Morro de São Paulo recebe israelenses pós-serviço militar – 05/02/2025 – Turismo


Ao desembarcar no cais principal de Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé, na Bahia, turistas são recebidos por carregadores com carrinhos de mão, já que o vilarejo não tem rua nem carro. Os carregadores oferecem transporte das malas até a vila, acessível por uma subida íngreme. Eles abordam os turistas que desembarcam dos barcos perguntando se são “sababa”.

“Sababa”, que significa “tudo bem” em hebraico, é o apelido dado pelos moradores do vilarejo aos turistas israelenses, que estão entre os mais frequentes na região. “Eles geralmente não falam português, então criamos o apelido para mostrar que sabemos que são de Israel e deixá-los mais à vontade para nos contratar”, diz Ricardo Santos, 26, que transporta malas na alta temporada de verão.

Famoso por suas praias de águas cristalinas e tranquilas, protegidas por barreiras de corais que formam piscinas naturais, o vilarejo com cerca de 10 mil habitantes segundo o IBGE tornou-se um dos destinos favoritos entre jovens do pequeno país do Oriente Médio que viajam à América Latina após cumprirem o serviço militar obrigatório.

“Tirar um ano sabático após a obrigação militar é tradição entre israelenses. Escolhemos este destino pelas ótimas recomendações de conterrâneos no Muchiler (plataforma local que reúne informações para viajantes)”, afirma Eden Key, 22, jovem que está há três meses viajando pelo Brasil com um grupo de amigas.

A maioria dos viajantes descobre o local através da plataforma israelense que oferece dicas de roteiros, hospedagens e comunidades de mochileiros. Na seção sobre o Brasil, Morro de São Paulo aparece ao lado de destinos famosos como Rio de Janeiro e Florianópolis.

O lugar ganhou ainda mais popularidade após se tornar cenário da série israelense “Magic Malabi Express”, uma adaptação dirigida por Yaniv Halperin, autor do livro homônimo que serviu de inspiração para a produção. Halperin escreveu a obra durante sua estadia ali.

Publicado em 2007, o livro tornou-se um best-seller em Israel e inspirou a série, que combina drama e comédia para narrar a história de três amigos israelenses em uma jornada de autodescoberta pelo Brasil. Durante a viagem, eles vendem malabi, uma tradicional sobremesa do Oriente Médio, enquanto vivem aventuras, enfrentam desafios culturais e formam conexões inesperadas.

“Passamos três anos sob um rígido regime de serviço militar obrigatório, servindo em um país em guerra enquanto ainda somos muito jovens. Quando terminamos essa etapa, buscamos a América Latina ou o sudeste asiático para relaxar: aproveitar o dia na praia e curtir festas à noite”, diz Lior Amir, 24.

De acordo com o secretário municipal da Administração de Morro de São Paulo, Eloi Alves, os turistas israelenses são fundamentais para o comércio local, sendo a segunda nacionalidade que mais visita o vilarejo, atrás apenas dos argentinos.

Com o aumento da presença de turistas de Israel na ilha, o comércio local tem se adaptado para atrair esse público, usando anúncios traduzidos para o hebraico e exibindo bandeiras de Israel na entrada dos estabelecimentos.

Na pizzaria Carpaccio, há uma placa de cartolina com uma mensagem em hebraico escrita a mão na entrada do estabelecimento. “Uma turista de Israel comeu aqui e ficou deslumbrada com a ideia do rodízio de pizza, algo incomum no seu país. Ela gostou tanto que quis deixar uma mensagem de carinho indicando nossa pizzaria”, conta José dos Santos, 31, um dos funcionários.

Algumas lanchonetes começaram a incluir no menu o havitá, um prato típico semelhante ao omelete, e a tocar músicas em hebraico para agradar ao público específico.

A rua Shalom, localizada na Terceira Praia, concentra a maior parte dos turistas israelenses em Morro de São Paulo. Nessa área, encontram-se hostels, restaurantes e cafeterias administrados por comerciantes israelenses, além de um centro comunitário judaico associado ao judaísmo ortodoxo.

O Hostel Mundo da Lua, situado ao lado da sinagoga, passou a aceitar reservas exclusivamente por sites israelenses durante a alta temporada. “Optamos por atender apenas turistas israelenses devido aos hábitos específicos. Além das restrições alimentares, são mais noturnos e tendem a falar alto, o que causa desconforto entre outros hóspedes”, explica Luciano Rezende, 36, dono do hostel.

Em nota, o Ministério do Turismo afirma que, no ano passado, 16 mil turistas israelenses escolheram o Brasil para visitar. São Paulo foi a principal porta de entrada desses visitantes, seguida pelo Rio de Janeiro.

Como chegar a Morro de São Paulo

Saindo de Salvador

Terminal Marítimo de Salvador: Viagem direta de catamarã, com duração aproximada de 2h30 (R$ 150,00 por pessoa)

Observação: Ideal para evitar múltiplos transportes, mas pode ser desconfortável para quem sofre de enjoo.

Saindo de Valença

Lancha Rápida: O meio mais comum, com duração de 20 a 30 minutos. (preço pode variar entre R$ 30 a R$ 45 por pessoa)

Barco Convencional: Alternativa mais econômica, porém mais lenta, com tempo de viagem de cerca de 1h30. (R$ 20 por pessoa)

Saindo de outras cidades da Bahia

De localidades como Ilhéus ou Itacaré, o melhor é ir até Valença ou até o Atracadouro que fica a 20 km do centro da cidade.

Táxi Aéreo

Pequenos aviões partem de Salvador diretamente para Morro de São Paulo com duração aproximada de 20 minutos.

Observação: Opção mais rápida, mas também a mais cara. (R$ 500 a R$ 1.500 por pessoa)

Ao desembarcar no cais principal de Morro de São Paulo, na Ilha de Tinharé, na Bahia, turistas são recebidos por carregadores com carrinhos de mão, já que o vilarejo não tem rua nem carro. Os carregadores oferecem transporte das malas até a vila, acessível por uma subida íngreme. Eles abordam os turistas que desembarcam dos barcos perguntando se são “sababa”.

“Sababa”, que significa “tudo bem” em hebraico, é o apelido dado pelos moradores do vilarejo aos turistas israelenses, que estão entre os mais frequentes na região. “Eles geralmente não falam português, então criamos o apelido para mostrar que sabemos que são de Israel e deixá-los mais à vontade para nos contratar”, diz Ricardo Santos, 26, que transporta malas na alta temporada de verão.

Famoso por suas praias de águas cristalinas e tranquilas, protegidas por barreiras de corais que formam piscinas naturais, o vilarejo com cerca de 10 mil habitantes segundo o IBGE tornou-se um dos destinos favoritos entre jovens do pequeno país do Oriente Médio que viajam à América Latina após cumprirem o serviço militar obrigatório.

“Tirar um ano sabático após a obrigação militar é tradição entre israelenses. Escolhemos este destino pelas ótimas recomendações de conterrâneos no Muchiler (plataforma local que reúne informações para viajantes)”, afirma Eden Key, 22, jovem que está há três meses viajando pelo Brasil com um grupo de amigas.

A maioria dos viajantes descobre o local através da plataforma israelense que oferece dicas de roteiros, hospedagens e comunidades de mochileiros. Na seção sobre o Brasil, Morro de São Paulo aparece ao lado de destinos famosos como Rio de Janeiro e Florianópolis.

O lugar ganhou ainda mais popularidade após se tornar cenário da série israelense “Magic Malabi Express”, uma adaptação dirigida por Yaniv Halperin, autor do livro homônimo que serviu de inspiração para a produção. Halperin escreveu a obra durante sua estadia ali.

Publicado em 2007, o livro tornou-se um best-seller em Israel e inspirou a série, que combina drama e comédia para narrar a história de três amigos israelenses em uma jornada de autodescoberta pelo Brasil. Durante a viagem, eles vendem malabi, uma tradicional sobremesa do Oriente Médio, enquanto vivem aventuras, enfrentam desafios culturais e formam conexões inesperadas.

“Passamos três anos sob um rígido regime de serviço militar obrigatório, servindo em um país em guerra enquanto ainda somos muito jovens. Quando terminamos essa etapa, buscamos a América Latina ou o sudeste asiático para relaxar: aproveitar o dia na praia e curtir festas à noite”, diz Lior Amir, 24.

De acordo com o secretário municipal da Administração de Morro de São Paulo, Eloi Alves, os turistas israelenses são fundamentais para o comércio local, sendo a segunda nacionalidade que mais visita o vilarejo, atrás apenas dos argentinos.

Com o aumento da presença de turistas de Israel na ilha, o comércio local tem se adaptado para atrair esse público, usando anúncios traduzidos para o hebraico e exibindo bandeiras de Israel na entrada dos estabelecimentos.

Na pizzaria Carpaccio, há uma placa de cartolina com uma mensagem em hebraico escrita a mão na entrada do estabelecimento. “Uma turista de Israel comeu aqui e ficou deslumbrada com a ideia do rodízio de pizza, algo incomum no seu país. Ela gostou tanto que quis deixar uma mensagem de carinho indicando nossa pizzaria”, conta José dos Santos, 31, um dos funcionários.

Algumas lanchonetes começaram a incluir no menu o havitá, um prato típico semelhante ao omelete, e a tocar músicas em hebraico para agradar ao público específico.

A rua Shalom, localizada na Terceira Praia, concentra a maior parte dos turistas israelenses em Morro de São Paulo. Nessa área, encontram-se hostels, restaurantes e cafeterias administrados por comerciantes israelenses, além de um centro comunitário judaico associado ao judaísmo ortodoxo.

O Hostel Mundo da Lua, situado ao lado da sinagoga, passou a aceitar reservas exclusivamente por sites israelenses durante a alta temporada. “Optamos por atender apenas turistas israelenses devido aos hábitos específicos. Além das restrições alimentares, são mais noturnos e tendem a falar alto, o que causa desconforto entre outros hóspedes”, explica Luciano Rezende, 36, dono do hostel.

Em nota, o Ministério do Turismo afirma que, no ano passado, 16 mil turistas israelenses escolheram o Brasil para visitar. São Paulo foi a principal porta de entrada desses visitantes, seguida pelo Rio de Janeiro.

Como chegar a Morro de São Paulo

Saindo de Salvador

Terminal Marítimo de Salvador: Viagem direta de catamarã, com duração aproximada de 2h30 (R$ 150,00 por pessoa)

Observação: Ideal para evitar múltiplos transportes, mas pode ser desconfortável para quem sofre de enjoo.

Saindo de Valença

Lancha Rápida: O meio mais comum, com duração de 20 a 30 minutos. (preço pode variar entre R$ 30 a R$ 45 por pessoa)

Barco Convencional: Alternativa mais econômica, porém mais lenta, com tempo de viagem de cerca de 1h30. (R$ 20 por pessoa)

Saindo de outras cidades da Bahia

De localidades como Ilhéus ou Itacaré, o melhor é ir até Valença ou até o Atracadouro que fica a 20 km do centro da cidade.

Táxi Aéreo

Pequenos aviões partem de Salvador diretamente para Morro de São Paulo com duração aproximada de 20 minutos.

Observação: Opção mais rápida, mas também a mais cara. (R$ 500 a R$ 1.500 por pessoa)



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