Últimos Artigos
afonsinho, Ana Luiza Basilio, assine carta, assine carta capital, belluzzo, BNDES, bolsonaro, brasil, carta capital, cartacapital, cidadania, correios, delfim neto, economia, editora confiança, esquerda, funai, istoé, jornalismo crítico, lava jato, Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, manuela carta, mino carta, moro, política, progressista, revista época, sociedade, transparente, veja
rikififi90
0 Comments
Eleição confirma o Centrão no comando do Congresso. O que muda para Lula? – Política – CartaCapital
A Câmara e o Senado escolhem neste sábado 1º seus novos presidentes e os demais integrantes de suas mesas diretoras. A votação será mera formalidade: o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), apoiados pelos atuais presidentes de ambas as casas, são francos favoritos e devem ser eleitos sem dificuldades.
Enquanto isso, o todo-poderoso Arthur Lira (PP-AL) e o fiel da balança Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se preparam para voltar ao ‘chão de fábrica’ do Congresso e aguardam um convite do presidente Lula (PT) para integrar o governo.
Câmara e Senado: o passo-a-passo da votação
- Câmara: Eleição do presidente e 10 cargos da Mesa Diretora. São necessários 257 votos para vencer no primeiro turno. Votação secreta, às 16h.
- Senado: Escolha do presidente e 10 membros da Mesa. Vitória no primeiro turno exige 41 votos. Sessão começa às 10h.
Os favoritos construíram alianças que vão do PT ao PL, garantindo ampla vantagem. Na Câmara, a principal dúvida é se Motta conseguirá superar o recorde estabelecido por Lira na disputa de 2023: 464 votos dos 513 possíveis. O resultado garantiu ainda mais poder ao alagoano, que não hesitou em demonstrar sua força para emparedar o governo.
Já no Senado, Pacheco recebeu 49 dos 81 votos em sua reeleição. Na corrida de dois anos atrás, o PL lançou Rogério Marinho (RN) e conquistou 32 votos, mas ficou sem qualquer cargo relevante no comando da Casa. A sigla de Jair Bolsonaro resolveu não insistir no erro e se aliou rapidamente a Alcolumbre.
Oposição tenta marcar posição
Na Câmara, o PSOL, com Pastor Henrique Vieira (RJ), e o Novo, com Marcel van Hattem (RS), apresentaram candidaturas próprias para marcar posição.
No Senado, três postulantes ligados à extrema-direita também se lançaram: Marcos Pontes (PL-SP) — sem o apoio formal de seu partido —, Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE). Não possuem chances de vencer, mas defendem bandeiras caras ao bolsonarismo, como a ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal.
O que pode mudar para Lula na Câmara?
As vitórias de Motta e Alcolumbre mantém o chamado ‘Centrão’ no controle do Congresso. Para Lula, isso significa uma relação previsível com o Senado, mas a manutenção de incertezas na Câmara.
Arthur Lira— que vestiu literalmente a camisa de Bolsonaro em 2022 — segue pressionando o governo por mais poder e emendas. O Planalto conseguiu aprovar projetos importantes, como o arcabouço fiscal, a reforma tributária e o pacote de corte de gastos, mas o custo para Lula, tanto político quanto fiscal (via emendas), foi alto.
Motta tende a adotar um tom mais moderado, sem abrir mão da influência do Centrão. Paulo Henrique Cassimiro, doutor em Ciência Política e professor da UERJ, descreve o deputado como um presidente da Câmara de perfil “clássico”, à semelhança de Lira e de seu antecessor, Rodrigo Maia: grande capacidade de articulação interna, mas baixa popularidade fora do Congresso.
Para Cassimiro, o fator decisivo na relação da nova cúpula da Câmara com o governo será a possibilidade de o Centrão lançar um candidato — ou mais de um — à Presidência em 2026. Essa equação inclui o União Brasil, que pode apostar em Ronaldo Caiado, o Republicanos, principal avalista de Tarcísio de Freitas, e o PSD, onde desponta Ratinho Junior. Esses três partidos, contudo, já ocupam ministérios.
O cientista político não enxerga interesse do Centrão em tensionar sua relação com Lula antes de 2026, ainda que pretenda lançar um nome da direita contra o petista. “A dois anos da eleição, aproximar-se da extrema-direita teria um custo político alto. Para quê?”.
Cláudio Couto, cientista político da FGV-EAESP, também destaca a capacidade de articulação de Motta, mas aponta incertezas sobre sua postura como presidente da Câmara.
2026 e o xadrez ministerial
A eleição no Congresso ocorre em meio a negociações para uma reforma ministerial. Gleisi Hoffmann (PT) deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, em um movimento mais voltado ao PT do que ao Centrão.
Lula enfrenta dilemas: ampliar o espaço de partidos infiéis nas votações, como União Brasil, Republicanos, PP e PSD, ou redistribuir forças? Vale a pena levar Pacheco para o Executivo e fortalecê-lo em Minas Gerais? E Lira, deixá-lo na Câmara ou dar-lhe um ministério?
Além de não garantirem apoio consistente, esses partidos podem ser adversários em 2026. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, já afirmou que o PT perderia se a eleição fosse hoje. Lula ironizou: “A eleição é só daqui a dois anos”. No dia seguinte, Marcos Pereira (Republicanos) cravou que o governo “está sem rumo”.
Com a proximidade de 2026, o preço do apoio partidário sobe — e não só no Centrão. O PSB já dá sinais de insatisfação. Nesse cenário de ebulição política e disputas por emendas, Lula tenta reverter a queda na popularidade em 2025 e chegar revigorado para 2026.
A Câmara e o Senado escolhem neste sábado 1º seus novos presidentes e os demais integrantes de suas mesas diretoras. A votação será mera formalidade: o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), apoiados pelos atuais presidentes de ambas as casas, são francos favoritos e devem ser eleitos sem dificuldades.
Enquanto isso, o todo-poderoso Arthur Lira (PP-AL) e o fiel da balança Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se preparam para voltar ao ‘chão de fábrica’ do Congresso e aguardam um convite do presidente Lula (PT) para integrar o governo.
Câmara e Senado: o passo-a-passo da votação
- Câmara: Eleição do presidente e 10 cargos da Mesa Diretora. São necessários 257 votos para vencer no primeiro turno. Votação secreta, às 16h.
- Senado: Escolha do presidente e 10 membros da Mesa. Vitória no primeiro turno exige 41 votos. Sessão começa às 10h.
Os favoritos construíram alianças que vão do PT ao PL, garantindo ampla vantagem. Na Câmara, a principal dúvida é se Motta conseguirá superar o recorde estabelecido por Lira na disputa de 2023: 464 votos dos 513 possíveis. O resultado garantiu ainda mais poder ao alagoano, que não hesitou em demonstrar sua força para emparedar o governo.
Já no Senado, Pacheco recebeu 49 dos 81 votos em sua reeleição. Na corrida de dois anos atrás, o PL lançou Rogério Marinho (RN) e conquistou 32 votos, mas ficou sem qualquer cargo relevante no comando da Casa. A sigla de Jair Bolsonaro resolveu não insistir no erro e se aliou rapidamente a Alcolumbre.
Oposição tenta marcar posição
Na Câmara, o PSOL, com Pastor Henrique Vieira (RJ), e o Novo, com Marcel van Hattem (RS), apresentaram candidaturas próprias para marcar posição.
No Senado, três postulantes ligados à extrema-direita também se lançaram: Marcos Pontes (PL-SP) — sem o apoio formal de seu partido —, Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE). Não possuem chances de vencer, mas defendem bandeiras caras ao bolsonarismo, como a ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal.
O que pode mudar para Lula na Câmara?
As vitórias de Motta e Alcolumbre mantém o chamado ‘Centrão’ no controle do Congresso. Para Lula, isso significa uma relação previsível com o Senado, mas a manutenção de incertezas na Câmara.
Arthur Lira— que vestiu literalmente a camisa de Bolsonaro em 2022 — segue pressionando o governo por mais poder e emendas. O Planalto conseguiu aprovar projetos importantes, como o arcabouço fiscal, a reforma tributária e o pacote de corte de gastos, mas o custo para Lula, tanto político quanto fiscal (via emendas), foi alto.
Motta tende a adotar um tom mais moderado, sem abrir mão da influência do Centrão. Paulo Henrique Cassimiro, doutor em Ciência Política e professor da UERJ, descreve o deputado como um presidente da Câmara de perfil “clássico”, à semelhança de Lira e de seu antecessor, Rodrigo Maia: grande capacidade de articulação interna, mas baixa popularidade fora do Congresso.
Para Cassimiro, o fator decisivo na relação da nova cúpula da Câmara com o governo será a possibilidade de o Centrão lançar um candidato — ou mais de um — à Presidência em 2026. Essa equação inclui o União Brasil, que pode apostar em Ronaldo Caiado, o Republicanos, principal avalista de Tarcísio de Freitas, e o PSD, onde desponta Ratinho Junior. Esses três partidos, contudo, já ocupam ministérios.
O cientista político não enxerga interesse do Centrão em tensionar sua relação com Lula antes de 2026, ainda que pretenda lançar um nome da direita contra o petista. “A dois anos da eleição, aproximar-se da extrema-direita teria um custo político alto. Para quê?”.
Cláudio Couto, cientista político da FGV-EAESP, também destaca a capacidade de articulação de Motta, mas aponta incertezas sobre sua postura como presidente da Câmara.
2026 e o xadrez ministerial
A eleição no Congresso ocorre em meio a negociações para uma reforma ministerial. Gleisi Hoffmann (PT) deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, em um movimento mais voltado ao PT do que ao Centrão.
Lula enfrenta dilemas: ampliar o espaço de partidos infiéis nas votações, como União Brasil, Republicanos, PP e PSD, ou redistribuir forças? Vale a pena levar Pacheco para o Executivo e fortalecê-lo em Minas Gerais? E Lira, deixá-lo na Câmara ou dar-lhe um ministério?
Além de não garantirem apoio consistente, esses partidos podem ser adversários em 2026. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, já afirmou que o PT perderia se a eleição fosse hoje. Lula ironizou: “A eleição é só daqui a dois anos”. No dia seguinte, Marcos Pereira (Republicanos) cravou que o governo “está sem rumo”.
Com a proximidade de 2026, o preço do apoio partidário sobe — e não só no Centrão. O PSB já dá sinais de insatisfação. Nesse cenário de ebulição política e disputas por emendas, Lula tenta reverter a queda na popularidade em 2025 e chegar revigorado para 2026.
Post Comment