Funcionário perde controle de Ferrari 296 GTB de R$ 3,2 milhões e invade casa em Campinas

O caso da Ferrari e o manobrista em São Paulo.

Quantas Vidas o moleque vai ter que trabalhar para pagar esse prejuízo pic.twitter.com/NLvBXHgJhO

— Mario Sincero 🐍 🍷🗿 (@MarioSincero4) February 14, 2025

O limite de velocidade na Avenida Heitor Penteado é de 50 km/h, conforme informações da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). No entanto, ainda não foi divulgado oficialmente a que velocidade o veículo trafegava no momento do impacto. O caso levanta questões sobre o uso de supercarros em vias urbanas e a segurança na condução de veículos de alta potência por motoristas sem o devido treinamento específico para esse tipo de automóvel.

Ferrari 296 GTB: desempenho e características técnicas do modelo envolvido no acidente

A Ferrari 296 GTB é um dos modelos mais modernos e potentes da montadora italiana, sendo um dos primeiros carros híbridos da marca disponíveis no Brasil. O veículo combina um motor V6 3.0 biturbo a gasolina, com 663 cv de potência, e um motor elétrico adicional, que gera 167 cv extras. Essa configuração permite que o carro alcance uma potência combinada de 830 cv, proporcionando acelerações impressionantes.

Com um torque robusto e tração traseira, o superesportivo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 330 km/h. Além da potência, o modelo conta com tecnologia avançada de assistência ao motorista, mas exige alto nível de habilidade para condução em alta performance.

O preço de uma Ferrari 296 GTB no Brasil pode ultrapassar os R$ 5 milhões, dependendo dos opcionais escolhidos pelo comprador. Modelos seminovos, como o envolvido no acidente, podem ser encontrados por valores entre R$ 3,2 milhões e R$ 3,5 milhões. Apesar da exclusividade e do luxo que cercam esse modelo, a dirigibilidade exige conhecimento técnico e responsabilidade.

Outros acidentes com supercarros no Brasil

Casos de colisões envolvendo veículos de luxo não são raros no Brasil, especialmente em grandes cidades. A potência elevada e a dificuldade de controle em determinadas condições podem transformar esses superesportivos em riscos para a segurança viária.

• Março de 2024 – Um empresário dirigindo um Porsche colidiu contra um carro de aplicativo na Avenida Salim Farah Maluf, em São Paulo. O motorista de aplicativo, Ornaldo da Silva Viana, faleceu no acidente. O condutor do Porsche foi acusado de estar em alta velocidade e sob efeito de álcool.
• Julho de 2024 – Igor Ferreira Sauceda, também ao volante de um Porsche, atropelou e matou um motociclista na Avenida Interlagos, em São Paulo, após uma discussão de trânsito. O caso gerou forte repercussão nas redes sociais.
• Outubro de 2023 – Um McLaren 720S bateu em uma árvore na Marginal Pinheiros, após o condutor perder o controle em alta velocidade. O carro ficou completamente destruído, mas o motorista sobreviveu com ferimentos leves.

Principais fatores que podem contribuir para acidentes com supercarros

1. Alta potência e torque elevado – Veículos como a Ferrari 296 GTB possuem aceleração extremamente rápida, o que pode surpreender motoristas inexperientes.
2. Falta de treinamento especializado – Diferente de carros convencionais, superesportivos exigem técnicas específicas de condução, como controle da tração e frenagem em alta velocidade.
3. Desconhecimento dos limites do veículo – Motoristas podem subestimar a potência do carro e perder o controle em curvas ou ao acelerar repentinamente.
4. Uso indevido em vias urbanas – Ruas e avenidas comuns não são projetadas para comportar veículos com desempenho semelhante ao de carros de corrida.
5. Excesso de confiança do condutor – Em muitos casos, a sensação de controle absoluto pode levar a erros de julgamento e imprudência ao volante.

Estatísticas de acidentes envolvendo carros esportivos no Brasil

• Em 2023, cerca de 2,5% dos acidentes com vítimas fatais em São Paulo envolveram carros de luxo com alta potência.
• A cada ano, aproximadamente 120 incidentes com supercarros são registrados no estado de São Paulo, com danos materiais elevados.
• Modelos como Ferrari, Lamborghini e Porsche estão entre os mais envolvidos em colisões de alto impacto.
• O tempo médio de resposta do Corpo de Bombeiros em acidentes com veículos de alto desempenho é de cerca de 7 minutos.

Legislação e medidas preventivas para condutores de supercarros

No Brasil, não há exigências específicas para a condução de supercarros além da habilitação convencional (CNH categoria B). Em outros países, como Alemanha e Reino Unido, motoristas de veículos com mais de 500 cv precisam passar por testes adicionais para comprovar habilidades ao volante.

Entre as propostas de segurança e regulamentação, algumas medidas sugeridas incluem:

• Cursos de direção defensiva obrigatórios para condutores de carros acima de 500 cv.
• Fiscalização mais rigorosa em vias urbanas para evitar o uso inadequado de veículos de alta performance.
• Monitoramento por radares inteligentes que identifiquem carros de alta potência excedendo os limites de velocidade.

Impacto econômico e custos de reparo após acidentes com veículos de luxo

Além dos danos estruturais à residência atingida, a Ferrari envolvida no acidente em Campinas pode ter um custo de reparo superior a R$ 500 mil, dependendo da extensão dos danos. Peças originais para modelos importados como esse costumam ser escassas e caras, além de demandar mão de obra especializada.

Para seguradoras, a indenização de sinistros envolvendo veículos esportivos pode ultrapassar milhões de reais, levando algumas empresas a adotar critérios mais rigorosos para a aceitação de clientes proprietários desse tipo de carro.

Casos semelhantes ao redor do mundo

Acidentes com supercarros não são exclusivos do Brasil. Em países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Alemanha, há registros frequentes de colisões envolvendo veículos de alto desempenho.

• Dubai, 2021 – Um Bugatti Chiron avaliado em US$ 3 milhões perdeu o controle em uma rodovia e colidiu com uma barreira de proteção. O veículo teve perda total.
• Londres, 2020 – Um Lamborghini Huracán foi destruído após o motorista acelerar em um semáforo e bater em um táxi.
• Los Angeles, 2019 – Um McLaren P1 sofreu um acidente durante um teste de velocidade e pegou fogo após a colisão.

Conclusão financeira e jurídica do caso de Campinas

O caso da Ferrari que invadiu uma casa em Campinas levanta questões sobre a responsabilidade da concessionária, do motorista e da necessidade de maior regulamentação para a condução de veículos esportivos em vias públicas. Embora o acidente não tenha deixado vítimas, os danos materiais e os riscos envolvidos reforçam a importância de uma condução consciente e do cumprimento das leis de trânsito.