Conheça o jovem ex-Atlético-MG e Flu que sonha com seleção dos Emirados Árabes
Natural de Uberaba, Guto joga na base do Al-Ain e foi treinado por nomes como Hernán Crespo e Leonardo Jardim Atacante Guto, de 18 anos, fala sobre escolha de trocar Brasil pelo Oriente Médio
Como muitos outros jovens brasileiros que sonham com a vida no futebol, a chance de jogar fora do país atraiu o mineiro Guto para o exterior logo no início da carreira. O destino do atacante de 18 anos foi o Oriente Médio, mercado famoso pela contratação de medalhões, mas que tem crescido também na captação de promessas do esporte.
Desde janeiro de 2024, Guto integra o time sub-21 do Al-Ain, um dos times mais tradicionais dos Emirados Árabes Unidos e atual campeão da Liga dos Campeões da Ásia. Em outubro, ele assinou o primeiro contrato profissional com o clube, com duração de três anos.
+ Ex-São Paulo e Corinthians conta como perdeu tudo antes de recomeçar na Ásia
Guto, atacante do Al-Ain
Redes sociais
Ao ge, o brasileiro explicou a escolha por deixar a terra natal e valorizou a possibilidade de defender a seleção – não a brasileira, mas a do país árabe.
— É um clube com uma estrutura muito boa (o Al-Ain). Nós já víamos lá no começo que seria uma oportunidade muito boa. Pelo trabalho, pelo tamanho do clube e também sabendo que é um mercado muito bom. O mercado dos Emirados está crescendo muito e a perspectiva para o futuro aqui é muito grande — afirmou Guto.
“E tem também a seleção dos Emirados. Com três anos jogando aqui você vira local e com cinco anos você pode jogar na seleção. Eu vim também com essa perspectiva de jogar na Seleção e, quem sabe, no futuro buscar a naturalização. Estamos trabalhando para poder vestir a camisa e dar tudo certo”.
Na busca por espaço no elenco, Guto teve chances de treinar com os profissionais e foi comandado por técnicos como Hernán Crespo, ex-São Paulo, e Leonardo Jardim, hoje no Al-Ain, e na mira do Cruzeiro. A meta do brasileiro é ser convocado para o Mundial de Clubes da FIFA deste ano. O Al-Ain está no Grupo G, junto a Manchester City, Juventus e Wydad Casablanca, do Marrocos.
Entre os destaques do time emiradense está o atacante marroquino Soufiane Rahimi, artilheiro e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, e o meia paraguaio Kaku, convocado para a seleção na última data FIFA, em novembro.
O marroquino Rahimi é o grande destaque do Al-Ain
Getty Images
Ajuda brasileira
Um dos responsáveis por levar Guto e outros meninos brasileiros para os Emirados Árabes Unidos é o empresário Rodrigo Mendes, atual diretor esportivo do Al-Ain. Ex-jogador do clube árabe e de times como Flamengo e Grêmio, pelo qual foi artilheiro da Libertadores de 2002, Mendes é conterrâneo de Guto: ambos nasceram em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Foi ele quem monitorou e “pinçou” Guto para o Oriente Médio.
Rodrigo Mendes; diretor esportivo; Al-Ain
Divulgação/Al-Ain
Além do atacante, outras promessas do futebol brasileiro também fizeram o mesmo caminho e estão no Al-Ain. É o caso do volante Khauan Schlickmann, que estava na base do Flamengo e assinou por quatro anos com o clube árabe. Amigos desde a infância, Guto e Khauan compartilham a rotina dentro e fora de campo.
— Nós conversamos antes de ele vir para cá, e ele perguntava para mim como era. Eu falei para ele que eu me adaptei muito bem, que o pessoal aqui gosta muito de brasileiro também, pela nossa escola aí do Brasil, que é muito boa. Eu dei minha opinião pra ele, e ele também teve o pensamento de vir pra cá.
“Nós nos conhecemos desde os sete anos. A gente começou no salão juntos, estudamos juntos em Uberaba. Deus foi muito bom e hoje nós estamos aqui com o mesmo propósito, eu dando força para ele e ele me dando força”.
Com Rodrigo e Khauan como parceiros, Guto afirma estar bem adaptado ao novo lar, mas não nega ter passado perrengues. Um deles foi se acostumar à gastronomia árabe, bem diferente da mineira.
— É bem diferente a comida, e o que tem igual a gente aí no Brasil, o macarrão, que é muito bom. No começo, era só pasta que eu comia, porque eu morava no hotel quando eu cheguei. Não tinha como fazer comida, e no começo era pasta, era pizza, foi um pouco difícil. Mas depois eu mudei para o meu apartamento, e agora eu já consigo cozinhar, fazer o que eu gosto — revelou.
Lesão quase interrompeu carreira
Filho de ex-jogador de futsal profissional, Flávio Augustus Junqueira Bernardes deu os primeiros passos no esporte em escolinhas em Uberaba. O talento no futebol chamou a atenção do professor Piu e de clubes importantes, e Guto foi aprovado em uma peneira do Fluminense aos 10 anos.
Após alguns meses de idas e voltas entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, a logística complicada pesou para a família, e Guto precisou deixar Xerém. Anos depois, ele foi para a base do América-MG, mas sofreu uma lesão grave que por pouco não interrompeu a carreira.
— A gente teria uma Copa Brasileirinho sub-14 e eu lembro que a nossa estreia era contra o Flamengo. Uma semana antes, eu tomei uma joelhada nas costas, e não conseguiam descobrir o que era. Eu voltei para Uberaba, também não consegui descobrir — relembrou.
“Teve médico que falou para mim que eu não ia seguir a carreira mais em alto rendimento, que foi uma lesão muito grave. Até que meu pai e minha mãe procurarem um médico em Ribeirão Preto, que foi um médico muito bom. Me passaram alguns medicamentos, eu fiz um tratamento com ele e deu tudo certo”.
Guto, atacante do Al-Ain, na base do Atlético-MG
Arquivo pessoal
Além do Coelho, Guto ainda passou por Atlético-MG, Tubarão-SC, Figueirense e Uberlândia antes de receber a proposta de Rodrigo Mendes para jogar no futebol árabe. Adaptado à vida nos Emirados Árabes Unidos, o atacante conta que pretende jogar por várias temporadas por lá, mas que também deseja retornar ao Brasil no futuro.
— Aqui foi um lugar que eu cheguei e me adaptei muito bem, gostei muito da estrutura, a qualidade de vida que nós temos aqui. Mas como todo menino que tem o sonho de ser jogador de futebol, tem o sonho de jogar no clube do coração.
“No momento eu penso em ficar aqui por muito tempo, por muitos anos, fazer história no Al-Ain, ganhar títulos com a camisa do clube, mas quem sabe no futuro, se for o propósito de Deus, eu voltar para o Brasil e no final da carreira, para jogar e realizar esse sonho de menino”, completou.
Guto, atacante do Al-Ain
Redes sociais
Natural de Uberaba, Guto joga na base do Al-Ain e foi treinado por nomes como Hernán Crespo e Leonardo Jardim Atacante Guto, de 18 anos, fala sobre escolha de trocar Brasil pelo Oriente Médio
Como muitos outros jovens brasileiros que sonham com a vida no futebol, a chance de jogar fora do país atraiu o mineiro Guto para o exterior logo no início da carreira. O destino do atacante de 18 anos foi o Oriente Médio, mercado famoso pela contratação de medalhões, mas que tem crescido também na captação de promessas do esporte.
Desde janeiro de 2024, Guto integra o time sub-21 do Al-Ain, um dos times mais tradicionais dos Emirados Árabes Unidos e atual campeão da Liga dos Campeões da Ásia. Em outubro, ele assinou o primeiro contrato profissional com o clube, com duração de três anos.
+ Ex-São Paulo e Corinthians conta como perdeu tudo antes de recomeçar na Ásia
Guto, atacante do Al-Ain
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Ao ge, o brasileiro explicou a escolha por deixar a terra natal e valorizou a possibilidade de defender a seleção – não a brasileira, mas a do país árabe.
— É um clube com uma estrutura muito boa (o Al-Ain). Nós já víamos lá no começo que seria uma oportunidade muito boa. Pelo trabalho, pelo tamanho do clube e também sabendo que é um mercado muito bom. O mercado dos Emirados está crescendo muito e a perspectiva para o futuro aqui é muito grande — afirmou Guto.
“E tem também a seleção dos Emirados. Com três anos jogando aqui você vira local e com cinco anos você pode jogar na seleção. Eu vim também com essa perspectiva de jogar na Seleção e, quem sabe, no futuro buscar a naturalização. Estamos trabalhando para poder vestir a camisa e dar tudo certo”.
Na busca por espaço no elenco, Guto teve chances de treinar com os profissionais e foi comandado por técnicos como Hernán Crespo, ex-São Paulo, e Leonardo Jardim, hoje no Al-Ain, e na mira do Cruzeiro. A meta do brasileiro é ser convocado para o Mundial de Clubes da FIFA deste ano. O Al-Ain está no Grupo G, junto a Manchester City, Juventus e Wydad Casablanca, do Marrocos.
Entre os destaques do time emiradense está o atacante marroquino Soufiane Rahimi, artilheiro e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, e o meia paraguaio Kaku, convocado para a seleção na última data FIFA, em novembro.
O marroquino Rahimi é o grande destaque do Al-Ain
Getty Images
Ajuda brasileira
Um dos responsáveis por levar Guto e outros meninos brasileiros para os Emirados Árabes Unidos é o empresário Rodrigo Mendes, atual diretor esportivo do Al-Ain. Ex-jogador do clube árabe e de times como Flamengo e Grêmio, pelo qual foi artilheiro da Libertadores de 2002, Mendes é conterrâneo de Guto: ambos nasceram em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Foi ele quem monitorou e “pinçou” Guto para o Oriente Médio.
Rodrigo Mendes; diretor esportivo; Al-Ain
Divulgação/Al-Ain
Além do atacante, outras promessas do futebol brasileiro também fizeram o mesmo caminho e estão no Al-Ain. É o caso do volante Khauan Schlickmann, que estava na base do Flamengo e assinou por quatro anos com o clube árabe. Amigos desde a infância, Guto e Khauan compartilham a rotina dentro e fora de campo.
— Nós conversamos antes de ele vir para cá, e ele perguntava para mim como era. Eu falei para ele que eu me adaptei muito bem, que o pessoal aqui gosta muito de brasileiro também, pela nossa escola aí do Brasil, que é muito boa. Eu dei minha opinião pra ele, e ele também teve o pensamento de vir pra cá.
“Nós nos conhecemos desde os sete anos. A gente começou no salão juntos, estudamos juntos em Uberaba. Deus foi muito bom e hoje nós estamos aqui com o mesmo propósito, eu dando força para ele e ele me dando força”.
Com Rodrigo e Khauan como parceiros, Guto afirma estar bem adaptado ao novo lar, mas não nega ter passado perrengues. Um deles foi se acostumar à gastronomia árabe, bem diferente da mineira.
— É bem diferente a comida, e o que tem igual a gente aí no Brasil, o macarrão, que é muito bom. No começo, era só pasta que eu comia, porque eu morava no hotel quando eu cheguei. Não tinha como fazer comida, e no começo era pasta, era pizza, foi um pouco difícil. Mas depois eu mudei para o meu apartamento, e agora eu já consigo cozinhar, fazer o que eu gosto — revelou.
Lesão quase interrompeu carreira
Filho de ex-jogador de futsal profissional, Flávio Augustus Junqueira Bernardes deu os primeiros passos no esporte em escolinhas em Uberaba. O talento no futebol chamou a atenção do professor Piu e de clubes importantes, e Guto foi aprovado em uma peneira do Fluminense aos 10 anos.
Após alguns meses de idas e voltas entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, a logística complicada pesou para a família, e Guto precisou deixar Xerém. Anos depois, ele foi para a base do América-MG, mas sofreu uma lesão grave que por pouco não interrompeu a carreira.
— A gente teria uma Copa Brasileirinho sub-14 e eu lembro que a nossa estreia era contra o Flamengo. Uma semana antes, eu tomei uma joelhada nas costas, e não conseguiam descobrir o que era. Eu voltei para Uberaba, também não consegui descobrir — relembrou.
“Teve médico que falou para mim que eu não ia seguir a carreira mais em alto rendimento, que foi uma lesão muito grave. Até que meu pai e minha mãe procurarem um médico em Ribeirão Preto, que foi um médico muito bom. Me passaram alguns medicamentos, eu fiz um tratamento com ele e deu tudo certo”.
Guto, atacante do Al-Ain, na base do Atlético-MG
Arquivo pessoal
Além do Coelho, Guto ainda passou por Atlético-MG, Tubarão-SC, Figueirense e Uberlândia antes de receber a proposta de Rodrigo Mendes para jogar no futebol árabe. Adaptado à vida nos Emirados Árabes Unidos, o atacante conta que pretende jogar por várias temporadas por lá, mas que também deseja retornar ao Brasil no futuro.
— Aqui foi um lugar que eu cheguei e me adaptei muito bem, gostei muito da estrutura, a qualidade de vida que nós temos aqui. Mas como todo menino que tem o sonho de ser jogador de futebol, tem o sonho de jogar no clube do coração.
“No momento eu penso em ficar aqui por muito tempo, por muitos anos, fazer história no Al-Ain, ganhar títulos com a camisa do clube, mas quem sabe no futuro, se for o propósito de Deus, eu voltar para o Brasil e no final da carreira, para jogar e realizar esse sonho de menino”, completou.
Guto, atacante do Al-Ain
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