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28 Apr 2025, Mon

Jornalista Vanessa Ricarte é assassinada em Campo Grande após medida protetiva

Vanessa Ricarte


A violência contra as mulheres em Mato Grosso do Sul ganha mais um capítulo trágico com o assassinato da jornalista e servidora pública Vanessa Ricarte, de 42 anos, ocorrido na tarde de quarta-feira (12), em Campo Grande. A vítima foi esfaqueada três vezes pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, dentro de sua própria residência, localizada no bairro São Francisco. Horas antes do crime, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e solicitado uma medida protetiva contra o agressor. Mesmo com a determinação judicial, Caio a surpreendeu e desferiu os golpes fatais. Vanessa foi socorrida com vida e encaminhada à Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos, falecendo na madrugada do dia seguinte. O caso reforça o debate sobre a efetividade das medidas protetivas no Brasil e a escalada da violência de gênero no estado.

A Polícia Militar prendeu Caio Nascimento em flagrante logo após o ataque. O criminoso foi conduzido à delegacia e aguarda audiência de custódia. O caso gerou indignação entre amigos, familiares e autoridades, que cobram punição rigorosa e maior proteção às vítimas de violência doméstica.

Este é o segundo feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025. No início do mês, Karina Corin, de 29 anos, e sua amiga Aline Rodrigues, de 32, foram assassinadas em Caarapó pelo ex-companheiro de Karina, Renan Dantas Valenzuela, que se matou após o crime.

Feminicídios em alta: números alarmantes em Mato Grosso do Sul

Os casos de feminicídio seguem em alta no estado. Mato Grosso do Sul registrou, em 2022, o maior número de feminicídios desde a tipificação do crime em 2015, com 43 mortes. Em 2023, houve uma redução para 30 assassinatos, mas os números ainda preocupam especialistas e autoridades. O estado também contabilizou 78 tentativas de feminicídio até novembro de 2024, sendo 15 somente em Campo Grande. O índice coloca Mato Grosso do Sul entre as unidades federativas com maior taxa de violência contra mulheres no país.

A reincidência desses crimes reforça a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de proteção às vítimas. Mesmo com medidas protetivas em vigor, mulheres continuam sendo assassinadas por ex-companheiros que não aceitam o fim do relacionamento. A morte de Vanessa Ricarte exemplifica essa falha no sistema de proteção.

Monitoramento da violência contra a mulher: nova iniciativa do governo

Diante do cenário preocupante, o governo estadual lançou, em janeiro de 2025, o Monitor da Violência Contra a Mulher. A plataforma integra dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para acompanhamento em tempo real de casos de violência doméstica, feminicídios e outras agressões contra mulheres.

O objetivo é aprimorar a formulação de políticas públicas e permitir uma resposta mais rápida das autoridades em casos de risco. O monitoramento busca prevenir novas tragédias e garantir a efetividade das medidas protetivas.

Casos recentes de feminicídio no estado

  • Fevereiro de 2025: Karina Corin e Aline Rodrigues foram mortas em Caarapó pelo ex-companheiro de Karina, que se suicidou após o crime.
  • Janeiro de 2024: Uma mulher de 35 anos foi assassinada a facadas pelo marido em Dourados.
  • Setembro de 2023: Uma jovem de 22 anos foi morta a tiros pelo ex-namorado em Ponta Porã.
  • Maio de 2023: Uma mulher de 28 anos foi assassinada em Três Lagoas após registrar denúncia contra o agressor.

Impacto da violência de gênero e necessidade de medidas eficazes

O crescimento dos feminicídios em Mato Grosso do Sul revela a necessidade de ações mais rigorosas para conter essa onda de violência. Além das medidas protetivas, especialistas defendem o uso de monitoramento eletrônico para agressores reincidentes, o fortalecimento das redes de apoio às vítimas e campanhas educativas permanentes para conscientização da população.

Organizações de defesa dos direitos das mulheres apontam que a impunidade e a demora no cumprimento de decisões judiciais contribuem para a repetição desses crimes. Muitas vítimas denunciam agressões, mas não recebem proteção adequada, permitindo que seus algozes continuem próximos e tenham a chance de cometer assassinatos.

Principais falhas no combate ao feminicídio

  1. Dificuldade na fiscalização das medidas protetivas – Muitas vítimas continuam expostas ao risco mesmo após a emissão da medida.
  2. Baixa efetividade do botão do pânico – O dispositivo de segurança não está disponível para todas as mulheres que solicitam.
  3. Falta de estrutura em delegacias da mulher – Nem todas as cidades contam com unidades especializadas para atendimento exclusivo a vítimas de violência doméstica.
  4. Tempo de resposta da polícia – O tempo entre o pedido de socorro e a chegada da polícia ainda é longo em alguns casos.
  5. Falta de programas de reabilitação para agressores – Medidas preventivas que incluam o tratamento psicológico dos autores podem reduzir a reincidência.

Linha do tempo do feminicídio em MS nos últimos anos

  • 2015: 18 casos registrados no estado.
  • 2017: 24 feminicídios confirmados.
  • 2019: O número de vítimas sobe para 31.
  • 2021: Mato Grosso do Sul chega a 38 casos.
  • 2022: Recorde com 43 assassinatos.
  • 2023: Queda para 30 feminicídios, mas ainda em alerta.

Consequências sociais e psicológicas da violência doméstica

Os impactos do feminicídio vão além das vítimas diretas. Filhos, familiares e amigos sofrem traumas profundos ao perderem entes queridos para a violência de gênero. Crianças que testemunham assassinatos dos pais podem desenvolver transtornos psicológicos graves, como depressão e ansiedade.

Além disso, a sociedade perde profissionais, mães, filhas e mulheres que desempenham papéis fundamentais na comunidade. O feminicídio não é apenas um crime individual, mas um reflexo de problemas estruturais que exigem mudanças urgentes.

O que pode ser feito para reduzir os feminicídios?

  • Revisão e reforço das medidas protetivas para garantir a segurança imediata das vítimas.
  • Expansão do uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar os agressores com histórico de violência.
  • Criação de casas de acolhimento para mulheres em situação de risco iminente.
  • Maior rigor nas penas para autores de feminicídio e violência doméstica.
  • Campanhas permanentes de conscientização sobre a importância da denúncia e do combate à cultura do machismo.

Dados sobre violência doméstica no Brasil

  • Mais de 1.300 feminicídios registrados anualmente no país.
  • 70% dos casos ocorrem dentro da própria casa da vítima.
  • 80% das mulheres assassinadas já tinham sofrido violência anterior do agressor.
  • Apenas 10% dos casos de agressão doméstica são denunciados formalmente.

A morte de Vanessa Ricarte levanta questões urgentes sobre a segurança das mulheres no Brasil e a efetividade das medidas judiciais de proteção. Diante da crescente violência de gênero, é essencial que sociedade e autoridades intensifiquem esforços para evitar novas tragédias e garantir um futuro mais seguro para as mulheres.



A violência contra as mulheres em Mato Grosso do Sul ganha mais um capítulo trágico com o assassinato da jornalista e servidora pública Vanessa Ricarte, de 42 anos, ocorrido na tarde de quarta-feira (12), em Campo Grande. A vítima foi esfaqueada três vezes pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, dentro de sua própria residência, localizada no bairro São Francisco. Horas antes do crime, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e solicitado uma medida protetiva contra o agressor. Mesmo com a determinação judicial, Caio a surpreendeu e desferiu os golpes fatais. Vanessa foi socorrida com vida e encaminhada à Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos, falecendo na madrugada do dia seguinte. O caso reforça o debate sobre a efetividade das medidas protetivas no Brasil e a escalada da violência de gênero no estado.

A Polícia Militar prendeu Caio Nascimento em flagrante logo após o ataque. O criminoso foi conduzido à delegacia e aguarda audiência de custódia. O caso gerou indignação entre amigos, familiares e autoridades, que cobram punição rigorosa e maior proteção às vítimas de violência doméstica.

Este é o segundo feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025. No início do mês, Karina Corin, de 29 anos, e sua amiga Aline Rodrigues, de 32, foram assassinadas em Caarapó pelo ex-companheiro de Karina, Renan Dantas Valenzuela, que se matou após o crime.

Feminicídios em alta: números alarmantes em Mato Grosso do Sul

Os casos de feminicídio seguem em alta no estado. Mato Grosso do Sul registrou, em 2022, o maior número de feminicídios desde a tipificação do crime em 2015, com 43 mortes. Em 2023, houve uma redução para 30 assassinatos, mas os números ainda preocupam especialistas e autoridades. O estado também contabilizou 78 tentativas de feminicídio até novembro de 2024, sendo 15 somente em Campo Grande. O índice coloca Mato Grosso do Sul entre as unidades federativas com maior taxa de violência contra mulheres no país.

A reincidência desses crimes reforça a necessidade de aprimoramento dos mecanismos de proteção às vítimas. Mesmo com medidas protetivas em vigor, mulheres continuam sendo assassinadas por ex-companheiros que não aceitam o fim do relacionamento. A morte de Vanessa Ricarte exemplifica essa falha no sistema de proteção.

Monitoramento da violência contra a mulher: nova iniciativa do governo

Diante do cenário preocupante, o governo estadual lançou, em janeiro de 2025, o Monitor da Violência Contra a Mulher. A plataforma integra dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para acompanhamento em tempo real de casos de violência doméstica, feminicídios e outras agressões contra mulheres.

O objetivo é aprimorar a formulação de políticas públicas e permitir uma resposta mais rápida das autoridades em casos de risco. O monitoramento busca prevenir novas tragédias e garantir a efetividade das medidas protetivas.

Casos recentes de feminicídio no estado

  • Fevereiro de 2025: Karina Corin e Aline Rodrigues foram mortas em Caarapó pelo ex-companheiro de Karina, que se suicidou após o crime.
  • Janeiro de 2024: Uma mulher de 35 anos foi assassinada a facadas pelo marido em Dourados.
  • Setembro de 2023: Uma jovem de 22 anos foi morta a tiros pelo ex-namorado em Ponta Porã.
  • Maio de 2023: Uma mulher de 28 anos foi assassinada em Três Lagoas após registrar denúncia contra o agressor.

Impacto da violência de gênero e necessidade de medidas eficazes

O crescimento dos feminicídios em Mato Grosso do Sul revela a necessidade de ações mais rigorosas para conter essa onda de violência. Além das medidas protetivas, especialistas defendem o uso de monitoramento eletrônico para agressores reincidentes, o fortalecimento das redes de apoio às vítimas e campanhas educativas permanentes para conscientização da população.

Organizações de defesa dos direitos das mulheres apontam que a impunidade e a demora no cumprimento de decisões judiciais contribuem para a repetição desses crimes. Muitas vítimas denunciam agressões, mas não recebem proteção adequada, permitindo que seus algozes continuem próximos e tenham a chance de cometer assassinatos.

Principais falhas no combate ao feminicídio

  1. Dificuldade na fiscalização das medidas protetivas – Muitas vítimas continuam expostas ao risco mesmo após a emissão da medida.
  2. Baixa efetividade do botão do pânico – O dispositivo de segurança não está disponível para todas as mulheres que solicitam.
  3. Falta de estrutura em delegacias da mulher – Nem todas as cidades contam com unidades especializadas para atendimento exclusivo a vítimas de violência doméstica.
  4. Tempo de resposta da polícia – O tempo entre o pedido de socorro e a chegada da polícia ainda é longo em alguns casos.
  5. Falta de programas de reabilitação para agressores – Medidas preventivas que incluam o tratamento psicológico dos autores podem reduzir a reincidência.

Linha do tempo do feminicídio em MS nos últimos anos

  • 2015: 18 casos registrados no estado.
  • 2017: 24 feminicídios confirmados.
  • 2019: O número de vítimas sobe para 31.
  • 2021: Mato Grosso do Sul chega a 38 casos.
  • 2022: Recorde com 43 assassinatos.
  • 2023: Queda para 30 feminicídios, mas ainda em alerta.

Consequências sociais e psicológicas da violência doméstica

Os impactos do feminicídio vão além das vítimas diretas. Filhos, familiares e amigos sofrem traumas profundos ao perderem entes queridos para a violência de gênero. Crianças que testemunham assassinatos dos pais podem desenvolver transtornos psicológicos graves, como depressão e ansiedade.

Além disso, a sociedade perde profissionais, mães, filhas e mulheres que desempenham papéis fundamentais na comunidade. O feminicídio não é apenas um crime individual, mas um reflexo de problemas estruturais que exigem mudanças urgentes.

O que pode ser feito para reduzir os feminicídios?

  • Revisão e reforço das medidas protetivas para garantir a segurança imediata das vítimas.
  • Expansão do uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar os agressores com histórico de violência.
  • Criação de casas de acolhimento para mulheres em situação de risco iminente.
  • Maior rigor nas penas para autores de feminicídio e violência doméstica.
  • Campanhas permanentes de conscientização sobre a importância da denúncia e do combate à cultura do machismo.

Dados sobre violência doméstica no Brasil

  • Mais de 1.300 feminicídios registrados anualmente no país.
  • 70% dos casos ocorrem dentro da própria casa da vítima.
  • 80% das mulheres assassinadas já tinham sofrido violência anterior do agressor.
  • Apenas 10% dos casos de agressão doméstica são denunciados formalmente.

A morte de Vanessa Ricarte levanta questões urgentes sobre a segurança das mulheres no Brasil e a efetividade das medidas judiciais de proteção. Diante da crescente violência de gênero, é essencial que sociedade e autoridades intensifiquem esforços para evitar novas tragédias e garantir um futuro mais seguro para as mulheres.



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