O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida negou as acusações de importunação sexual feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e defendeu-se publicamente em sua primeira entrevista após o episódio. Demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, após a repercussão do caso, ele afirmou que as denúncias não têm fundamento e acusou Anielle de ter se perdido em uma narrativa política. Nesta quarta-feira, 25, ele prestará depoimento à Polícia Federal (PF) para responder às investigações sobre o caso.
Silvio Almeida afirmou que, nos últimos meses, manteve silêncio para cuidar da família, preservar a própria saúde e compreender a situação antes de se manifestar. Ele ressaltou que não houve disposição para que sua versão dos fatos fosse ouvida anteriormente e que agora é o momento de esclarecer sua posição. Segundo ele, as alegações são “um descalabro” e não condizem com a realidade dos encontros que teve com a ministra.
A ministra Anielle Franco reforçou a gravidade da denúncia e criticou a postura do ex-ministro ao se defender publicamente antes do depoimento oficial. Ela afirmou que a tentativa de descredibilizar vítimas de assédio é inaceitável e reforçou sua confiança na Polícia Federal para conduzir as investigações. Para ela, transformar relatos de importunação sexual em “fofoca” e “briga política” é um retrocesso no combate à violência de gênero.
Negação das acusações e questionamento da narrativa
Silvio Almeida negou veementemente as acusações de Anielle Franco, alegando que não houve convivência entre eles no período de transição do governo, como afirmou a ministra. Ele disse lembrar-se de ter encontrado Anielle em apenas duas ocasiões e refutou as alegações de que teria sussurrado frases de cunho sexual ou tocado suas pernas por baixo da mesa durante uma reunião.
O ex-ministro destacou que a reunião mencionada aconteceu em Brasília, com a presença de autoridades como o diretor-geral da Polícia Federal e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para ele, a hipótese de ter cometido assédio sexual em um ambiente formal e com tantas testemunhas seria absurda. Ele também relatou que Anielle foi desrespeitosa com ele durante o encontro, interrompendo-o ao dizer que aquele não era o lugar para ele “dar aula”.
Ele declarou que, após esse episódio, determinou que o Ministério dos Direitos Humanos não interferisse em políticas de igualdade racial que fossem de competência de outros órgãos. A decisão teria sido tomada para evitar conflitos e delimitar o papel do ministério que comandava. Para Almeida, a ministra interpretou essa decisão como um ataque pessoal e passou a miná-lo politicamente.
Outras denúncias contra Silvio Almeida
Além das acusações de Anielle Franco, Silvio Almeida também foi denunciado por outras mulheres. Uma professora relatou que ele a apalpou por baixo da mesa em um evento acadêmico. Outra denúncia partiu de uma ex-aluna, que afirmou ter sido assediada após realizar uma prova.
O ex-ministro refutou todas as acusações e afirmou que, em mais de 20 anos de carreira acadêmica, jamais recebeu queixas formais sobre sua conduta. Ele afirmou já ter lecionado para cerca de 40 mil alunos, dos quais metade eram mulheres, e que nenhuma denúncia havia sido registrada em nenhuma das universidades em que trabalhou.
Questionado sobre os motivos que poderiam levar essas mulheres a mentirem, ele disse não ter explicação. Ele reiterou que não tem controle sobre as intenções delas e que apenas pode afirmar que não cometeu os atos dos quais é acusado. Para Almeida, a repercussão do caso se tornou um instrumento de destruição de sua credibilidade política e acadêmica.
Reação de Anielle Franco e defesa da ministra
A ministra Anielle Franco respondeu às declarações de Silvio Almeida afirmando que o ex-ministro tentou desqualificar as vítimas ao minimizar os relatos como “fofocas e intrigas”. Ela declarou que a estratégia de desacreditar mulheres que denunciam violência sexual é antiga e prejudica o combate à impunidade nesses casos.
Segundo Anielle, o fato de Silvio ter usado um espaço público para rebater as denúncias na véspera de seu depoimento oficial mostra uma tentativa de influenciar a opinião pública e pressionar as investigações. Ela reforçou que importunação sexual não é uma questão política, mas um crime, e que confia na Polícia Federal para conduzir as investigações com seriedade.
A ministra destacou que a luta contra a violência de gênero não pode ser enfraquecida por discursos que descredibilizam vítimas. Para ela, o posicionamento de Silvio Almeida perpetua ciclos de violência e intimidação, o que pode inibir outras mulheres a denunciarem casos semelhantes.
Histórico do caso e investigação da polícia federal
As acusações contra Silvio Almeida começaram a surgir em setembro de 2024, quando a organização Me Too Brasil revelou que havia recebido relatos de importunação sexual contra o ex-ministro. Entre as denunciantes estava Anielle Franco, que alegou ter sido vítima de assédio durante encontros oficiais.
Diante da repercussão, o presidente Lula demitiu Almeida e a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as denúncias. O caso se tornou um dos principais temas do debate político e jurídico no país, mobilizando grupos feministas e defensores dos direitos humanos.
Em fevereiro de 2025, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, prorrogou por mais 60 dias o inquérito para permitir a coleta de mais depoimentos e análise de evidências. A decisão foi tomada após pedidos da defesa e dos investigadores, que solicitaram mais tempo para concluir o processo.
Dados e estatísticas sobre assédio no Brasil
- Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que 30% das mulheres no Brasil já sofreram algum tipo de assédio sexual no ambiente de trabalho ou estudo.
- Entre os casos denunciados, apenas 8% resultam em condenação dos acusados.
- O assédio sexual é subnotificado no país, pois estima-se que 80% das vítimas não denunciam os casos por medo de represálias ou descrença no sistema de justiça.
- Dados do IBGE indicam que mulheres negras têm 50% mais chances de sofrer assédio no ambiente profissional do que mulheres brancas.
- Desde a implementação da Lei de Importunação Sexual (Lei 13.718/2018), o número de denúncias desse crime aumentou em 30%, demonstrando maior conscientização das vítimas.
Desdobramentos do caso e repercussão política
- O caso de Silvio Almeida gerou um intenso debate no governo e entre parlamentares sobre o combate ao assédio sexual em cargos públicos.
- Movimentos feministas exigiram maior rigor na apuração das denúncias e cobraram transparência da Polícia Federal.
- Parlamentares da oposição questionaram a decisão de Lula de demitir Almeida antes da conclusão das investigações, enquanto aliados do governo defenderam a medida como uma resposta necessária.
- A defesa do ex-ministro busca provar que as acusações são infundadas e motivadas por disputas políticas dentro do governo.
- O desfecho do inquérito poderá influenciar futuras nomeações ministeriais e as políticas de combate à violência de gênero no Brasil.

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida negou as acusações de importunação sexual feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e defendeu-se publicamente em sua primeira entrevista após o episódio. Demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, após a repercussão do caso, ele afirmou que as denúncias não têm fundamento e acusou Anielle de ter se perdido em uma narrativa política. Nesta quarta-feira, 25, ele prestará depoimento à Polícia Federal (PF) para responder às investigações sobre o caso.
Silvio Almeida afirmou que, nos últimos meses, manteve silêncio para cuidar da família, preservar a própria saúde e compreender a situação antes de se manifestar. Ele ressaltou que não houve disposição para que sua versão dos fatos fosse ouvida anteriormente e que agora é o momento de esclarecer sua posição. Segundo ele, as alegações são “um descalabro” e não condizem com a realidade dos encontros que teve com a ministra.
A ministra Anielle Franco reforçou a gravidade da denúncia e criticou a postura do ex-ministro ao se defender publicamente antes do depoimento oficial. Ela afirmou que a tentativa de descredibilizar vítimas de assédio é inaceitável e reforçou sua confiança na Polícia Federal para conduzir as investigações. Para ela, transformar relatos de importunação sexual em “fofoca” e “briga política” é um retrocesso no combate à violência de gênero.
Negação das acusações e questionamento da narrativa
Silvio Almeida negou veementemente as acusações de Anielle Franco, alegando que não houve convivência entre eles no período de transição do governo, como afirmou a ministra. Ele disse lembrar-se de ter encontrado Anielle em apenas duas ocasiões e refutou as alegações de que teria sussurrado frases de cunho sexual ou tocado suas pernas por baixo da mesa durante uma reunião.
O ex-ministro destacou que a reunião mencionada aconteceu em Brasília, com a presença de autoridades como o diretor-geral da Polícia Federal e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para ele, a hipótese de ter cometido assédio sexual em um ambiente formal e com tantas testemunhas seria absurda. Ele também relatou que Anielle foi desrespeitosa com ele durante o encontro, interrompendo-o ao dizer que aquele não era o lugar para ele “dar aula”.
Ele declarou que, após esse episódio, determinou que o Ministério dos Direitos Humanos não interferisse em políticas de igualdade racial que fossem de competência de outros órgãos. A decisão teria sido tomada para evitar conflitos e delimitar o papel do ministério que comandava. Para Almeida, a ministra interpretou essa decisão como um ataque pessoal e passou a miná-lo politicamente.
Outras denúncias contra Silvio Almeida
Além das acusações de Anielle Franco, Silvio Almeida também foi denunciado por outras mulheres. Uma professora relatou que ele a apalpou por baixo da mesa em um evento acadêmico. Outra denúncia partiu de uma ex-aluna, que afirmou ter sido assediada após realizar uma prova.
O ex-ministro refutou todas as acusações e afirmou que, em mais de 20 anos de carreira acadêmica, jamais recebeu queixas formais sobre sua conduta. Ele afirmou já ter lecionado para cerca de 40 mil alunos, dos quais metade eram mulheres, e que nenhuma denúncia havia sido registrada em nenhuma das universidades em que trabalhou.
Questionado sobre os motivos que poderiam levar essas mulheres a mentirem, ele disse não ter explicação. Ele reiterou que não tem controle sobre as intenções delas e que apenas pode afirmar que não cometeu os atos dos quais é acusado. Para Almeida, a repercussão do caso se tornou um instrumento de destruição de sua credibilidade política e acadêmica.
Reação de Anielle Franco e defesa da ministra
A ministra Anielle Franco respondeu às declarações de Silvio Almeida afirmando que o ex-ministro tentou desqualificar as vítimas ao minimizar os relatos como “fofocas e intrigas”. Ela declarou que a estratégia de desacreditar mulheres que denunciam violência sexual é antiga e prejudica o combate à impunidade nesses casos.
Segundo Anielle, o fato de Silvio ter usado um espaço público para rebater as denúncias na véspera de seu depoimento oficial mostra uma tentativa de influenciar a opinião pública e pressionar as investigações. Ela reforçou que importunação sexual não é uma questão política, mas um crime, e que confia na Polícia Federal para conduzir as investigações com seriedade.
A ministra destacou que a luta contra a violência de gênero não pode ser enfraquecida por discursos que descredibilizam vítimas. Para ela, o posicionamento de Silvio Almeida perpetua ciclos de violência e intimidação, o que pode inibir outras mulheres a denunciarem casos semelhantes.
Histórico do caso e investigação da polícia federal
As acusações contra Silvio Almeida começaram a surgir em setembro de 2024, quando a organização Me Too Brasil revelou que havia recebido relatos de importunação sexual contra o ex-ministro. Entre as denunciantes estava Anielle Franco, que alegou ter sido vítima de assédio durante encontros oficiais.
Diante da repercussão, o presidente Lula demitiu Almeida e a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as denúncias. O caso se tornou um dos principais temas do debate político e jurídico no país, mobilizando grupos feministas e defensores dos direitos humanos.
Em fevereiro de 2025, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, prorrogou por mais 60 dias o inquérito para permitir a coleta de mais depoimentos e análise de evidências. A decisão foi tomada após pedidos da defesa e dos investigadores, que solicitaram mais tempo para concluir o processo.
Dados e estatísticas sobre assédio no Brasil
- Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que 30% das mulheres no Brasil já sofreram algum tipo de assédio sexual no ambiente de trabalho ou estudo.
- Entre os casos denunciados, apenas 8% resultam em condenação dos acusados.
- O assédio sexual é subnotificado no país, pois estima-se que 80% das vítimas não denunciam os casos por medo de represálias ou descrença no sistema de justiça.
- Dados do IBGE indicam que mulheres negras têm 50% mais chances de sofrer assédio no ambiente profissional do que mulheres brancas.
- Desde a implementação da Lei de Importunação Sexual (Lei 13.718/2018), o número de denúncias desse crime aumentou em 30%, demonstrando maior conscientização das vítimas.
Desdobramentos do caso e repercussão política
- O caso de Silvio Almeida gerou um intenso debate no governo e entre parlamentares sobre o combate ao assédio sexual em cargos públicos.
- Movimentos feministas exigiram maior rigor na apuração das denúncias e cobraram transparência da Polícia Federal.
- Parlamentares da oposição questionaram a decisão de Lula de demitir Almeida antes da conclusão das investigações, enquanto aliados do governo defenderam a medida como uma resposta necessária.
- A defesa do ex-ministro busca provar que as acusações são infundadas e motivadas por disputas políticas dentro do governo.
- O desfecho do inquérito poderá influenciar futuras nomeações ministeriais e as políticas de combate à violência de gênero no Brasil.
