Corinthians apresenta plano para pagar dívida de R$ 367 milhões em dez anos e busca reestruturação financeira

Augusto Melo Corinthians


O Sport Club Corinthians Paulista apresentou um plano detalhado para quitar parte de suas pendências financeiras, totalizando R$ 367 milhões, ao longo dos próximos dez anos. A iniciativa foi submetida à Justiça de São Paulo no âmbito do Regime Centralizado de Execuções (RCE), um mecanismo pelo qual o clube busca consolidar o pagamento de seus credores. A medida visa garantir maior previsibilidade financeira e reduzir os constantes bloqueios judiciais que afetam suas operações. O plano também estabelece critérios para priorizar determinados credores, incluindo aqueles com valores mais baixos a receber e pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos e portadores de doenças graves.

O montante de R$ 367 milhões abrange dívidas com fornecedores, empresários e jogadores com direitos de imagem pendentes. No entanto, não inclui as obrigações tributárias e o financiamento da Neo Química Arena junto à Caixa Econômica Federal. Com um endividamento total que ultrapassa R$ 2,42 bilhões, o Corinthians tenta equilibrar suas contas sem comprometer o desempenho esportivo.

A proposta sugere que 4% das receitas recorrentes do clube sejam destinadas ao pagamento das pendências listadas no RCE. Isso inclui valores oriundos de direitos de transmissão, patrocínios e outras fontes de renda contínua. Além disso, 5% das receitas geradas pela venda de jogadores serão destinadas a leilões reversos, permitindo que credores aceitem descontos para receber pagamentos prioritários. O clube projeta quitar 60% do débito em seis anos, com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O panorama da dívida do Corinthians

O endividamento global do clube está dividido em três grandes blocos:

  • Dívida tributária: R$ 817 milhões
  • Financiamento da Neo Química Arena: R$ 677 milhões
  • Dívidas cíveis e trabalhistas: R$ 926 milhões (dos quais R$ 367 milhões estão no RCE)

Critérios para pagamento e credores prioritários

Dentro do plano apresentado, o Corinthians estabeleceu um critério de prioridade para o pagamento das dívidas. Credores que possuem valores abaixo de 60 salários-mínimos terão preferência na liberação dos recursos.

Os “credores parceiros”, que continuam fornecendo serviços ao clube após a solicitação do RCE, terão acesso a 50% dos valores alocados nas parcelas de distribuição. Caso a arrecadação mensal do clube seja de R$ 2 milhões, por exemplo, R$ 1 milhão será destinado exclusivamente a esse grupo, enquanto o restante será dividido entre os demais credores.

Justiça ainda precisa aprovar o plano

O plano ainda precisa ser analisado e aprovado pela Justiça para entrar em vigor. A diretoria alvinegra defende a necessidade de sua implementação para dar previsibilidade às finanças e evitar bloqueios judiciais em contas bancárias.

Nos últimos anos, o Corinthians enfrentou uma série de bloqueios determinados pela Justiça, o que dificultou o planejamento financeiro do clube. Com a aprovação do RCE, espera-se que essas medidas sejam suspensas e que o fluxo de caixa seja melhor administrado.

Regime Centralizado de Execuções no futebol

O RCE foi instituído pela Lei nº 14.193/2021, conhecida como Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Esse modelo permite a centralização das dívidas de clubes em um único processo judicial, facilitando a organização e o controle dos pagamentos.

Diversos clubes brasileiros já adotaram esse modelo, incluindo Vasco, Botafogo e Fluminense, que também enfrentam altos níveis de endividamento. Para os clubes, o RCE se torna uma alternativa viável ao evitar bloqueios financeiros que comprometam seu funcionamento.

Empresários acionam a Justiça contra o Corinthians

Embora o plano de pagamento do Corinthians esteja sendo estruturado, o clube tem enfrentado desafios adicionais na esfera judicial. Empresários como André Cury e Giuliano Bertolucci entraram com ações contra o clube, cobrando valores milionários.

André Cury conseguiu recentemente o bloqueio de contas do Corinthians, alegando irregularidades na inclusão de contratos no RCE. Já Bertolucci entrou com um processo judicial exigindo o pagamento de aproximadamente R$ 78 milhões, questionando a demora na quitação da dívida.

Outras medidas para reestruturação financeira

Além do RCE, o Corinthians apresentou um plano coletivo à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF para parcelar dívidas com ex-jogadores, agentes e outros clubes. Essa é uma das estratégias adotadas para evitar novas punições esportivas e garantir um fluxo mais equilibrado no orçamento.

A diretoria também estuda alternativas para aumentar sua arrecadação, incluindo novos contratos de patrocínio e ampliação das receitas de matchday. A busca por receitas extraordinárias tem sido uma necessidade, dada a complexidade da situação financeira do clube.

Projeções financeiras para 2025

Para a temporada de 2025, o Corinthians projeta uma receita bruta de R$ 795 milhões, com expectativa de arrecadar R$ 181 milhões por meio da venda de jogadores.

A diretoria estima um superávit de R$ 34 milhões e pretende reduzir gradativamente o saldo devedor relacionado à Neo Química Arena. Além disso, metas esportivas foram estabelecidas:

  • Chegar às semifinais do Campeonato Paulista
  • Avançar às quartas de final da Copa do Brasil
  • Chegar às oitavas de final da Libertadores
  • Ficar entre os oito primeiros do Campeonato Brasileiro

Linha do tempo da reestruturação financeira

  • Novembro de 2024: Corinthians ingressa com o pedido de RCE junto à Justiça de São Paulo.
  • Novembro de 2024: Clube apresenta à CNRD um plano coletivo para pagamento de dívidas com ex-atletas e agentes.
  • Janeiro de 2025: Empresários acionam a Justiça contra o Corinthians, buscando cobranças imediatas.
  • Fevereiro de 2025: Clube formaliza o plano de pagamento e aguarda análise judicial.

Impacto do RCE na gestão do Corinthians

Com a implementação do Regime Centralizado de Execuções, o Corinthians espera solucionar gradativamente seus passivos financeiros, garantindo previsibilidade no fluxo de caixa.

A adoção dessa medida também permite ao clube evitar sanções desportivas e bloqueios bancários. A reestruturação financeira é um passo fundamental para que o Corinthians consiga equilibrar suas contas e planejar o futuro com maior estabilidade.

Medidas complementares para equilíbrio financeiro

  • Renegociação de contratos com credores e fornecedores.
  • Ampliação das receitas através de patrocínios e novos contratos comerciais.
  • Ajustes na folha salarial para reduzir despesas fixas.
  • Estratégia para otimizar a venda de jogadores e aumentar receitas.

Expectativas para a aprovação do plano

A expectativa da diretoria alvinegra é que a Justiça aprove o plano de pagamento e que a implementação ocorra nos próximos meses.

Com a execução desse plano, o clube poderá se concentrar no fortalecimento de sua equipe e na busca por títulos, enquanto trabalha para estabilizar sua situação financeira.



O Sport Club Corinthians Paulista apresentou um plano detalhado para quitar parte de suas pendências financeiras, totalizando R$ 367 milhões, ao longo dos próximos dez anos. A iniciativa foi submetida à Justiça de São Paulo no âmbito do Regime Centralizado de Execuções (RCE), um mecanismo pelo qual o clube busca consolidar o pagamento de seus credores. A medida visa garantir maior previsibilidade financeira e reduzir os constantes bloqueios judiciais que afetam suas operações. O plano também estabelece critérios para priorizar determinados credores, incluindo aqueles com valores mais baixos a receber e pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos e portadores de doenças graves.

O montante de R$ 367 milhões abrange dívidas com fornecedores, empresários e jogadores com direitos de imagem pendentes. No entanto, não inclui as obrigações tributárias e o financiamento da Neo Química Arena junto à Caixa Econômica Federal. Com um endividamento total que ultrapassa R$ 2,42 bilhões, o Corinthians tenta equilibrar suas contas sem comprometer o desempenho esportivo.

A proposta sugere que 4% das receitas recorrentes do clube sejam destinadas ao pagamento das pendências listadas no RCE. Isso inclui valores oriundos de direitos de transmissão, patrocínios e outras fontes de renda contínua. Além disso, 5% das receitas geradas pela venda de jogadores serão destinadas a leilões reversos, permitindo que credores aceitem descontos para receber pagamentos prioritários. O clube projeta quitar 60% do débito em seis anos, com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O panorama da dívida do Corinthians

O endividamento global do clube está dividido em três grandes blocos:

  • Dívida tributária: R$ 817 milhões
  • Financiamento da Neo Química Arena: R$ 677 milhões
  • Dívidas cíveis e trabalhistas: R$ 926 milhões (dos quais R$ 367 milhões estão no RCE)

Critérios para pagamento e credores prioritários

Dentro do plano apresentado, o Corinthians estabeleceu um critério de prioridade para o pagamento das dívidas. Credores que possuem valores abaixo de 60 salários-mínimos terão preferência na liberação dos recursos.

Os “credores parceiros”, que continuam fornecendo serviços ao clube após a solicitação do RCE, terão acesso a 50% dos valores alocados nas parcelas de distribuição. Caso a arrecadação mensal do clube seja de R$ 2 milhões, por exemplo, R$ 1 milhão será destinado exclusivamente a esse grupo, enquanto o restante será dividido entre os demais credores.

Justiça ainda precisa aprovar o plano

O plano ainda precisa ser analisado e aprovado pela Justiça para entrar em vigor. A diretoria alvinegra defende a necessidade de sua implementação para dar previsibilidade às finanças e evitar bloqueios judiciais em contas bancárias.

Nos últimos anos, o Corinthians enfrentou uma série de bloqueios determinados pela Justiça, o que dificultou o planejamento financeiro do clube. Com a aprovação do RCE, espera-se que essas medidas sejam suspensas e que o fluxo de caixa seja melhor administrado.

Regime Centralizado de Execuções no futebol

O RCE foi instituído pela Lei nº 14.193/2021, conhecida como Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Esse modelo permite a centralização das dívidas de clubes em um único processo judicial, facilitando a organização e o controle dos pagamentos.

Diversos clubes brasileiros já adotaram esse modelo, incluindo Vasco, Botafogo e Fluminense, que também enfrentam altos níveis de endividamento. Para os clubes, o RCE se torna uma alternativa viável ao evitar bloqueios financeiros que comprometam seu funcionamento.

Empresários acionam a Justiça contra o Corinthians

Embora o plano de pagamento do Corinthians esteja sendo estruturado, o clube tem enfrentado desafios adicionais na esfera judicial. Empresários como André Cury e Giuliano Bertolucci entraram com ações contra o clube, cobrando valores milionários.

André Cury conseguiu recentemente o bloqueio de contas do Corinthians, alegando irregularidades na inclusão de contratos no RCE. Já Bertolucci entrou com um processo judicial exigindo o pagamento de aproximadamente R$ 78 milhões, questionando a demora na quitação da dívida.

Outras medidas para reestruturação financeira

Além do RCE, o Corinthians apresentou um plano coletivo à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF para parcelar dívidas com ex-jogadores, agentes e outros clubes. Essa é uma das estratégias adotadas para evitar novas punições esportivas e garantir um fluxo mais equilibrado no orçamento.

A diretoria também estuda alternativas para aumentar sua arrecadação, incluindo novos contratos de patrocínio e ampliação das receitas de matchday. A busca por receitas extraordinárias tem sido uma necessidade, dada a complexidade da situação financeira do clube.

Projeções financeiras para 2025

Para a temporada de 2025, o Corinthians projeta uma receita bruta de R$ 795 milhões, com expectativa de arrecadar R$ 181 milhões por meio da venda de jogadores.

A diretoria estima um superávit de R$ 34 milhões e pretende reduzir gradativamente o saldo devedor relacionado à Neo Química Arena. Além disso, metas esportivas foram estabelecidas:

  • Chegar às semifinais do Campeonato Paulista
  • Avançar às quartas de final da Copa do Brasil
  • Chegar às oitavas de final da Libertadores
  • Ficar entre os oito primeiros do Campeonato Brasileiro

Linha do tempo da reestruturação financeira

  • Novembro de 2024: Corinthians ingressa com o pedido de RCE junto à Justiça de São Paulo.
  • Novembro de 2024: Clube apresenta à CNRD um plano coletivo para pagamento de dívidas com ex-atletas e agentes.
  • Janeiro de 2025: Empresários acionam a Justiça contra o Corinthians, buscando cobranças imediatas.
  • Fevereiro de 2025: Clube formaliza o plano de pagamento e aguarda análise judicial.

Impacto do RCE na gestão do Corinthians

Com a implementação do Regime Centralizado de Execuções, o Corinthians espera solucionar gradativamente seus passivos financeiros, garantindo previsibilidade no fluxo de caixa.

A adoção dessa medida também permite ao clube evitar sanções desportivas e bloqueios bancários. A reestruturação financeira é um passo fundamental para que o Corinthians consiga equilibrar suas contas e planejar o futuro com maior estabilidade.

Medidas complementares para equilíbrio financeiro

  • Renegociação de contratos com credores e fornecedores.
  • Ampliação das receitas através de patrocínios e novos contratos comerciais.
  • Ajustes na folha salarial para reduzir despesas fixas.
  • Estratégia para otimizar a venda de jogadores e aumentar receitas.

Expectativas para a aprovação do plano

A expectativa da diretoria alvinegra é que a Justiça aprove o plano de pagamento e que a implementação ocorra nos próximos meses.

Com a execução desse plano, o clube poderá se concentrar no fortalecimento de sua equipe e na busca por títulos, enquanto trabalha para estabilizar sua situação financeira.



Post Comment

You May Have Missed