a 1ª semana de Trump
Donald Trump assumiu seu segundo mandato não consecutivo no último dia 20, completando nesta segunda-feira (27) sua primeira semana de governo.
Nesses primeiros dias, houve muita movimentação da nova administração para aplicar uma série de medidas alinhadas com as promessas de campanha do presidente, revertendo as políticas de seu antecessor, Joe Biden, entre elas as que envolvem o departamento de imigração, uma das prioridades do mandatário republicano.
Segundo Trump, que conseguiu executar algumas ações com certa facilidade devido à renovação do Congresso, a nova administração iniciará uma “era de ouro” dos EUA, após um período de “declínio” nacional. Apesar das inúmeras movimentações nos últimos dias, ainda é difícil definir com exatidão qual será o impacto das medidas do republicano nas próximas semanas, meses e até anos.
Enxurrada de decretos e efeitos na primeira semana
Já no dia da posse, Trump assinou dezenas de ordens executivas, a maioria envolvendo o combate à imigração ilegal, uma promessa de campanha do presidente que ele rapidamente conseguiu tirar do papel. Outras áreas alcançadas pelos decretos tratam de economia, comércio e combate à agenda woke, por exemplo.
O primeiro balanço das autoridades de imigração, disponibilizado na sexta-feira (24), informava que as operações contra a imigração ilegal já tiveram como resultado a prisão de mais de 500 criminosos sem documentos e outras centenas de deportações, inclusive envolvendo brasileiros, que chegaram algemados no país, situação que gerou atrito entre os governos americano e brasileiro, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos detidos de nacionalidade brasileira pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) foi condenado por homicídio culposo, segundo informações divulgadas pelo governo americano.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) divulgou um comunicado neste domingo (26), afirmando que as condições em que os deportados chegaram a Manaus violam o acordo entre ambas as nações. “O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, diz a nota.
Na nota, o Itamaraty afirma que irá encaminhar um “pedido de esclarecimento” ao governo Trump e que seguirá atento “às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”.
Ainda neste domingo, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou o início das operações de fiscalização migratória em Chicago, no estado de Illinois, que já renderam quase mil prisões e devem resultar em novas deportações.
A ação, segundo comunicado do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), é realizada com apoio de diferentes agências do Departamento de Justiça, como o FBI, o DEA (Departamento de Combate às Drogas), o ATF (Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivo) e o CBP (Alfândega e Controle de Fronteiras).
Ainda dentro do fim de semana movimentado da nova administração, Trump anunciou a imposição de tarifas contra a Colômbia, após a recusa do país em receber voos com imigrantes enviados dos EUA em aviões militares. O governo do esquerdista Gustavo Petro respondeu dizendo que também aplicaria cobranças em mercadorias americanas que entrassem no país, no entanto, nesta segunda-feira, os dois países deram por encerrada a crise.
Um dos decretos de Trump também ameaçou outros países com novas tarifas, como o Canadá, México e China. As medidas estão previstas para entrar em vigor nesta semana, no dia 1º de fevereiro.
Demissões surpresa e fim das políticas woke
A nova administração Trump também encerrou programas de diversidade do governo federal, as chamadas políticas DEI, outra promessa que foi rapidamente executada pelo líder republicano. O FBI foi a primeira agência a fechar sua divisão de diversidade e inclusão em dezembro, antes da posse presidencial.
Na quarta-feira, a nova gestão da Casa Branca informou sobre o afastamento dos funcionários que atuavam com programas DEI. No dia anterior, o site da agência dedicada a tratar desses assuntos foi retirado do ar pelo departamento liderado por Elon Musk, o DOGE.
O novo presidente empossado classificou tais programas como “discriminatórios” e insistiu em restaurar a contratação estritamente baseada em mérito.
Na sexta-feira, o presidente Trump também demitiu inspetores-gerais que atuavam em áreas importantes do governo, como os ministérios de Defesa e Estado. Segundo a agência Reuters, mais de uma dezena de funcionários independentes foram demitidos “de surpresa” pela nova administração.
Uma das ordens executivas assinadas pelo presidente defende, ainda, o “reconhecimento” de apenas dois gêneros, masculino e feminino. “A partir de agora, será a política oficial do governo dos Estados Unidos que haverá apenas dois gêneros: masculino e feminino”, disse Trump em seu discurso de posse.
Um exemplo do que muda com o decreto é o fim da possibilidade de designações como “X” em documentos oficiais do governo, como visto e passaporte.
Primeiras ações em favor da vida
Os primeiros dias do retorno de Donald Trump à Casa Branca também foram marcados pelo anúncio de medidas pró-vida, uma esperança de apoiadores que observaram durante o governo Biden uma campanha aberta a favor do aborto.
Assim que assumiu o governo, Trump já fechou o site governamental implementado pelos democratas ReproductiveRights.gov, ligado à defesa do aborto, concedeu indulto a 23 ativistas condenados pelo governo anterior por ações relacionadas à preservação da vida e anunciou o corte de verbas federais destinadas a financiar ou promover abortos eletivos dentro e fora do país.
“Em meu segundo mandato, mais uma vez defenderemos com orgulho as famílias e os direitos dos nascituros, protegendo-os dos ataques da esquerda radical”, disse durante a Marcha pela Vida, maior evento em defesa da vida do país.
Saída de acordos climáticos e aumento da produção de petróleo e gás
O presidente Donald Trump anunciou ainda que retirará novamente seu país do Acordo Climático de Paris, como fez em seu primeiro mandato (2016-2021) e ao qual o ex-presidente Joe Biden voltou a aderir em 2021.
Também prometeu aumentar a produção de petróleo dos EUA e eliminar os subsídios criados por Biden para a compra de veículos elétricos. “Em outras palavras, vocês poderão comprar o carro de sua escolha. Construiremos automóveis na América novamente a uma taxa que ninguém poderia ter sonhado ser possível há apenas alguns anos”, afirmou ao assumir a presidência.
Impasse na saída do Tiktok dos EUA e mais investimento em IA
Outra ordem de Trump estabeleceu um adiamento de 75 dias na implementação da lei que determina a venda do controle do TikTok a uma empresa americana.
O decreto assinado pelo presidente orienta o procurador-geral e o Departamento de Justiça a não aplicar sanções ou tomar qualquer medida destinada a fazer cumprir a lei nos próximos 75 dias. A decisão tem o objetivo de “evitar o fechamento abrupto” de uma plataforma usada por quase 170 milhões de americanos enquanto o governo considera uma solução de longo prazo.
“Eu gostaria que os EUA tivessem uma participação de 50% em uma joint venture. Ao fazer isso, salvamos o TikTok, o mantemos em boas mãos e permitimos que ele continue a crescer”, escreveu ele em sua rede social, Truth Social.
Neste sábado, o presidente americano declarou que deve tomar uma decisão sobre o futuro da rede social chinesa no país “nos próximos 30 dias”. Ele também disse que está “discutindo com várias pessoas sobre a compra da plataforma”.
Ainda dentro do assunto tecnologia, Trump anunciou um investimento de até US$ 500 bilhões no setor privado para construir uma infraestrutura de inteligência artificial (IA) no país, outra medida que expõe as diferenças com o governo Biden, que criou mais barreiras para o desenvolvimento de IAs.
As empresas OpenAI, SoftBank e Oracle planejam criar um projeto conjunto chamado “Stargate”, que começará com um investimento em um centro de dados no estado do Texas e depois se expandirá para outros.
O presidente americano disse que esse investimento criará centenas de milhares de empregos no país e ressaltou a importância de impulsionar o investimento em inteligência artificial para enfrentar a concorrência com a China, que está investindo pesadamente no setor.
Essas companhias investirão inicialmente US$ 100 bilhões e se comprometerão a investir até US$ 500 bilhões no Stargate nos próximos quatro anos, de acordo com o CEO da SoftBank, Masayoshi Son, que disse que a Inteligência Artificial Geral e a Superinteligência Artificial, equivalentes ou superiores às capacidades humanas, “chegarão muito em breve”.
Os primeiros dias do novo mandato presidencial indicaram que Trump aprendeu muito nos quatro anos de governo Biden e em sua primeira administração. Isso com base no bom proveito que fez do tempo nesse curto período de 7 dias, nos quais mostrou compromisso e força para os americanos que o elegeram, com as ordens executivas assinadas, alinhadas com suas promessas de campanha, os memorandos e mudanças em sua equipe do governo.
Donald Trump assumiu seu segundo mandato não consecutivo no último dia 20, completando nesta segunda-feira (27) sua primeira semana de governo.
Nesses primeiros dias, houve muita movimentação da nova administração para aplicar uma série de medidas alinhadas com as promessas de campanha do presidente, revertendo as políticas de seu antecessor, Joe Biden, entre elas as que envolvem o departamento de imigração, uma das prioridades do mandatário republicano.
Segundo Trump, que conseguiu executar algumas ações com certa facilidade devido à renovação do Congresso, a nova administração iniciará uma “era de ouro” dos EUA, após um período de “declínio” nacional. Apesar das inúmeras movimentações nos últimos dias, ainda é difícil definir com exatidão qual será o impacto das medidas do republicano nas próximas semanas, meses e até anos.
Enxurrada de decretos e efeitos na primeira semana
Já no dia da posse, Trump assinou dezenas de ordens executivas, a maioria envolvendo o combate à imigração ilegal, uma promessa de campanha do presidente que ele rapidamente conseguiu tirar do papel. Outras áreas alcançadas pelos decretos tratam de economia, comércio e combate à agenda woke, por exemplo.
O primeiro balanço das autoridades de imigração, disponibilizado na sexta-feira (24), informava que as operações contra a imigração ilegal já tiveram como resultado a prisão de mais de 500 criminosos sem documentos e outras centenas de deportações, inclusive envolvendo brasileiros, que chegaram algemados no país, situação que gerou atrito entre os governos americano e brasileiro, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos detidos de nacionalidade brasileira pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) foi condenado por homicídio culposo, segundo informações divulgadas pelo governo americano.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) divulgou um comunicado neste domingo (26), afirmando que as condições em que os deportados chegaram a Manaus violam o acordo entre ambas as nações. “O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, diz a nota.
Na nota, o Itamaraty afirma que irá encaminhar um “pedido de esclarecimento” ao governo Trump e que seguirá atento “às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes”.
Ainda neste domingo, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou o início das operações de fiscalização migratória em Chicago, no estado de Illinois, que já renderam quase mil prisões e devem resultar em novas deportações.
A ação, segundo comunicado do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), é realizada com apoio de diferentes agências do Departamento de Justiça, como o FBI, o DEA (Departamento de Combate às Drogas), o ATF (Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivo) e o CBP (Alfândega e Controle de Fronteiras).
Ainda dentro do fim de semana movimentado da nova administração, Trump anunciou a imposição de tarifas contra a Colômbia, após a recusa do país em receber voos com imigrantes enviados dos EUA em aviões militares. O governo do esquerdista Gustavo Petro respondeu dizendo que também aplicaria cobranças em mercadorias americanas que entrassem no país, no entanto, nesta segunda-feira, os dois países deram por encerrada a crise.
Um dos decretos de Trump também ameaçou outros países com novas tarifas, como o Canadá, México e China. As medidas estão previstas para entrar em vigor nesta semana, no dia 1º de fevereiro.
Demissões surpresa e fim das políticas woke
A nova administração Trump também encerrou programas de diversidade do governo federal, as chamadas políticas DEI, outra promessa que foi rapidamente executada pelo líder republicano. O FBI foi a primeira agência a fechar sua divisão de diversidade e inclusão em dezembro, antes da posse presidencial.
Na quarta-feira, a nova gestão da Casa Branca informou sobre o afastamento dos funcionários que atuavam com programas DEI. No dia anterior, o site da agência dedicada a tratar desses assuntos foi retirado do ar pelo departamento liderado por Elon Musk, o DOGE.
O novo presidente empossado classificou tais programas como “discriminatórios” e insistiu em restaurar a contratação estritamente baseada em mérito.
Na sexta-feira, o presidente Trump também demitiu inspetores-gerais que atuavam em áreas importantes do governo, como os ministérios de Defesa e Estado. Segundo a agência Reuters, mais de uma dezena de funcionários independentes foram demitidos “de surpresa” pela nova administração.
Uma das ordens executivas assinadas pelo presidente defende, ainda, o “reconhecimento” de apenas dois gêneros, masculino e feminino. “A partir de agora, será a política oficial do governo dos Estados Unidos que haverá apenas dois gêneros: masculino e feminino”, disse Trump em seu discurso de posse.
Um exemplo do que muda com o decreto é o fim da possibilidade de designações como “X” em documentos oficiais do governo, como visto e passaporte.
Primeiras ações em favor da vida
Os primeiros dias do retorno de Donald Trump à Casa Branca também foram marcados pelo anúncio de medidas pró-vida, uma esperança de apoiadores que observaram durante o governo Biden uma campanha aberta a favor do aborto.
Assim que assumiu o governo, Trump já fechou o site governamental implementado pelos democratas ReproductiveRights.gov, ligado à defesa do aborto, concedeu indulto a 23 ativistas condenados pelo governo anterior por ações relacionadas à preservação da vida e anunciou o corte de verbas federais destinadas a financiar ou promover abortos eletivos dentro e fora do país.
“Em meu segundo mandato, mais uma vez defenderemos com orgulho as famílias e os direitos dos nascituros, protegendo-os dos ataques da esquerda radical”, disse durante a Marcha pela Vida, maior evento em defesa da vida do país.
Saída de acordos climáticos e aumento da produção de petróleo e gás
O presidente Donald Trump anunciou ainda que retirará novamente seu país do Acordo Climático de Paris, como fez em seu primeiro mandato (2016-2021) e ao qual o ex-presidente Joe Biden voltou a aderir em 2021.
Também prometeu aumentar a produção de petróleo dos EUA e eliminar os subsídios criados por Biden para a compra de veículos elétricos. “Em outras palavras, vocês poderão comprar o carro de sua escolha. Construiremos automóveis na América novamente a uma taxa que ninguém poderia ter sonhado ser possível há apenas alguns anos”, afirmou ao assumir a presidência.
Impasse na saída do Tiktok dos EUA e mais investimento em IA
Outra ordem de Trump estabeleceu um adiamento de 75 dias na implementação da lei que determina a venda do controle do TikTok a uma empresa americana.
O decreto assinado pelo presidente orienta o procurador-geral e o Departamento de Justiça a não aplicar sanções ou tomar qualquer medida destinada a fazer cumprir a lei nos próximos 75 dias. A decisão tem o objetivo de “evitar o fechamento abrupto” de uma plataforma usada por quase 170 milhões de americanos enquanto o governo considera uma solução de longo prazo.
“Eu gostaria que os EUA tivessem uma participação de 50% em uma joint venture. Ao fazer isso, salvamos o TikTok, o mantemos em boas mãos e permitimos que ele continue a crescer”, escreveu ele em sua rede social, Truth Social.
Neste sábado, o presidente americano declarou que deve tomar uma decisão sobre o futuro da rede social chinesa no país “nos próximos 30 dias”. Ele também disse que está “discutindo com várias pessoas sobre a compra da plataforma”.
Ainda dentro do assunto tecnologia, Trump anunciou um investimento de até US$ 500 bilhões no setor privado para construir uma infraestrutura de inteligência artificial (IA) no país, outra medida que expõe as diferenças com o governo Biden, que criou mais barreiras para o desenvolvimento de IAs.
As empresas OpenAI, SoftBank e Oracle planejam criar um projeto conjunto chamado “Stargate”, que começará com um investimento em um centro de dados no estado do Texas e depois se expandirá para outros.
O presidente americano disse que esse investimento criará centenas de milhares de empregos no país e ressaltou a importância de impulsionar o investimento em inteligência artificial para enfrentar a concorrência com a China, que está investindo pesadamente no setor.
Essas companhias investirão inicialmente US$ 100 bilhões e se comprometerão a investir até US$ 500 bilhões no Stargate nos próximos quatro anos, de acordo com o CEO da SoftBank, Masayoshi Son, que disse que a Inteligência Artificial Geral e a Superinteligência Artificial, equivalentes ou superiores às capacidades humanas, “chegarão muito em breve”.
Os primeiros dias do novo mandato presidencial indicaram que Trump aprendeu muito nos quatro anos de governo Biden e em sua primeira administração. Isso com base no bom proveito que fez do tempo nesse curto período de 7 dias, nos quais mostrou compromisso e força para os americanos que o elegeram, com as ordens executivas assinadas, alinhadas com suas promessas de campanha, os memorandos e mudanças em sua equipe do governo.
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