre outros.
Para o também casal de produtores Beatriz de Arruda Paixão e José da Paixão, a chegada do Senar fez toda a diferença na saúde deles.
“Deus colocou ela [Sebastiana] no nosso caminho”, destaca dona Beatriz que é filha de produtores e viveu a vida toda no campo.


Sindicatos Rurais auxiliam na seleção
A seleção das propriedades a receberem o Saúde no Campo, segundo o supervisor de Promoção Social do Senar Mato Grosso, Leydimar, conta com a parceria dos Sindicatos Rurais dos municípios que fazem parte desta fase experimental.
“O Sindicato Rural conhece melhor do que ninguém quem é o público desse atendimento. A ideia é que as pessoas menos favorecidas, mas que consigam ter o nosso atendimento”.
Para a supervisora de enfermagem Lucimar, o trabalho do programa “é crucial, porque tem produtores que não vão ao médico por ser longe”.
“E, qual é o nosso papel? A gente não pode diagnosticar. A gente vai lá, faz toda a mensuração e faz a orientação para procurar a UPA, UBS ou o PSF vai próximo”, pontua ela ao Canal Rural Mato Grosso.
A fase experimental teve início em novembro de 2024 e, conforme Leydimar, os atendimentos devem seguir os moldes da ATeG, com visitas mensais durante dois anos, podendo no caso de Mato Grosso se estender até três anos de atendimento.
A projeção é de que em agosto deste ano o Senar Mato Grosso assuma a administração do programa no estado.
+Confira programas Senar Transforma em nossa playlist no YouTube
+Confira outras matérias do Senar Transforma
+Confira as pílulas do Senar Transforma
Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.